terça-feira

Evocação de Freud e o nosso mal-estar...

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Vejam como ele deveria ser triste e melancólico, estando a olhar para quela estatueta mas podendo estar a sublimá-la noutra coisa completamente diferente.. Um pouco como cada um dos milhões de tugas quando avistam o Mª Carrilho lá ao longe. De facto, é ele que vemos mas o cérebro humano pensa logo noutra coisa... E na governação santana é que não é, certamente!!!
O pouco que sabemos aprendê-lo com filósofos, sociólogos e com politólogos. Com juristas nada, salvo quando estes vestem aqueles peles... Decorre isto dum mal-estar, não por causa do tempo mas pela lembrança de Freud, que devia ser um tipo tão interessante quanto apagado. Imagino o que ele diria às suas pacientes no divã no psicanalista... Gostaria hoje muito de saber quem o introspeccionaria a ele e de como reagiria à presença feminina?
Tirando estes apartes, de pouco ou nenhum valor ante a Obra do mestre de Viena, o seu método fica-nos como guia para tentar perceber melhor o homem, afinal centro de tudo. Mas é curioso que a forma como daqui olhamos para ele é mais sintonizada com a do filósofo do que com a do psicólogo. Ora isto entronca também com a linha interessante que Lou Marinoff, autor do Mais Platão Menos Pzozac sugere ao mundo: deixem-se de calmantes e outras drogas paralisantes da alma e do cérebro e leiam bons livros de Filosofia, se possível comprem a obra de Marinoff. Concordamos.. Até porque um tipo sedado não consegue ler...
Mas o Lou Marinoff é bom rapaz mas ainda tem de queimar muita pestana para chegar à estatura média dum grande filósofo. Ora o que ainda sublinhamos é a dimensão filosófica do psicólogo, Freud; e o Lou vem dizer-nos que é filósofo e depois vende-nos a sua receita como se fosse um médico prescrevendo o seu livrinho à malta. Não não está mal, não senhor!!!
Mas o nosso mal-estar é quase sempre o mesmo, ou seja, a insatisfação humana
resulta do nosso próprio programa de vida que é, regra geral, inviável especialmente quando procuramos harmonizar os nossos instintos com as normas em sociedade. Quem não gostaria de humilhar Mª Carrilho através de Bárbara!? E quem diz ela diz mulheres mais interessantes; ou na óptica das mulheres - aplicar o mesmo raciocínio a Brad Pitt, George Clonney and so on... E estender depois esses juízos rasteiros aos bens materiais, aos impulsos de poder mais recônditos do nosso cérebro...
Ora, é aqui que a porca torce o rabo. Quando se deseja um montão de coisas e não se consegue nada, emerge a frustração, os recalcamentos, as neuroses, as psicoses e outras doses...É esse quadro clínico de restrições - oriundos da mente e do corpo - que Freud nos ensinou a gerir na nossa relação com o outro. Como resistir à dor? ao desejo? à insatisfação? Todavia, não podemos andar sempre a desistir dos desejos, nem a ler o Marinoff ou a pensar nas formas de desancar no Mª carrilho... Ou a rezar ou a ir à missa - por ser lá que se encontram as melhores viúvas da cidade, como diria um amigo...
Então, como interpretar o marketing de Lou Marinoff??? Não será que ele nos anda a pedir que desistamos do desejo pelo consumo intensivo da filosofia? Ou recorrendo a outras realizações mais ou menos artísticas ligadas aos prazeres do esprit..
Resta uma opção: a fuga da realidade, o recurso ao delírio, o apego à religião, as drogas. E por falar em drogas, não se experimente ler os jogos de racionalidade de Mª carrilho, aquilo é intragável, é a sabotagem da própria filosofia.
Freud evoca o amor como escapatória para esse mal-estar da nossa civilização. Único capaz de refrear os nossos impulsos e instintos básicos. Posto que sabemos que a religião infantiliza as pessoas; a artes multiplicam personalidades boçais como as de joe berardo - mostrado alí no Cabo da Roca - danificando a paisagem e a marzia; o amor nem sempre é autêntico, não raro redunda numa apólice de seguros; as drogas são caras e tiram a erecção e degradam físicamente as pessoas.
E para agravar esta merdinha toda quando um tipo liga o televisor ou vê as entrevistas de Slopes ou os trejeitos bruxelenses que durão coloca no seu queixal para dar um ar (artificial) de estadista. Diante este cenário um pouco negro só me admiro é porque razão não há mais suicídios em Portugal...