O editorial do Jumento. A foto é da responsabilidade do Macro
Da esquerda para a direita: zé das fritas cherne de Bruxelas fujão barroso, a arrastadeira Blair, o idiota da sala Oval, o espanhol azneirado. Da direita para a esquerda: quatro idiotas, um usa gravata vermelha - evocando os tempos do maoismo.
Em ver de se ler as tretas do que os generais de aviário, comentadores de Domingo, articulistas e articuletas que colonizaram em regime de avença os dn, públicos, espessos, soís e demais papelada é um exercício bastante mais profícuo e enriquecedor ler certos blogues. A única desvantagem é isto não render "pilim", o que significa que certa certa gente só trabalha com dinheiro à vista; e outros - aqui pela blogosfera - empregam os seus recursos intelectuais no ciber-espaço de forma tão gratuita quanto generosa. Tenho para mim que certos bloggers já estariam multi-milionários se facturassem na proporção directa do seu talento. Quanto aos gatos pingados que escrevem no jornais de papel - com honrosas excepções, são isso mesmo: uns gatos pingados avençados. Envergonhar-se-íam se soubessem a jana que valem. Muitos fingem até não ler ou conhecer certos blogues para assim terem a desculpa perfeita para se popuparem a esse enxovalho intelectual. São os cáfilas do novo tempo.
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Saddam Hussein era um canalha, logo, a execução de Saddam Husssein foi a execução de um canalha, há menos um canalha no mundo, o que não significa que o mundo passe a estar melhor frequentado. Na verdade Saddam foi executado por e a mando de outros canalhas, foi condenado pela morte de 148 xiitas, tantos quanto os sunitas que os esquadrões da morte xiitas matam em menos de uma semana.
Num país onde a vida é um dos bens menos valorizados parece-me irrelevante discutir a execução de Saddam na perspectiva da legitimidade da pena de morte, por ali todos os que nascem ou vivem estão, por defeito, condenados à pena de morte, se são ou não executados isso é mais o resultado de um jogo de roleta russa praticado à escala de um país.
Não sei se o governo do Iraque vai ter a amabilidade de oferecer a corda com que enforcou George Bush, mas deveria fazê-lo, essa corda deveria estar em lugar de destaque na sala de estar do rancho texano da família Bush. O filho idiota e menos pródigo da família conseguiu completar o trabalho do pai, a corda é o símbolo de um dos momentos mais altos da vida de um idiota.
Em termos internacionais pouco mudou com a morte de Saddam, não passou de uma vitória com sabor a vingança dos xiitas sobre os sunitas. A execução do ditador iraquiano concretiza um negócio inesperado, os americanos ficam com a corda, os xiitas festejam a morte do seu inimigo e o Irão fica com o controlo de uma boa parte do Iraque, do pouco que não está sob controlo dos terroristas.
Já morreram mais americanos no Iraque do que no 11 de Setembro, mais dia menos dias terão havido mais vítimas iraquianas do que as que resultaram de décadas de ditadura de Saddam, mais tarde ou mais cedo os EUA irão abandonar o Iraque ao terrorismo e a uma guerra civil insolúvel que só poderá levar a um conflito regional. Para acabar com um canalha os americanos criaram uma dúzia deles, destruíram um país, promoveram o terrorismo e um conflito quase insolúvel, o que divide palestinianos e israelitas, acrescentaram um outro de maiores dimensões e de limites regionais ainda por definir.
A morte de um canalha como Saddam não tornou o mundo nem mais justo, nem mais seguro, um canalha na prisão é muito menos perigoso para o mundo do que um idiota na Casa Branca.
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