sábado

Crítica aos media: constatação da mediacracia

Já aqui temos criticado as opções de certas políticas editorias desenvolvidas cirurgicamente por rádios, tvs e jornais. Traduzem-se em convidar pessoas pouco qualificadas, cobrirem temas, assuntos e problemas que nenhum interesse público têm ou potencial informativo e formativo oferecem junto da opinião pública. Tudo isso junto faz com que rádios, tvs e jornais façam os seus fretes, consintam nas suas cunhas, legitimem favores, numa palavra, prestem um mau serviço público à comunidade. Só os néscios é que não percebem...
Há recentes exemplos desta "pedofilia informativa" na tsf, nas tvs privadas e públicas, basta ir ao caixote do lixo de cada uma delas e fazer uma triagem a um só olho e apanha-se logo meia dúzia de cancros dessa estirpe que poluem o nosso espaço mediático.
O que mais salta à vista é o famoso caso da foca. A foca da Edp...com extensão à tsf, a rádio-santuário dos desvalidos da política portuguesa.Embora haja muitos outros exemplos em Portugal que mancham aquilo que deveria ser a norma de qualidade, de rigor e isenção na produção de informação, análise e reflexão.
Contudo, isto remete a discussão para um campo de análise mais vasto, o das representações políticas dos actores sociais que pululam por aí na esfera do futebol, da cultura e da sociedade em geral. Uns mais enfadonhos do que outros, certamente. Eu, por exeplo, ponho sempre os filtros e assim que vejo que o canal não interessa mudo logo, e se fico a "gramar a pastilha" é apenas numa óptica de compreender por que razão as coisas acontecem daquela maneira e não doutra, mais normal e saudável.
Ou seja, a mudança de canal é algo tão espontâneo que já nem ligo, mas fica residualmente um desconforto, uma sensação de embaraço, de que algo está podre no reino da Dinamarca. E a Dinamarca, nestes casos, moram no interior das direcções de informação das tvs e rádios piratas que vegetam por aí, vendendo os seus sLopes à turba nos intervalos da Pub. que facturam que servem para alienar a sociedade que ainda não percebeu no alguidar de alacraus em que está metida.
Mas donde vem essa sensação de desconforto e de mal-estar? Quanto a mim - ela decorre duma coisa simples. Regra geral, os políticos, os agentes sociais, económicos, culturais, desportivos - em suma, todos aqueles que têm uma exposição pública em razão da sua função e status e aí desenvolvem as suas estratégias comunicativas, deveriam ser reais, mas, na realidade, não são. As suas verdadeiras características apontam para uma evidência que os faz actuar por detrás de máscaras de representação.
Sucede, porém, que por vezes essas máscaras vão ao chão, como aqueles pugilistas que ficam K.O. logo ao fim de 4 segundos. E é aí que encontramos gente do futebol, da política, do empresariado, das artes and so on...
A conclusão a que se pode chegar é a de que ao analisar com um pouco mais de atenção e rigor todas essas jogadas, lances, teatros de vão-de-escada e demais representações por parte daqueles players, é a de vislumbrarmos uma pessoa que conhecemos mal sentada na sanita a fazer croché
...
Foi isso que hoje senti com o recorte daquela peça sobre o dirigente do fcp e da forma como os homenzinhos da informação agendaram e racionalizaram o assunto.
Infelizmente, em Portugal esta conduta já é a norma. Zero estrelas, portanto.