sexta-feira

Alavancagens sindicalóides

Imagem da esquerda picada no Homem ao Mar - a cuja autoria pertence também a refelexão infra, que faz todo o sentido:

(...) Onde param os intelectuais e os sindicalistas que tanto zelo tinham há dias, sobre todas as matérias da Educação, nomeadamente sobre o facilitismo? Onde param?Afinal em que é que ficamos? Promove-se o facilitismo e desorganização nas Escolas ou há rigor e disciplina democrática?Afinal a Fenprof/CGTP/PCP/BE/CDS/PSD que recusam o Estatuto do Aluno, o que defendem? Os ataques dos alunos aos professores? Aos responsáveis políticos? Não foram eles que andaram pelo País, de terra em terra, a perseguir a caravana do 1º Ministro a soltar insultos e apupos?E querem agora dar lições de quê?Não querem ser avaliados? Já percebemos porquê! in - Homem ao Mar.

Obs: As mutações na democracia representativa implicaram um enfraquecimento na estrutura e poder dos sindicatos, que continuam a ter que arranjar meios de sobrevivência numa sociedade info-tecnológica que os dispensa mais do que os integra. Isto torna o papel dos sindicatos mais marginal do que na sociedade industrial que antecedeu a sociedade da informação em que vivemos. Vai daí que - para sobreviverem - os sindicatos, mormente aqueles de filiação comunista, não hesitam em abrir mão de estratégias directas e indirectas: aquelas estão patentes nas greves que ostensivamente organizavam e pelas quais dão a cara; estas são mais ínvias e ocultas, e projectam-se no terreno através de terceiras figuras, i.é, recorrendo a intermediários cujo fito é organização da confusão e da violência desetabilizadora, desta feita na penumbra, no fundo, uma acção de agi-prop. (ou um conjunto delas de forma concertada) de molde a que produzam equivalente efeito de desgaste junto dos poderes públicos. Aqui chegados, fácil será corroborar aquilo que o Homem ao Mar sublinha acima - quando diz o que diz dos ataques dos alunos aos professores. No fundo, a Fenprof mais do que lutar pelos interesses dos alunos, dos profes, enfim, da comunidade escolar, luta mais pela sua própria afirmação na sociedade neste ano de eleições.

O dito sindicato sabe que o tempo rola contra o Governo, tem conseguido arregimentar boa parte dos profes e isso, nos tempos que correm, não deixa de ser um trunfo politicamente racionalizado pelo PCP - com a Fenprof à alavancar o processo de paralisação da acção de avaliação dos profes em Portugal.

Contudo, tenho para mim que, mais cedo ou mais tarde, os ditos profes dispensarão a fenprof e começam a pensar pela sua própria cabeça, e será por ela também que indicarão à 5 de Outubro os ajustamentos necessários para afinar o modelo de avaliação - que hoje burocratiza essa relação pedagógica no seio da escola. Quando isso ocorrer os alunos também ganham, até lá o PCP e a Fenprof lá vão congeminando acções de agi-prop. em proveito próprio, embora sob a justificação dos interesses dos alunos.