Reflexão de natal: o burrito de Jerusalém
Este foi burrito, segundo consta, transportou Jesus Nazaré até Jerusalém, qual moderno táxi. Mas a sua evocação aqui ganha um sentido mais actual, i.é., o Homem, consabidamente, é aquele animal que domesticado e civilizado tem maneiras e sabe comportar-se. No entanto, tem de ser educado e ter sorte, e, de todos os animais, torna-se o mais divino e civilizado. Mas se não tiver educação ou enfermar d´alguma patologia moderna estudada pela Psiquiatria - não hesitará em tentar infligir mal ao seu semelhante, pelo recurso à chantagem vil e canalha, à ameaça, ao sequestro e, mais modernamente, por recurso ao terrorismo. Numa palavra, o Natal também serve para olharmos para o nosso próprio umbigo e sairmos da nossa miserável cápsula e pensar que nos podemos transformar na mais miserável e selvagem das criaturas se não atendermos a esse esforço de educação, cultura e de civilização constantes. Ou seja, o Natal, para além da habitual palhaçada das prendas que já nem as crianças engana ou ilude, funciona como meio de pressão civilizadora para não nos transformarmos nas bestas do Apocalipse.
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