Notas Soltas: os trocos da Europa burilados pela dupla "Zandinga & Gabriel Alves"
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Nas eleições francesas AV disse-nos que pela 1ª uma mulher (bastante interessante, por sinal) poderá ganhar as eleições presidenciais. E a importância desse acto envolve a Europa no seu conjunto, dado o peso relativo da França no Velho Continente.
Depois vieram dois elos encadeados: as entrevistas de Cavaco e de Santana. Daquele disse ser um profissional na política, e só diz o que quer porque a sua espontaneidade (leia-se, cultura política) - também não é mais elástica que permita improvisos. Portanto, Cavaco tencionou apoiar Socas e foi isso que fez, deixando MMendes a arder no caldeirão da oposição - levando-o até aos trópicos; de SLopes disse o que disse:
Andou por aí e chegou até aqui... Esta foi a melhor definição política sobre SL que já ouvi, confesso.E se nada mais dissesse AV já teria resumido toda a vida política de SL.
Mas importou referir algo mais conexo com ele: a circunstância de Durão ter pedido a Lopes que assumisse as rédeas do governo porque aquele estava a pensar pirar-se para a Europa. Enquanto que, para consumo interno, fingia apoiar AV para o cargo. É óbvio que hoje (como então) ninguém acreditava nas balelas de durão. A quem se poderá, porventura, inverter a fórmula que António Vitorino aplicou a Santana. Assim, seria: Durão chegou até aqui depois de andar por aí...
Aliás, temos explicado isso através da mentira na política, um tema que faz carreira na politologia moderna e contemporânea. Mas aqui o que me chamou mais a atenção foi o comedimento de AV e o pudor que ele depositou nessas articulações. Posto que se há alguém que sabe o que efectivamente se passou foi AV e, no entanto, teve aquela atitude diplomática, discreta, de auconstrangimento (ensinada no processo civilizatório de Norbert Elias e em Freud) - que contrasta com a conduta-espalha-brasas e auto-promocional típica em SLopes. Mas aquele sorriso - da 1ª imagem deixa-nos antever que temos memórias pela certa lá para 2030; na imagem infra relevamos a translucidez do analista. Que nos mostra como AV consegue ver simultaneamente dona Judite, Portugal, a Europa e o cozinhado de 7ª categoria que durão engendrou com Santana a fim de remeter Portugal para a cauda da Europa. Mas um dia a história julgá-lo-á, nem que seja pelos lucros cessantes de AV não ter sido o Homem da Europa como na altura se impunha. Quem perdeu foi Portugal. Mas a história é assim mesmo. E da história um dia George Orwell disse:
Ela já mostrou por diversas vezes que não é preciso grande coisa para meter milhões de homens no inferno de 1984: basta um punhado de vadios organizados e determinados que vão buscar o essencial da sua força ao silêncio e à cegueira das pessoas vulgares. As pessoas vulgares não dizem nada porque nada vêem. E se nada vêem, no fim de contas, não é por falta de olhos, mas, precisamente, por falta de imaginação.
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