Al berTo e a escola de Nikita: a promessa não-escrita no Programa do PS

Nota prévia:

Sócrates, além da governação corrente da República, fez uma promessa secreta a ele próprio: ser o estertor de Al berto da Madeira há 30 anos alapado ao poder. Com Obra, é certo. Mas será que com as mesmas condições, as mesmas verbas - outro não faria melhor?! Seja como fôr, aqui importa fixar um elemento nuclear que faz carreira na teoria política em Portugal, e que é o seguinte:

• A promessa de abater políticamente Al berto da Madeira é a chamada promessa não-escrita do Programa eleitoral do PS e deste governo.

Alberto João Jardim a discursar no jantar de Natal do PSD-Madeira "Ataque colonialista" Jardim lança acusações no jantar de Natal do PSD-Madeira "Alberto João Jardim considera que a Madeira está a ser alvo de um ataque colonialista, o maior desde que a constituição de 76 concedeu autonomia política, à região. O presidente do Governo regional do Funchal vai mais longe e lança acusações contra o Tribunal Constitucional. "

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Obs:

Elogiamos a determinação de Al berto da Madeira no ataque cerrado aos srs.Sócrates e Santos e, por extensão, ao sr. Silva (leia-se, o actual PR, Cavaco Silva) - ao discursar na festa de Natal dos sociais-democratas madeirenses, em que invoca - desta feita, e pela 1ª vez, creio, os cúmplices dos juízes que agora colaboram na agressão "colonialista" do Governo Regional. É mais uma inovação semêntica a integrar na gramática política de Al berto, com um toque de oferenda de Natal aos juízes do TC, que, alegadamente, devem todos estar a soldo de Socas, já se vê. Em causa está o costume: o dinheirinho que Al berto quer e a República já não lhe dá, e que se traduz num corte de cerca de 34 milhões de euros nas chamadas transferências para a região, as mesmas que o sr. Santos agora não quer fazer.

É tudo isto, ou seja, a falta de verba, que irrita Alberto e aguça o seu engenho para o teatro - que descobre inimigos em todo o lado, até de baixo da cama, fazendo-o comportar-se em palco como aquele velho comunista que um dia foi discurssar à Assembleia Geral da ONU e, no meio de tanta excitação nova iorquina, saca do sapato e começa a bater com ele junto ao pulpito donde discursava. Dizem que as palmas então recolhidas eram para afastar o pivete que entretanto se gerou na sala na sequência de Nikita ter sacado do sapato... É só isto que falta a Alberto João - para o teatro geral se recompor e o aplauso emergir.

A vantagem aqui é que Al berto actua sempre ao ar livre e depois de já bem regado, o que facilita a desinibição geral e a excitação colectiva. É assim há anos. Os suficientes para sabermos que será sempre assim, até ao fim.

Tudo visto e somado, duas conclusões ressaltam destas representações:

• 1) Socas será efectivamente o verdadeiro estertor do oligarca da Madeira há 30 anos no poder, e já lhe começou a apertar o tubo de O2 há uns tempos - privando-o de "oxigénio" - até à morte (política) final. Veremos se o PS regional terá capacidade para, pela 1ª vez, ensaiar o vôo da governação sem suscitar risadas no hemiciclo regional. Mas isso ainda demorará uns 2 anos. Mas fica a jura de Sócrates, e se ele fez alguma, nem sequer foi aplacar MMendes (que se aplaca a ele próprio mais os colaboradores que o rodeiam, camona & preto), foi sim - abater políticamente Al berto. É a chamada promessa não-escrita do programa eleitoral do PS;

• 2) Mas quando sucessão do oligarca insular for feita Portugal ficará mais triste, mais melancólico, mais apagado ante a sua vil tristeza, como diria o Luís Vaz de Camões. É que com as palhaçadas fora da política portuguesa, que hije Alberto garante, quem nos divertirá? Quem salta para o palco da política e representa aí o circo do costume, e ainda por cima à borla e reportado em tempo real via tv? É, de facto, esta a grande perda para a nação quando Al berto emigrar para a reforma dourada. Esperemos que até nenhum surto de parkinson ou alzheimer o afecte.

Contudo, o estilo Al berto não deixa de evocar aquela sapateada do Nikita na na AG da ONU. Estamos até em crer - que Nikita fez escola e deixou o seu estilo e sintomatologia política na ilha da Madeira, e hoje quando vemos um lembramo-nos do outro, apesar das distinções ideológicas - que hoje, em rigor, não servem para nada, como se diz nos posts abaixo. Aliás, sempre serviram mas foi para manipular os interesses que a cada momento os actores assumem na esfera política, e não para observar princípios ou seguir uma ética na política em prol do bem comum - por natura, contra-ética, como já dizia o velho Nicolau que nos ensinou quase tudo.

Só falta o sapato, mas até que o estertor final se exerça ainda veremos muitas representações de fazer inveja aos palhaços do Chapitô - que bem poderiam tirar estágios na Madeira pagos pelo governo regional, sede da palhaçada-mor que há 30 anos está alapado ao circo do poder. E ainda dizem que aquilo é uma democracia... Sir Winston Churchil tem sempre resposta para isto. Quem não a sabe...

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A ESCOLA DE NIKITA E A DOUTRINA DE KRUSCHEV...

Uma questão para a memória de Nikita: se hoje fosse vivo faria as mesmas representações políticas no Chão-da-Lagoa???