domingo

O maior Português do séc. XX

Elegeria Fernando Pessoa porque, como todo o sonhador, o nosso mister é criar...

Ora aqui temos um grande português: Fernando Pessoa. E depois da minha mãezinha atiro para o Pessoa pela sua estética do desalento, já que se não podemos extrair a beleza da vida, busquemos, ao menos, como diz Pessoa, a beleza de não poder extrair beleza da vida. E como estamos num momento de crise, e até de recessão, façamos do drama da nossa própria falência uma vitória, algo positivo e ergamos, com colunas e majestade, essa pujança espiritual e por via dela a outra: a pujança material.
De facto, a vida dá-nos uma ilusão de eternidade mas o que recebemos - à nascença - é logo o selo da morte numa dessas celas de reclusão sob a capa da liberdade. E é hoje sob esse manto da liberdade que tecemos os nossos sonhos, os nossos desenhos esculpindo aí o nosso esquecimento neste tempo que passa.
O Pessoa, de par com Camões, Pre. António Vieira e o Eça de Queiroz - integra os quatro génios na galeria de ilustres portugueses que hoje nos permitem sonhar com qualquer coisa, com a activação de um esforço, de uma intenção, de um voluntarismo que permite criar, querer e desejar e, assim, revelar alguma Obra.
Mas confesso que após ver a senhora dona Maria Eliza, depois de regressar da embaixada portuguesa em Inglaterra e dos grandes feitos do sr. nuno Pinto da Costas - ao serviço do do FCP (e da violência larvar que tem gerado no futebol nacional) a minha mente ficou baralhada e, agora, já estou como aquele rapazola que atira no Camões, por causa do feriado. Vá lá, ninguém se lembrou do sr. major Valentim Loureiro ou na ruína histórica do madaíl.. Ou da Lola. Lola!! Quem é a Lola?! O Eça que responda...
Alguém se lembra por aí do António Aleixo...
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O INFANTE
(pioneiro da teoria da globalização, acrescento eu)
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.

Deus quis que a terra fosse toda uma,

Que o mar unisse, já não separasse.

Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,

Clareou, correndo, até ao fim do mundo,

E viu-se a terra inteira, de repente, Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te portuguez..

Do mar e nós em ti nos deu sinal.

Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.

Senhor, falta cumprir-se Portugal!
Fernando Pessoa