A drª Ana Gomes. Mais um caso psico-clínico de como os trópicos moram na Europa
A política é uma subida aos extremos, como diria o "outro" (CvC) a propósito da guerra. Aqui a guerra (psicológica) é outra. Para lá convergem todas as tensões (não reprimidas, disciplinadas ou culturalizadas da política, como diria Elias), desejos (recalcados), aspirações (por realizar), sonhos (partidos), ambições (frustradas), enfim, a política (enquanto techné e arte) corre assim o risco de se transformar em pretexto, quer da boa consciência quer de todas as demissões pessoais, e então é todo o problema da democracia - enquanto dialéctica das estruturas e da acção - que se levanta. Ora, a drª Ana Gomes, bem sucedida enquanto diplomata, embora aqui o seu nome também seja problemático (mas das Necessidades já se espera tudo, até subsídios para alojamentos manhosos) - tem um problema matricial com o seu PS, ou melhor, com a forma como a liderança de Sócrates se impôs ab initio, e é daí que tudo efectivamente se precipita. Como? Ana Gomes é tão naif que ainda continua a confundir o interesse transnacional dos terroristas com o interesse nacional de Portugal. Provavelmente, a srª Ana desejaria que os seguranças norte-americanos que alegadamente transportaram os ditos terroristas em aviões da República Imperial escalados em território português, fossem tratados a toque de queijadinhas de Sintra acompanhadas com vinho Piriquita de Setúbal e com agenda cultural marcada para frequentar o Dona Maria, o CCB e uma eventual ida ao Politeama ver uma qualquer reedição do garganta funda, agora representado por G.W.Bush e Mónica Lewinski..(amavelmente cedida por Bill Clinton). Mesmo que se verifiquem algumas das acusações aduzidas e que estão sendo tentadas contra Sócrates - por causa do tal problema matricial de Ana Gomes - cuja liderança aquela nunca aceitou, a cabeça desta hidra política tem nome e chama-se durão barroso. O player que deveria hoje ser objecto da zelosa investigação do moço de recados do Parlamento Europeu em que se transformou o sr. Carlos Coelho. Sem querer ser determinista em política, creio que o que aqui avulta é, de facto, um ressentimento do tamanho do mundo dinamizado pelo ego sofrido da srª Ana - que até ao marido deve infernizar a vida, e para quem a política deve ser - consoante as circunstâncias, a teologia de mercado quando se quer defender os desgraçadinhos dos capitalistas; mas também aquela função perfída de invectivar aqueles nossos correligionários com os quais entramos em rota de colisão por causa de questiúnculas antigas, disputas de lugares, opções, simpatias, apoios políticos, lideranças e o mais. O que faz de Ana Gomes uma guerra civil permanente em movimento. Confesso aqui que é confrangedor ver a srª Ana representar aquele role playing, invocando nobres princípios, velhas glórias humanistas ou humanitárias, belos valores personalistas quando, no fundo, ela nada mais quer do que destruir Luís Amado, MNE, descredibilizar a globalidade do aparelho diplomático e o governo e, bem assim, corporizar um assassínio de carácter relativamente a Sócrates. Ou seja, ela pretende ser, no fundo, aquilo que MMendes não tem conseguido ou sabido fazer: ser líder da oposição. Não terei qualquer dúvida se amanhã aquela senhora tiver de invocar a legalidade e legitimidade internacionais e o seu contrário no dia seguinte, usará dos mesmos meios e critérios para atingir aquela sua peculiar concepção que ela faz da (sua) politiquice. Uma arte dos bons sentimentos que se confunde aqui com uma habilidade e uma astúcia muito rudimentares. Até um amblíope detecta a 500m quais as verdadeiras intenções da srª Ana Gomes. É nisto que dá a procura obsessiva de protagonismo. E é pena... Só ela é que pensa que o biombo que interpôs entre ela e o eleitorado é opaco...
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