quinta-feira

A sabujice de Vasco (des) Graça Moura

Sá Carneiro, Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, Durão Barroso... Todos eles sabiam o que queriam para o País e para o partido. Todos eles se caracterizaram pela firmeza das suas posições. Todos eles souberam medir os riscos de uma liderança forte e corrê-los sem subterfúgios.
Os estilos eram muito diferentes. Sá Carneiro sabia jogar paradas muito altas, do tipo tudo ou nada; Cavaco Silva aliava um profundo conhecimento das leis da Economia e das Finanças a uma grande intuição política e a um método rigoroso; Marcelo dispunha de uma imaginação fulgurante e de uma capacidade inesgotável de surpreender o adversário; descontado o quadro de ambiguidades em que se processou a sua saída, Durão Barroso mostrou uma especial aptidão para a gestão política inteligente dos timings e dos dossiers.
Marques Mendes inspira-se na firmeza de Sá Carneiro, no saber de experiências feito e no rigor de Cavaco Silva, na versatilidade de Marcelo e na destreza política de Durão Barroso. Sem copiar nenhum deles, e interpretando também, a seu modo, o legado de Mota Pinto, estrutura a sua coerência e a sua persistência próprias à luz desses paradigmas que se tornaram património político e histórico do PSD, acrescentando a essa matriz o seu contributo pessoal: respeito do interesse nacional, fidelidade programática, ligação às bases, abertura institucional, independência de espírito, verticalidade, coragem política, energia, minúcia nos detalhes, solidez, segurança e viabilidade nos posicionamentos e nas propostas. [...]
Obs: Vasco Graça Moura é um intelectual encartado, um poeta com obra feita e traduzida, alguém que até poderia subtrair o título de Nobel da literatura ao Zaramago, que é, verdadeiramente, um erro de casting. Graça Moura é tudo isso, mas nessa sua trajectória tem momentos de suspensão da racionalidade e vê coisas que não existem e cola-as aquele que ele deseja ser o seu líder, o seu guia na Europa, ou seja, MMendes.
É óbvio que neste particular Graça Moura deixou de ser o intelectual sério e competente para passar a ser o intelectual canino, subserviente e com o cérebro do tamanho duma ervilha comparando o incomparável. Meter no mesmo saco Sá Carneiro com MMendes é como comparar zaramago a um Prémio Nobel da literatura a sério.
Se não foi isto que aconteceu neste artigo de Moura direi que ele agora se mete no Vodka. Melhor fora que Graça Moura continue a traduzir Petrarca ou Bocaccio e se deixasse de invenções só para garantir o seu lugarzinho na lista para as Europeias nos próximos aninhos.
Estes intelectuais... Depois do Vodka vem sempre um Alka-...