domingo

As opiniões redondas dos articulistas de serviço

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Portugal terá sempre muito menos influência na Net que os EUA, por exemplo, mas mais que o Sudão. As excepções, a influência política através da Web, são ainda isso mesmo, excepções. (...)

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  • Este senhor, que não conheço, só de vista dumas apreciações mui modestas e genéricas em matéria de análise política doméstica dadas à sic na semana passada à propos dum tal partido do táxi, é o director-adjunto do dn, lugar de responsabilidade. Ontem escreveu esta sensaboria acerca da rede das redes. Tem também um blog, denominado frenchkisse, fui lá ver e fiquei esclarecido. Gostava de dizer daqui ao Sr. Fernandes, que a densidade intelectual do que por lá escreve está na razão directa deste seu artigo, e ambas as leituras convergem com os comentários banalíssimos que no outro dia teceu na sic sobre o cds/pp. De modo que até sou capaz de concordar com ele: a net, ou a web 2.0 por vezes é mesmo um "amontoado" de coisas sem sentido, como ele diz. Eu substitui deliberadamente um termo para não ser ofensivo.
    Lendo este seu artigo fica-se a saber o seguinte: a net é um monstro, o Youtube é um equívoco, e, agora, com o Rizoma, violam-se muitos direitos de autor e desprestigia-se a propriedade intelectual, além de se dar cabo da democracia. Este jornalista anda equivocado: já se violavam direitos de autor antes da emergência do Rizoma, e muitas dessas violações emanavam, pasme-se, de jornalistas intelectual, técnica e culturalmente impreparados que copiavam sem citar a fonte ou omitiam deliberadamente a matéria-prima que lhes servia de regaço para as suas prosas; o Youtube, ao invés do que diz, faz mais num dia do que o dn numa década; e a democracia está em perigo mas é por outras razões, uma das quais decorre da pressão constante da Democracia de Opinião sobre a Democracia Representativa obrigando os dirigentes políticos a prometerem aquilo que sabem não poder cumprir. E fazem-no porquê??? É simples: para ganhar eleições.
    Mas isto já não deve ter passado pela cabeça do referido jornalista que ali articula um conjunto de banalidades - todas refutáveis no plano dos factos, da teoria política contemporânea e até ao nível epistemológico. Sugeríamos, pois, ao jornalista, dadas as responsabilidades que tem (ou parece ter), que fosse menos apressado e leviano nas apreciações genéricas que faz acerca do tal paradigma escondido.
    Momentos há em todos temos de ser intelectualmente mais humildes e concretos, generalizar é um erro crasso que só dá jeitaço aqueles que vêem o tapete fugir sob os pés. É que a jornalada cada vez vende menos, e tudo se faz para descredibilizar toda a blogosfera, como se ela fosse toda igual, em bloco. Não é! Tal como a imprensa, temos de saber escolher e filtrar, senão comemos lixo por coisas boas, e isso ninguém quer. Por isso, até compreendo aquelas palavrinhas de lana-caprina. Já agora, dizemos daqui ao jornalista do dn, sem qualquer animosidade, que estude umas coisas, até porque a importância das pessoas não se mede pelos artigos que se escrevem no dn ou pela qualidade de certos blogues. Se assim fosse, este jornalista estaria já arrumado e catalogado. E só não lhe indicamos aqui uns blogues para não o envergonhar.
  • Daqui deduzo que há jornalistas que quando escrevem não o fazem só no intuito de descredibilizar a blogosfera, de forma (in)consciente acabam também por não valorizar a mediacracia, i.é, o jornalismo clássico donde mandam bitaites - acabando por dar tiros nos dois pés. E é pena...