O common sense de Mário Soares, um patriarca
A Soares o que impressiona é a fiabilidade do seu capital genético, está velho mas está bom, rijo e recomenda-se. Mistura-se com o povo como um pastor, tem o à-vontade de sempre, muda de tema como quem bebe um copo d' água, sem, contudo, nenhum tratar em profundidade. Mas também não é isso que se espera - nem dele, nem do programa, muito menos da entrevistadora que, por vezes, troca os papéis e parece querer meter-se na função do entrevistado. É cá uma vaidosa aquela pedante. Se fosse Soares nem dois minutos a aturava.
Ou então vestia-lhe um avental do António Arnaut, com o compasso ao pescoço, e, só em ligas e saltos altos, mandava-a dar uma voltinha ao Bairro Alto numa noite de frio.
Ainda pensei, quando Soares avança com o nome de Maimônides, que alcançou uma envergadura semelhante à do profeta Moisés, que evocasse (também) o Guia dos Perplexos, mas não!!! o tema mudou de rota e lá tivemos de gramar a piroseira da entrevistadora a passear os seus gestos, pequenos gestos querendo parecer gestos de gente grande.
Agora só falta a Bárbara Guimarães inventar um programa e convidar a srª dona Clara Alves Ferreira para dossertar sobre peças de joelharia e diamantes, nem que sejam de pechisbeque.
Parabéns, portanto, ao dr. Mário Soares pelo common sense...
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