quinta-feira

A origem da criminalidade brasileira, e não só...

As justificações para o crime e a delinquência são múltiplas, desde as desculpas da condição social, à exploração capitalista, à violência das autoridades, às proibições sociais até a uma predisposição inata de fazer o mal e produzir dano à sociedade. Encontramos aí uma colecção de justificações que os criminosos utilizam para se proteger da culpa quando são "agarrados" pelas forças policiais. No Brasil, em Portugal, wherever... Até porque hoje a maior comunidade de imigrantes em Portugal é brasileira e, segundo o SEF, tem havido imensos problemas com alguns desses nacionais e que aqui não é o lugar para os explicitar.
Portanto, a psicologia do criminoso brasileiro é tipicamente esta:
- Toda a gente faz o mesmo
- Ele vai ganhar dinheiro fácil com isso
- Perdi o controlo
- O proprietário nem topou que foi roubado
- Bebi demais e perdi o controlo
- Tenho mulher e filho para sustentar e estou desempregado
- Sou toxicodependente, alcoólico, por isso tenho de arranjar dinheiro de qualquer forma
- Bebi demais, etc...
Depois ainda aduzem a ideia de que quer os policiais quer os juízes ainda são piores. Tendo o criminoso interirozado este sistema de valores, regras e justificações que lhe dão uma certa cosmovisão - que o habilitam a ser um "criminoso encartado" - é difícil convencê-lo do contrá-lo senão ressocializá-lo, o que passa, obrigatóriamente, por o meter na cadeia por uns anos na esperança de que ele se arrependa, se converta e ressocialize e passe a ser uma pessoa que respeite as regras da sociedade, i.é, a Liberdade do outro, o que implica a sua própria responsabilidade e auto-contenção, sob pena de cometer os mesmos erros/crimes e regressar de novo à cadeia.
Esta pode ser a trajectória que revela a conduta do criminoso típico - à luz do pensamento iluminista, do processo histórico da sociedade contemporânea, sobretudo da sociedade brasileira - pelas suas gritantes contradições e lutas de classe - cujos problemas e efeitos depois são exportados para os países de destino como é Portugal.
Mas além destas considerações, no Brasil a violência e a criminalidade são cultivadas no berço dessa cultura. Portanto, o crime tem imensas conotações culturais. Aí se faz a exaltação da malandragem, que é explicada como uma forma de resistência passiva da classe mais pobre e oprimida da sociedade, assim como os escravos da Idade Média e os operários dos sécs. XVIII e XIX ao tempo da Revolução industrial - que Karl Marx tão bem conheceu.
Ora, foi essa resistência passiva que levou ao relativismo de valores e de princípios que dissolveu a fronteira do que é certo ou errado, esquecendo, para o efeito, a Lei, os valores, os costumes, o papel e força das instituições, a ética.
Tudo de correcto na sociedade deixou de fazer sentido na mente do criminoso, porque ele, directa ou indirectamente, sente-se um subproduto da sociedade que o explora e oprime, sobretudo pela sua condição social que faz dele um desigual na sociedade. Daí a justificação para o crime que o criminoso comete vezes sem conta. Intra e extra território brasileiro e o mesmo se diga, em termos genéricos, com a globalidade dos amigos do alheio, com indivíduos de outras nacionalidades.

Apesar de o crime nunca compensar, mais cedo ou mais tarde... Pensam que estão a conquistar o paraíso mas estão, de facto, a ingressar no inferno...