quinta-feira

O pais de Maddie anseiam crucificar o inspector Gonçalo Amaral

Os pais da menina desaparecida não perderam tempo, já incumbiram o "hipotálamo" do seu assessor de imprensa sublinhando a forte possibilidade de Gonçalo Amaral, autor do livro a Verdade da mentira - ser processado por calúnias, difamações e outros alegados crimes ou danos morais que aqueles invoquem. O que seria uma vantagem, pois assim a opinião pública mundial teria uma oportunidade - talvez a que faltou à PJ pelas constantes pressões politico-diplomáticas dirigidas aos investigadores no decurso dos trabalhos - de recomeçar a investigação, reconstituir algumas pistas, depurar testemunhos contraditórios e, assim, encontrar a tal agulha do palheiro. Pois os indícios do crime conduzem a múltiplas pistas, e na investigação de todas elas, segundo o critério da racionalidade e da opotunidade, deverão ser seguidas.
Foi o que vi esclarecer pela entrevista que Gonçalo Amaral - seguro de si - deu à RTP, em que, com bastante modéstia, descrição e economia de palavras, procurou cingir-se aos factos relatados e aos testemunhos - alguns dos quais comprometedores da conduta dos pais de Maddie - recolhidos junto de amigos ou de outros casais conhecidos dos pais da menina desaparecida.
Mas não podemos esquecer que este caso se globalizou (no pior sentido): um casal inglês a passar férias no Allgarve (que agora até já mudou de nome), com estreitas ligações a Gordon Brown (ex-ministro das Finanças, actual PM do RU), dispondo de um budget angariado na piedade da Comunidade internacional que faria inveja a muitas equipas de futebol da 1ª divisão (ou até mesmo ao Orç. Geral de Estado português), articula com o Embaixador inglês em Portugal - que se desloca ao local das investigações (novidade lamentável em Portugal!!!) para aí procurar interferir na formulação da investigação, o que aconteceu e encontrou tradução no comunicado à imprensa.
Tudo isto espelha a insegurança dos pais da menina desaparecida, mais do que insegurança: medo de algo. Um medo que não é natural, além de terem sido muito pouco colaborantes em toda a fase de instrução do inquérito, recusando-se até a responder a questões essenciais colocadas pela direcção da investigação. O que é bizarro, tratando-se da sua própria filha...
Dito isto, trata-se duma questão que apesar de ter ocorrido em Portugal - mas que já se mundializou (com a sombra do crime de pedofilia à ilharga) - ele merece atenção das demais polícias de investigação criminal de todo o mundo, porque amanhã uma situação similar pode ocorrer num desses países.
Numa palavra: tratando-se dum problema que envolve um eventual crime que tem uma dimensão plurilocalizada fortemente politizado e mediatizado, pois convém recordar que a entrada em cena dos cães ingleses deram um novo alento ao processo de investigação no sentido de incriminar os pais da menina, os papás tremeram, vulnerabilidade que se constatava publicamente. Mau sintoma...
Constitua-se, portanto, um conselho de sábios com os melhores serviços de investigação de polícia criminal da Europa a fim de reanalisar o caso Maddie, o que envolveria, obviamente, uma nova audição aos papás mais sinistros do mundo contemporâneo.
Se eu fosse Gonçalo Amaral, jamais temeria qualquer processo oriundo dos pais de Maddie, antes se rasgaria uma nova oportunidade para rever procedimentos e reinvestigar tudo de novo.
Quanto ao papa bento 16, um intelectual sem vocação para papa, uma nota: deveria ter recebido outros pais de crianças desaparecidas há mais tempo, e não sob pressão dos media (revelando ser uma espécie de "Paulo Portas de sacristia", uma rata beata). Não o fazendo incorre num grave crime por omissão que o mundo jamais lhe perdoará.
Se o pudesse depôr por vontade seria na hora... Sempre que o avisto apetece-me escrever um guião para cinema sob o título: o Diabo à solta no Vaticano...
Ainda o faço, com envio de xerox ao cuidado de D. José Policarpo!!!