O nojo da política
Na Madeira, aonde foi apoiar Jardim, deixou um aviso: o Governo da República "não pode relacionar-se com um governo regional da Madeira e dos Açores como se relaciona com uma direcção-geral ou com um qualquer instituto público".O presidente do PSD acusou o primeiro-ministro de não ter cultivado "o sentido de Estado a que está obrigado", ao ponto de "usar um comício partidário do PS, na Madeira, para fazer afirmações que relevam do seu cargo de primeiro-ministro. Esta deliberada confusão entre Estado e partido é absolutamente inadmissível", disse.
Marques Mendes referia-se à última vez que José Sócrates se deslocou à Madeira para apresentar a moção de estratégia ao Congresso do PS, onde disse "basta!" a Alberto João Jardim." [...]
- Notas miseráveis:
Na política, como na vida privada, há uma coisa que se chama dignidade e auto-estima. Alí vemos MMendes abraçando alguém que há meses ofendia e até injuriava o actual líder do psd. Como também injuriou meio mundo em Portugal. Até o então candidato à PR, Cavaco Silva, foi cunhado por sr. Silva, como se fosse um merceeiro da Morais Soares ou um cantoneiro do Funchal, ou um cangalheiro de Sacavém que o sr- Al berto quis humilhar diante das palmas que sempre consegue granjear pelos seus acólitos.os dependentes de subsídios e de favores do Al berto João
O espectáculo é humilhante e o que o sr. Al berto pretende do "contnente" é uma só coisa: $$$. Sempre foi assim, há 30 anos - numa pedinchice pegada.
Sucede que a ideia que fazemos da Política não é, definitivamente, a que MMendes faz - que sempre se rodeou de maus colaboradores que, porventura, o aconselham ainda pior: nuns casos por estupidez, noutros por ignorância e noutros ainda por pura perfídia - na esperança que o líder caía de tanto erro que comete, por isso assessoram propositadamente mal para antecipar essa queda.
Mas o dr. Mendes terá de ter mais cuidado, terá de ser portador de um conceito de dignidade em política que ele, naquele abraço, revela desconhecer. E não só é confrangedor como até dá pena assistir aquelas intimidades com alguém que na véspera o humilhou, ofendeu e até injuriou, como é apanágio do sr. Al berto da Madeira. Via aquele abraço - que em política reflecte o nojo da própria política - e pensava para os meus botões: o que é que Cavaco Silva pensará daquele abraço?! O que pensará ele de MMendes? Boa coisa não será, seguramente.
É claro que MMendes denota alí fazer o que for preciso para manter ou granjear mais uns votinhos. Ainda mantém o a. Preto como deputado na Assembleia, mas revela não ter consciência da impressão que causa junto dos portugueses, pois em política deve-se sempre desconfiar dos bajuladores mas também pôr de sobreaviso os difamadores de esquina, i.é, na vida particular como na vida pública um homem com carácter tem de saber lutar contra a complacência, o relativismo e o relaxe, antes de mais por uma questão de dignidade pessoal, de respeito para consigo próprio. Ora aquele abraço - depois do sr. da Madeira ofender, injuriar, gozar com tudo e com todos, e, portanto, também com MMendes, denuncia, em primeiro lugar, a noção de respeito que MMendes tem por si próprio, e depois pela imagem pública que através dele quis dar à opinião pública. Lamentável. Perante isso pensei: este homem só será PM de Portugal no dia de são nunca à tarde e quando um bando de corvos brancos mancharem os céus de Lisboa. Compreende-se que MMendes se goste de contemplar a si próprio, supondo que isso o leva a conher-se melhor, mas é nestas pequenas coisas que ele perde. Abraçar Alberto, fazer-se ladear por a. Preto, são tudo sinais dum declínio de consciência política gritantes. Por vezes cremos que os políticos, alguns deles, naturalmente, representam uma comédia cujo tema eles próprios escolhem, e às vezes escolhem a via da sua própria auto-destruição. Eis a forma como interpreto aquela imagem. Mais valia comentar eventos desportivos ou gastronómicos em feiras regionais. O futebol, o râguebi, a coudelaria, a tauromaquia podiam funcionar como alternativas à política. Se os assessores dissessem isto a MMendes talvez ele cometesse menos dislates, que mais não são do que tiros nos próprios pés. Feliz ou infelizmente, até para morrermos é preciso saber, e pelo que vejo só alguns conseguem ter essa dignidade.
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