quarta-feira

O cinismo de Marcelo diante o vendaval da Lapa

Sempre que Marcelo vai fazer análise não deixa de desmerecer os candidatos do seu próprio partido: de Meneses tem má impressão, de Mendes tem menos má impressão, pois sabe-se que é o que é, é previsível, embora sem rasgo.
Isto é o que o analista diz semanalmente da rtp onde faz análise. Mas sejamos sérios: o psd vive, porventura, a maior crise política desde a sua fundação, e o seu sócio n.º 1, Francisco Balsemão, também não é referência para ninguém, qualquer dia nem como empresário de comunicação ou jornalista, pois até limita o acesso ao 3º elemento para discutir as directas do psd nos seus estúdios da Sic... Lamentável.
Seja como for, e voltemos à vaca fria: o momento é difícil, penoso mesmo. O psd está descalcificado: sem líder, sem estratégia, sem quadros, sem elites, sem ideias, ideais ou projectos, sem utopias, sem dinheiro, sem juízo. O António Borges, aqui entre nós, nem um mês se aguentaria à frente do partido; os dois que estão na calha - Mendes & Meneses - são regentes a prazo, mas muito demodé perante a opinião pública e publicada. Do Santana e do Zé barroso nem valerá a pena falar: aquele porque já nem nele próprio acredita; Zé Barroso Durão Maoista é visto em Portugal como um traidor luso-oriental por ter vendido Portugal ao Santana por um lugar de mordomo-mor na Europa - catapultado pelo sangue duma guerra tão ilegítima quanto canalha ao Iraque legitimada na Cimeira dos Azores - confeccionada à margem das normas internacionais da ONU - e do seu Conselho de Segurança.
Resta quem? Marcelo, claro!!! Mas este assiste impávido e sereno a esta luta fatricida sem dizer uma palavra, um ai. Sacode a água do capote e assobia ao cochixo, como gosta de dizer em relação aos outros.
Mas isto acontece desta forma porquê? É simples: sempre que o Marcelo fala pensa no seu umbigo político, no outro dia ainda pensei que propusesse o nome do Mourinho à Comissão de Santos em Roma de modo a que o Papa o santificasse em vida. É claro que Marcelo pensa nos votinhos sabujos que o Mourinho lhe traria se amanhã se candidatasse a Belém, coisa com que ele sonha noite após noite. Como quem parasita o mundo do futebol para arregimentar basse sociológica de apoio em contexto eleitoral. Lamentavelmente, o Seara de Sintra (que não passa dum paraquedista político) - que nunca soube se é do cds do Adriano moreia ou do psd de Mendes), fez carreira na política autárquica à sombra desse estratagema.
Mas em relação ao psd Marcelo nem uma palavra, revelando até que ponto vai o seu cinismo político e silêncio ensurdecedor, como diria Miguel Torga do outro lado das montanhas... Por aqui vemos "a arte" do cinismo de Marcelo na avaliação - por negligência - da situação política do seu próprio partido.
Imagine-se o que este homem amanhã faria ao governo (caso fosse PM) ou na Presidência da República - caso fosse eleito para Belém.
Deus nos livre duma coisa e outra... Marcelo que vá para adjunto do treinador que admira, o Mourinho.