sexta-feira

Humor à portuguesa. Ferreira leite e os media. À espera de Godot...

História do Humor (Reportagem SIC)
Ferreira Leite queixa-se dos media PSD, in expresso.
Ferreira Leite com dificuldades em passar mensagem
"A grande responsabilidade da comunicação social" passa por "transmitir diferentes ideias a todo o país e as pessoas que julguem", afirmou Manuela Ferreira Leite.
Para a dirigente do PSD, "com media assim é muito difícil transmitir-se a mensagem". A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, admitiu quarta-feira, em Fátima, ter alguma dificuldade em passar a sua mensagem através dos meios de comunicação social, admitindo que esta é uma questão "a tomar em consideração". "Esta denúncia que nós como oposição temos obrigação de fazer não é possível ser feita só com uma voz. Mesmo que a sala esteja cheia, não se transmite a nossa ideia só por se estar a falar para uma sala cheia" afirmou a líder do PSD no colóquio 'Portugal em crise! Que alternativa?', quando interpelada por um dos presentes sobre o que deve o partido fazer para que os media vejam o PSD de outra forma. Citando o exemplo recente de uma acção do partido, a dirigente do PSD recordou que nesse dia essa foi a 14ª notícia e teve quatro segundos na televisão. "No momento da 14ª notícia ninguém vê já a notícia. A 14ª notícia não se vê em Telejornal e ainda por cima foi transmitida no momento exacto em que começou o jogo do Sporting", criticou Manuela Ferreira Leite, sublinhando que "isto foi feito ao maior partido da oposição. (...)
Obs: Ferreira Leite ao queixar-se dos media naquele registo está a procurar integrar a galeria de humoristas em Portugal, que vai de António Silva ao Gato fedorento, como o vídeo acima documenta.
A dado passo, pergunta-se a Herman José qual dos seus personagens o marcou mais, e a resposta não se fez esperar: o Diácono remédios - por ser aquele - disse - que é actual e aparece dissimulado em todas as classes sociais, ainda que sob diversas roupagens. Eis o que me evocou a crítica de Ferreira leite ao justificar a sua ineptidão para a política através das reportagens dos media relativamente à produção de alternativas políticas do maior partido da oposição.
Não é senão a mais pura e aplicada confissão de impotência.
De facto, Ferreira Leite - fez o mea culpa e, à falta de melhor, criticou a forma como os media fixam o seu agenda-setting. Poderia fazer como Marques Mendes - telefonar para a direcção de programas da RTP e dizer ao jornalista A, B e C que não gostou da peça D.
Contudo, e vendo toda esta trapalhada vinda d'alguém que tem tanto jeito para a política como eu para gerir lagares de azeite, não se percebe do que se queixa a actual governanta da Moviflôr da Lapa, posto que ela tem estado a maior parte do tempo hibernada, no seu silêncio de ouro que, afinal, veio-se a revelar ser de latão, e de má qualidade - pois nem os media pegam naqueles discursos em mau português e sincopados, sem mensagens políticas para a nação, revelando uma total ausência de projecto partidário (quanto mais nacional). Tudo aquilo é mau: na forma, no conteúdo, no estilo...
Depois a inépcia da senhora é tanta e tamanha - que ainda se arroga do direito de dizer que tem ideias, mas que não as veicula para evitar que o PS e o governo se apropriem do projectos da "luminária". Isto revela bem e mesquinhez no pensar a política em Portugal. Além de feio...
Ferreira leite ficará na história de Portugal mas é como anedota política narrada em pé-de-página a letra vermelha. Desconfio mesmo que se Vasco Santana, António Silva, Camilo, Herman ou mesmo os actuais gato fedorento procurassem fazer um "suckete" à boleia das banalidades que a srª leite tem proferido desde que saíu do seu estágio de hibernação (lembram-se onde estava a srª leite no Verão quando as forças especiais - para salvar do perigo de vida em que se encontravam as duas vítimas feitas pelos sequestradores à agência do banco em Campolide???) - só encontrariam uma cena para retransmitir: um filme a negro e sem legendas, para evocar o cineasta João César Monteiro, também já desaparecido.
Numa palavra: Ferreira Leite - enquanto actor político não existe. Ela personifica a história do absurdo. Um absurdo que evoca a peça de S. Becket em - À Espera de Godot...
Também aí - nenhum dos dois mendigos se suicida porque..., afinal, a corda é fraca.