quarta-feira

Caracterização do processo estratégico em Lisboa

A análise estratégica pode considerar-se, ao mesmo tempo, um instrumento de acção voluntarista sobre o futuro, de crescimento coordenado no sector empresarial, mas também, e é este o ponto que mais nos interessa, no âmbito do processo de comunicação política e de motivação em contexto eleitoral.
Desta forma, passaremos a sumariar algumas características específicas dos candidatos à CML de modo a aferir quais as suas vantagens para Lisboa, os lisboetas e a resolução dos seu principais problemas que hoje estrangulam a vida na cidade.

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Comecemos por António Costa, que nos parece, de longe, o candidato que mais e melhores condições políticas e pessoais reúne para tomar a cidade entre mãos e dar-lhe um rumo.
António Costa - tem um perfil antecipativo, estuda e reflecte sobre os problemas antes de os resolver. É, pois, um estudioso, nada faz sobre o joelho, não improvisa. As suas intervenções, mesmo em campanha eleitoral, denotam esse estudo dos problemas da cidade a fim de pôr em evidência as ameaças e as oportunidades que a envolvente estratégica futura oculta. Por isso, e bem, as suas prioridades são o saneamento das contas públicas da CML, arrumar a casa, resolver os impasses urbanísticos (e aqui contará com uma peça preciosa, o arq.º Manuel Salgado), dotando a autarquia de rigor e competência na sua gestão de molde a colocar Lisboa ao serviço de todos.
Por outro lado, A.Costa tem outras valências no seu perfil político: é normativo, dada a sua formação, o que supõe saber afastar as ameaças e tirar partido das oportunidades geradas pela envolvente.
Por contraponto, Fernando "Pretão" tem um perfil reactivo e retroactivo já que para ter "palco político" tem sistemáticamente de recorrer à colagem de A.Costa ao governo misturando as duas frentes e, assim, procurar tirar dividendos políticos. A sua agressividade, a roçar a difamação e o insulto não tem sido boa conselheira e o resultado está à vista, até Carmona o ultrapassa no score eleitoral, segundo as sondagens.
Carmona - é uma espécie de candidato calimero, está alí para levar pancada e continuar de cara alegre. A sua presença em eleições é, acima de tudo, uma questão de honra, procurando remediar a sua imagem perante os lisboetas na sequência de este PsD o ter jogado borda fora do barco quando já não precisava dele.
Helena Roseta - é aquilo a que podemos designar um candidato participativo, está alí para dialogar, analisar, envolver-se nos processos de tomada de decisão e promover o seu próprio nome na cidade e no País, que já estava um pouco esquecido. Tudo por causa duma birra que contraíu quando enviou uma carta (irrespondida) ao PM. Até parece que Socas só responde a cartas de amor, o que não é o caso...
Ruben de Carvalho - afigura-se como o velho candidato assertivo e directivo com as velhinhas palavras de ordem que hoje pouco ou nada dizem às pessoas: trabalho, honestidade e competência. Não há ninguém que não defenda isto, logo trata-se duma proposta que não se diferencia.
Lisboa, sobretudo na posição de falência financeira e de descredibilidade política em que encontra, sem fundo de maneio para liquidar os seus compromissos a curto prazo, precisará mais de que tipo de candidato?
Neste "colete de forças" conhecido, a resposta é óbvia, António Costa é aquele que tem a melhor condição política, a melhor equipa e o melhor projecto. Isso faz dele o autor da melhor estratégia para a resolução dos problemas de curto, médio e longo prazos para a Capital.
É também aquele que mais e melhor experiência política goza, além da articulação de meios e de perspectivas com o governo, por isso goza também da melhor estrutura operacional para executar o seu programa eleitoral.