quinta-feira

Criação duma Sociedade de mentirosos: Objectivo: embuste político

A mentira na política é um tema que cada vez ganha mais foros de cidade no seio das Ciências Sociais e Humanas. Pelo seu recurso boa parte do nosso escol político convenceu-se que consegue mais facilmente ganhar eleições,iludir o povo alienado que vota, capturar o poder, manter-se nele e, se possível, reforçar as suas condições de durabilidade.
Sampaio esteve 10 anos em S. Bento. Como? Com que valia e resultados para a nação? Ninguém responde, ninguém sabe. O que se sabe é que sampaio fala muito bem inglês, e porque é hiper-emotivo chora fácil, e os tugas condoem-se com essa ternura auto-paralisante. Guterres, mais por vocação e cansaço, evadiu-se do poder na sequência da derrota dumas eleições autárquicas (em 2002), mas também porque queria mudar de carreira e foi trabalhar para um sector em que manifestamente tem vocação: a solidariedade humana da ONU. É desculpável..
Durão barroso, foi o pior de todos, porque utilizou a mentira de forma mais sistemática, capciosa, com mais maldade e com maiores danos para Portugal - enquanto que em termos pessoais beneficiou dessas mentiras - que também tiveram o enquadramento da guerra do Iraque e da cimeira dos Açores de que foi mordo-mor, mas que acabaram por servir de respaldo à sua deslocalização (e legitimação) para Bruxelas - onde está agora - diante uma Europa que ajuda a paralisar diáriamente.
Temos assim - em Portugal - um quadro politico-institucional gerador de mentira política. Um quadro político que alimenta e se retroalimenta do recurso à mentira (por acção e por omissão) mas que, em qualquer dos casos, já integrou o sistema político como uma espécie de normativo constitutivo. Ou seja, é já parte integrante do sistema político português a utilização ostensiva à mentira para fazer política. É um ar que se respira, qual prolongamento da vida privada na esfera pública. É natural..
Na prática, a mentira política elevou-se à dignidade de categoria funcional que aqui temos vindo a teorizar de forma original, creio. Nesta óptica, e até com alguma ironia, apesar de falarmos de coisas sérias, estas práticas poderão até conduzir à criação duma sociedade de mentirosos - cuja tarefa exclusiva deveria ser o embuste. I.é., para se levar a cabo certos objectivos ou projectos o recurso à mentira seria o instrumento ambicioso mais adequado. Uma instituição respeitável, um órgão de soberania que concorreria, doravante, com o Executivo/Governo, a PR/Belém, a AR/Parlamento, os Tribunais (que nem para a casa Pia servem) e, claro está, a indústria parecística de Vital MOreira & Gomes Canotilho e compaª (e Marcelo por omissão) através do seu assento domingueiro na rtp.
1. Fica-se uma década em Belém (sampaio) tentando fazer ver ao povo que não há alternativas;
2. Foge-se para Bruxelas e deixa-se Portugal a arder (durão) por imperativos políticos que ninguém conhece, senão o próprio;
3. Um edil da Figueira da Foz (santana) - onde andou a plantar palmeiras - e que depois veio parar a Lisboa - lavrando aí um buraco maior do que a cidade - pretextualizando que com ele à frente da autarquia melhorariam as suas condições de vida, de transportes, habitação, etc... Acabou PM. isto faz-me lembrar aquele paciente que deu entrada num Hospital para ser operado ao pé direito e acabou operado ao pé esquerdo; ou aquela situação mais grave doutro paciente que por causa dum rim é operado à cabeça e morre.
Ora bem, todas estas mentiras na política - pressupõem que haja uma capacidade de repetição e de disseminação de falsos acontecimentos, projectos, intenções ou vontades na ordem da própria esfera pública, que assim disseminam o "virús" e serve de correia de transmissão de lorpas, de actos falhados, de malentendidos, de erros, omissões, de conflitos e de questiúnculas (ex: Santana vs henrique chaves), de impreparações, em suma, de um banho de incompetência que foi, na realidade, o que esteve na origem da queda sem dignidade do governo a prazo de Santana depois deste ter sido empossado monarquicamente por sampaio e já com Durão a rir-se no seu cadeirão de Bruxelas. Tudo culminou numa grande mentira chamada - Portugal. Caucionada por Belém e desencadeada pelas desmedidas ambições de barroso.
Tudo isto foi e é indigno de portugueses que se julgam de bem. Estas pessoas, mais cedo ou mais tarde, serão julgadas pela história - independentemente da vontade do historiador A, B ou C - puxar mais para o amigo D ou E.
O que aqui releva e tem valor científico e/ou politológico decorre não tanto do facto de essas mentiras terem um rosto: sampaio, barroso, santana.. - mas do facto de a mentira se estar institucionalizando no sistema político português e de aí criar raízes que já começam a ser preocupantes. Um ex: comezinho: toda a opinião pública conhece os actos ilícitos cometidos pelo deputado do psd A. Preto. A justiça é morosa, mas os jornais já descreveram os factos, as circunstâncias e estes não são conformes à lei. Então, para salvaguardar valores maiores, não seria mais razoável que o dito agente suspendesse o seu mandato até trânsito em julgado? E o que faz MMendes - seu líder - a este respeito? Subscreve, o mesmo é dizer - aceita o facto como uma realidade normal na vida pública. Incentivando, assim, casos análogos a merecerem o mesmo registo comportamental. Ora isto é tão inadmissível quanto inaceitável e desviante num estado de direito. É mesmo uma prática corrupta indutora de mais corrupção política.
Salvo se se pretender tornar a mentira obrigatória e suscitar aos mentirosos imperturbáveis que mintam cada vez mais, de preferência por todos os poros da pele, porque haverá sempre pequenos líderes, partidos, instituições, organizações e núcleos de interesses ou corporações que apoiarão sempre essas práticas corruptas que estão hoje a minar a política, a economia, a sociedade e a cultura portuguesas.
Logo à noite os portugueses irão por certo assistir à representação mediática duma falsidade salutar, dum panfleto sui generis, enfim, dum exercício artesanal ligado à arte da mentira e da dissimulação em política. Sendo que para o efeito urge condimentar esses desvios com rumores, com zuzuns, boatos, falsidades, malentendidos e também esquecimentos e omissões - típicos das mentiras úteis a que sempre recorre quem esteve, está ou aspira a regressar ao poder. Nem que seja pela porta do cavalo, que é como quem diz - pela porta da rtpúm...
Confesso, que por vezes me envergonho profundamente de ser português. E se alguém me pudesse converter num espanhol para me evadir destas torpezas degenerativas que partem um país e o deixam em frangalhos - não hesitaria.
Será isto anti-patriotismo?! Creio que não. Até porque a mentira, é como o poder, também tem limites.

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Hoje, é dia de repôr a máscara e voltar a desencatar os fantasmas do baú e tentar recriar a história num exercício de auto-introjecção psicanalítica que é mais aconselhável ser curado no divâ no psicanalista do que nos estúdios da rtp - pagos com os impostos dos portugueses.