A grande mentira de Durão barroso = Mentira da Europa e o valor da História
The writing of history, like any other form of human inquiry is a process of selection and interpretation intimitely bound up with the preocupations, preconceptions, and prejudices - what is more politely called the ideology - of the investigator. Ideology is the point where history and politics meet. in "The View from the Arena", review of Walter Laquer e G. L. Mosse, Historians in Politics; além dos seus clássicos What Is History?, 1961; e o seu trabalho maior: The Twenty Years' Crisis, 1919-39, An Introduction to the Study of International Relations, 1939.
historians approaches "the facts" like "fish on fishmonger´s" slab". The historian "collects them, takes them home, and cooks and serves them in whatever style appeals to him. E. H. Carr, What Is History, N.Y., Vintage, 1961, pág. 10Então, no affair de Durão/Santana/Europa/Iraque/Cimeira dos Azores - como é que o povo português poderá (e deverá) olhar para toda esta tramóia??? Julgo que aqui restam-nos três campos de hipóteses que devemos explorar no futuro próximo:
a) Esperar que os PM da Europa a quem durão foi "pedir batatinhas" metam a boca no trombone e façam desfilar os factos, as démarches diplomáticas feitas, as portas e postigos a que se bateram para que o seu nome - à sombra e gozando da protecção da dupla de arrastadeiras - Blair & G.W.Bush - fosse efectiva e vivamente apoiado para ser o titular da presidência da Comissão Europeia. Durão seria, assim, o homem-de-mão da América na Europa, uma espécie de "testa-de-ferro" que ajudaria G.W.Bush nos imbróglios em que o Império se iria meter, e de que o Iraque foi o caso mais paradigmático - dessa vacuidade política. Isto supõe tempo de espera, não tanto quanto o que é exigido na Torre do Tombo para levantar documentos da nossa História, mas algum até que a mentira venha completamente ao de cimo e os mentirosos sejam, de facto, por ela julgados. Um dia ainda gostava de ver José Hermano saraivada fazer um programa sobre a Europa, e de introduzir um capítulo sobre essa página negra da nossa estória escrita pelos punhos redondos de durão e das suas ânsias, arrogâncias e desmedidas ambições pelo poder, a qualquer custo. E o crime político não foi tanto por ele ter-se pirado com a mentira no bolso fazendo os portugueses de tolos (só alguns, evidentemente, o Macro cedo percebeu o que estava em jogo e logo o denunciou...) - mas a circunstância de ter deixado o país entregue a Slopes;b) A 2ª opção decorre da 1ª: é esperar que os responsáveis políticos por aquela Europa (e EUA) escrevam as suas memórias e contem mais mentiras, dado que nessa Europa estão Blair & Bush - e nenhum se arriscará, certamente, a questionar aquilo que eles entendem ser o seu próprio legado para a história política contemporânea: Bush quererá ficar gravado a lazer como o homem que combateu o terrorismo, na sequência do ataques bárbaros das torres do WTC; Blair quererá ficar ao lado de Bush nessa cruzada - que parece ter conduzido o mundo a um maior índice de insegurança global revelando, de per se, que as suas estratégias anti-terroristas não resultaram. Mais a mais, bin Laden ainda anda por aí, fazendo filmagens que promove e divulga via Al Jazeera... Qualquer dia ainda o vemos num spot Pub., ao lado do Papa pugnando pela liberdade interreligiosa e pelo diálogo intercivilizacional - numa conferência alí na Fundação Caloust Gulbenkian - onde o tipo discursará com uma máscara especial fazendo-se passar por G.W.Bush ante uma turba batendo palmas... c) A 3ª opção é a que aqui defendemos e temos vindo a explorar no plano sociológico e politológico e até filosófico: solicitar à melhor blogosfera, aos analistas, aos historiadores, aos homens bons de Portugal que coloquem a sua inteligência ao serviço da reconstrução desse puzzle negro na nossa história. E aqui, como diria um amigo que prezamos, Slopes é completamente irrelevante. Enfim, solicitar também aos políticos mais isentos e credíveis que temos (e António Vitorino é, seguramente, um deles, até porque não tinha ou tem ambições políticas desmedidas nem anda por aí aos caídos nem carece de cunhas para as Edps que também vegetam por aí a oferecer tachos de 2000 cts ao mês a pessoas sem nenhum perfil para o cargo..) - para tecer essa narrativa. No fundo, o que se pede aos historiadores, e aqui José Pacheco Pereira poderá dar um contributo especial, seja no seu blog Abrupto, seja nos media onde frequentemente intervém, e nos artigos, ensaios e livros que escreve, é que teçam essa narrativa em prol do rigor da História de Portugal. Querer meter aqui o livro de Slopes é até uma ofensa aos historiadores e à própria noção de História que aquele certamente desconhece. Dado que a história para ele é uma coisa que eu cá sei mas que aqui a minha educação me impede de dizer.. Vejamos agora a melhor representação artística que pode reflectir a forma como muitos de nós vêem a relação de durão com a Europa: um cego que procura um "olho" ... Mas como a Europa também está cega ficamos todos paralisados. Durão encarna essa paralisia.
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