quarta-feira

A psicopatia política do PCP

  • Oportunamente teorizamos aqui extensamente os contornos da personalidade borderline (e doentia) de Fidel Castro. Hoje essa comparabilidade impõe-se, desta feita com jerónimo de sousa, devido ao grosseiro episódio político que graça em Setúbal, em que o secretário-geral do PCP destituiu o legítimo mandatário e autarca cessante por razões e critérios de política interna altamente discutíveis.
  • Tanto num caso (Cuba) como noutro (o PCP de jerónimo) existe, quanto a nós, um padrão global de desrespeito e violação dos direitos dos outros, das regras e procedimentos que fazem da democracia um sistema vigiado, transparente e controlado pelos cidadãos, coisa que não sucede com as organizações e o modus operandi do PcP. Desde sempre. Aliás, trata-se de um partido que soube fugir (e até ludibriar) a ditadura mole de Salazar - com todas aqueles tipografias clandestinas dispersas pelo país, mas depois não soube criar no seu seio um esprit saudável de democracia interna e de renovação democrática que, por exemplo, Luís de Sá tinha antes de ser ceifado em tão tenra idade... Por isso, esta reflexão é inteiramente dedicada à sua memória de homem bom e inteligente. Sei que trabalhou com o actual catedrático José Adelino Maltez, que é quem actualmente mais produz ciência política em Portugal, tentou entrar como docente no ISCSP - mas o caminho foi-lhe barrado pelos velhos do Restelo, animados pelo espírito salazarengo que a queda do império também não soube apagar daquela instituição e da maldade e da memória dos homens mesquinhos.
  • Mas que padrão psico-político é esse que faz com que, por exemplo, aquele desrespeito espelhado por jerónimo de sousa se desenvolva como se se tratase dum processo normal em democracia???
Ou seja, que patologia atacou jerónimo de sousa e o pcp em geral na delicada e surpreendente questão autárquica de Setúbal? Há, em nosso entender, um conjunto de razões que o justificam. A saber:
  • 1. Uma incapacidade genética em conformar-se às normas sociais, às leis e processos verdadeiramente democráticos. Ao que o pcp se defende dizendo que pratica uma democracia interna, só que o seu conceito de democracia é a democracia popular à moscovita, sem pluralismo nem diversidade de opiniões, o que equivale a dizer que estamos diante uma questão semântica, mas a prisão está lá na forma de "centralismo democrático";
  • 2. Depois o pcp, como faz Fidel, dos Santos em Angola, Kim Jong-Il na Coreia do Norte - que o sr. Bernardino diz ser uma democracia (e eu pergunto-lhe se ele já tirou a 4ª classe, está contando anedotas de portugueses no Brasil ou se ensadeceu...) - recorre sistemáticamente à falsidade, à mentira, à intriga, às falsas identidades, aos enganos deliberados - tudo para proveito próprio e com o fito de enfraquecer o adversário, ainda que ele seja um membro do interior do partido - embora com um pendor renovador e pouco conforme ao estilo da liderança do sr. j.sousa;
  • 3. À incapacidade estrutural em fazer projectos e a uma certa impulsividade na tomada de decisão que, por ser arbitrária, assume tiques de prepotência;
  • 4. Depois da impulsividade, típica das ditaduras, sobrevém a irritabilidade e agressividade e o ataque em matilha, se necessário com lutas físicas ou assaltos até às identidades da intimidade das pessoas. Aqui o Pacheco Pereira, titular do blogue-célebre mais desinteressante da blogosfera, poderá desenvolver este tema, já que é um grande especialista em comunismo, especialmente naquele que se desenvolveu na grande cintura industrial de Lisboa. Resta saber se o que tem publicado sobre o assunto já está ainda mais desactualizado do que o próprio pcp, o seu actual líder e o partido no seu conjunto;
  • 5. Depois o pcp revela um desprezo e uma negligência pelos valores autenticamente pluralistas e democraticos que até chateia, embora nunca o assuma - a fim de dar a entender ao povo que são os pioneiros dela e estão sempre na vanguarda politico-ideológica na luta pelos ideais e dos interesses das classes sociais mais desfavorecidas. É, pois, o partido mais falso e ronceiro da democracia portuguesa, tiques que lhe ficaram de 40 anos de ditadura, em que as fugas, as falsas identidades, as máscaras, os vested interests, eram o pão-nosso de cada dia, sem os quais não se garantiria a própria sobrevivência;
  • 6. Além deste desprezo emerge aqui um novo factor, já que não era comum ver-se essa faceta do pcp ao nível do poder local - onde, aliás, tinha fama de organização muito responsável, ou seja, no caso de Setúbal - que deve esconder muitas outras coisas, aflora uma irresponsabilidade gritante decorrente pela incapacidade de manter um trabalho consistente ou honrar compromissos políticos previamente assumidos com as populações em sede de eleições. Basta-nos o barroso para quebrar os vínculos democráticos, agora temos também o pcp, prova provada que são ambos farinha do mesmo saco...
  • 7. Por último, há uma característica gritante que avulta no pcp, e que é a sua congénita falta de remorsos, incapacidade para reconhecer erros no passado, e, desse modo, revelar-se indiferente não só aos maus tratos infligindos pelo sistema comunista no decurso do séc. XX, como também admitir os erros craços que cometeram com o destrambulhado gonçalvismo, em que esses ditadorzecos de esquerda expropriaram, sacaram, queimaram, sanearam e o mais deixando completamente extropiada e exangue a economia e a sociedade portuguesas, alguma dela consegui refazer-se no Brasil.
  • - É, portanto, este conjunto de factores ou características que colam bem ao pcp, e explicam a sua atitude no caso da demissão do autarca Carlos Sousa - um caso histriónico e de psicopatia política - a que os psiquiatras vulgarmente denominam de personalidade anti-social (e anti-democrática).
  • - Será que jerónimo de sousa é um desses psicopatas - que anda aborrecido por a comunicação social não lhe ligar nenhuma - e encontra aqui agora um fait-diver para mais um take (adiado ou retardado) de queda do muro de Berlim à potuguesa???
  • - Será que o camarada jerónimo "stalin" - pretende ingressar em algum filme pensando, dessa forma, que com as velhas narrativas comunistas verdadeiramente antidemocráticas - se tornará uma celebridade? Talvez o torneiro-mecânico que há muito perdeu os calos das mãos saiba que para se ser um psicopata político tem que se procurar as chamadas experiência out of area, i.é, buscar experiências fora de controlo, que ninguém espera, (nem os próprios, como Carlos Sousa reconheceu) a fim de baralhar a identidade pessoal e política dos visados, da sociedade, do Estado e até da organização da própria memória colectiva - que pretende recriar em função também dos objectivos políticos ou dos reforços de liderança.
  • - Não o sabemos!! O que sabemos, contudo, é que se trata de uma sintomatologia verdadeiramente estranha, vinda dum partido estranho, conduzido por um homem estranho... Tudo coisas demasiado estranhas para serem toleradas em democracia.

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  • Post dedicado a Luís de Sá e a todos os verdadeiros comunistas que um dia identificaram esse regime e sistema de governo do Estado e da sociedade com o bem comum, e não com os métodos e os processos de concentracionarismo partidário para reforço de lideranças estranhas com fitos igualmente estranhos aquele interesse comum.