Costa dá pastas a Roseta na Câmara de Lisboa
Acordo de Colaboração Política
Por Margarida Davim
As vereadoras dos Cidadãos por Lisboa (CPL), Helena Roseta e Manuela Júdice, assinaram um acordo de colaboração política com António Costa, para desenvolver «tarefas» nas áreas da Habitação e da Cultura. Compromisso mantém liberdade de voto, mas Manuel João Ramos avisa que «não há almoços grátis» e fala em «risco de apagamento do CPL.
Depois das eleições, António Costa tinha manifestado a vontade de fazer uma coligação com toda a esquerda. O repto só teve eco no Bloco de Esquerda, com José Sá Fernandes a aceitar o pelouro dos Espaços Verdes. Um ano depois, Costa assinou um «acordo de colaboração política» com o movimento cívico liderado por Helena Roseta.
A cooperação, que não inclui a atribuição de pelouros, passa, segundo o presidente da Câmara de Lisboa, por «um conjunto de tarefas» que as vereadoras dos Cidadãos por Lisboa (CPL), Helena Roseta e Manuela Júdice, passaram a ter a seu cargo.
«Depois de conversarmos, chegámos a um acordo sobre um conjunto de tarefas», explicou António Costa, sublinhando que tanto o CPL como o PS, «mantêm a liberdade de voto».
Helena Roseta vai, assim, ter a seu cargo a elaboração do Plano Local de Habitação – um documento que irá definir a estratégia de habitação da cidade –, enquanto Manuela Júdice ficará à frente do projecto ‘Lisboa, Encruzilhada de Mundos’.
As vereadoras vão ficar sob a dependência directa do presidente, apesar de o projecto de Roseta prever a articulação com o pelouro do Urbanismo, de Manuel Salgado, e com o pelouro da Habitação de Ana Sara Brito.
Sem avançar com os custos globais dos projectos, Costa sublinhou que Roseta «vai ficar muito económica à Câmara», já que não irá receber qualquer remuneração. Já Manuela Júdice irá auferir «o equivalente ao que recebe um vereador com pelouro».
A vontade política de António Costa é hoje a mesma que era em 2007. Constata-se, volvido um ano de trabalho, que a vereadora Helena Roseta - fez evoluir a sua vontade convergindo nesse acordo. Conclusão: Roseta é uma mulher flexível, a 365 dias. Poderá agora fazer-se mais pela Habitação em Lisboa do que escrever artigos de opinião interessantes. Lisboa terá mais um ano para perceber, in concreto, o que ganhou ou o que perdeu com esta solução. Mas atendendo à experiência e saber acumulado de Roseta na área da Habitação (além do seu inesgotável voluntarismo, dedicação e capacidade de organização e de trabalho) - tudo indica que sejam os lisboetas a ganhar no seu conjunto, melhorando substancialmente as condições globais de habitação na cidade. Se assim fôr - será, seguramente, para eles os tais almoços grátis...
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