segunda-feira

O Algarve (in)finito

Durante anos tinha Albufeira como ex-libris. As férias, os amigos, as amigas, as jogatanas de bola ao cair da tarde, a noite, as noites, as noitadas, as noitaças. No outro dia - marchava-se para a praia pela tarde, e o relógio voltava a monitorizar religiosamente as mesmas horas: os amigos/as, as jogatanas, a noite, as noites, as noitaças... Era assim dias e dias durante semanas. Durante anos, muito cosmopolitamente. Tínhamos amigos pescadores, estrangeiros, do Norte, do Centro, de Lisboa - (sempre os mais afectadinhos, coitados!!) - aquilo era uma Torre de Babel. Hoje até parece que a areia é diferente, se bem que em cada palmo de areia haja estória, em cada curva do passeio marginal também, e entre a praia da Oura e Albufeira - por mar - não haja só história, mas um mar de historicidades que nem o José Hermano Saraiva despachava em 2 dúzias de documentários pro-históricos no Canal 2. Loucos foram os anos 80. Aliás, os melhores anos, as melhores décadas são sempre aqueles em que fomos os protagonistas. Aqui somos todos egoístas, os menos avisados chegam mesmo a ser narcisistas. Hoje, tudo memórias do tempo que ainda vai passando debaixo destes tórridos 40º. Volvidos 20 anos sobre esse regabofe cosmopolita, um amigo - que regressou de lá ontem, diz-me:
  • - Descobriu-se que o Algarve só tem água para mais uns mesitos...
  • - Retorqui-lhe: então e terrenos!!! - teremos espaço para quanto mais tempo?! Não me respondeu... Não me importava de lá regressar agora para saber, ou fingir que sabia...