A Ideia ou o Petróleo? O carro da fé...
O mundo, a Europa, Portugal não fala noutra coisa senão na escuridão do petróleo. Dele derivam os óleos combustíveis que aumentam a versatilidade e comodidade dos motores de combustão, e a mobilidade de todos, mas quando esses mesmos motores andarem a água ou a bagaço passará a falar-se nessas origens energéticas e todos esquecerão o petróleo. Por outro lado, havia a convicção de que a energia obtida da combustão do petróleo era mais limpa e mais barata que a do carvão. O resultado está á vista: a Galp - através do seu Presidente - Ferreira de Oliveira - já veio a público sugerir ao Governo uma baixa nos impostos para suavizar a vidinha aos cidadãos e, de caminho, anunciou o encerramento de alguns postos de abastecimento na medida da redução dos lucros ou das margens decorrentes da crise. O petróleo, portanto, impôs-se pela sua própria vitalidade na agenda política global e parece tudo terraplanar. O petróleo está nos motores, nos tanques já armazenados e comprados a baixo preço para agora ser vendido em alta, mas também está nos nossos pulmões, nas nossas carteiras, na qualidade de vida do próprio planeta. Mas será que quando nos dirigimos para os veículos e damos à ignição pensamos no petróleo ou numa certa Ideia, numa certa fé ou "fezada" de que o mecanismo funcione!? Pois aqui crê-se que a Ideia de dar à ignição é bem mais importante do que o petróleo, de resto o ser humano continua a viver pela Ideia, pela recordação da sua existência, e aqui o petróleo não entra. Não há mais nenhum meio à nossa disposição dos efeitos do espírito sobre este mundo que não seja a ideia da própria Ideia. Daí ser nosso dever pensar não no petróleo mas nos mortos. Sim, nos mortos!!! Pois é a única maneira de continuarmos em relação com eles. Mesmo Deus - não opera sobre nós de mais nenhum modo senão pela fé, por uma certa Ideia, nunca por recurso ao petróleo. De resto, e aqui estamos a repetir-nos, quando damos à ignição do automóvel nunca pensamos no petróleo, mas numa certa fé de que ele pegue. Agora, o mais difícil é o veículo não ter combustível e andar só pela fé. Embora haja sempre uns veículos que andam, pela ribanceira abaixo... Descobrimos o Circuito Integrado que, no fundo, é uma pastilha (chip) de silício com circuitos miniaturizados, e ainda estamos pendurados com o crude pastoso, que não é mais senão uma fonte energética do séc. XIX altamente poluente, cara e conflituosa. O problema está na fé, ou na falta dela para descobrirmos fontes energéticas alternativas que nos permitam mandar às malvas o maldito ouro negro...
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