Sexo, religião e ciência - três magnetismos
Ou sexo, mentiras e vídeo...
Sexo, religião e a ciência (ou sexo, mentiras e vídeo...) são os três grandes motores da vida. Sem eles não estaríamos cá. Vejamos cada uma dessas vertentes e os seus pontos de contacto com o todo a que dizeem respeito. Daqui não decorre nenhuma reacção ao enunciado primitivo do problema lançado ontem pelo Papa e pelo Estado do Vaticano proibindo a entrada de padres homosexuais nos seminários. Não vale a proibir a sua entrada, porque o mal/"bicho" já está dentro da maçã. Trata-se, pois, duma falácia.
A questão assim colocada não resolve absolutamente nada. Só gera confusão entre os crentes e potencia a hipocrisia da igreja, tradicional aliás. Seria como pedir ao Santana Lopes que ao entrar na Kapital fizesse ao porteiro uma jura de que não iria consumir uma bebida ou mirar as mulheres interessantes que por lá se passeiam; ou pedir ao Mário Soares que se excusasse de tentar colar uma imagem de autoritário e inculto a Cavaco nestas eleições presidenciais; ou pedir a Aníbal que evitasse falar do País através das lentes da economia; ou sugerir ao Maria Carrilho que deixasse de ser petulante e cagãosinho e começasse a estudar Filosofia...
Não valeria a pena. Todas essas características são mais fortes do que eles, integram mesmo a sua estrutura genética. Resumem a sua essência. Nada há a fazer, senão aceitar as pessoas tal qual são. Podemos é pedir-lhes que não falem só de mulheres, só de cultura barroca, só de economia ou só de pseudofilosofia e de estética da vaidade.
Vamos, pois, por partes. Comecemos pelo sexo - que é a actividade que origina o início do começo de vida para qualquer ser humano (animal e vegetal). O sexo e a fome são os mais fortes apetites, logo evocam os mais fortes sentimentos de adesão ou de rejeição. Mesmo entre a padralhada hipócrita que se esconde por entre o escuro das batinas, a coberto da quais praticam os mais hediondos crimes sexuais nas suas aldeias, nas suas paróquias - durante anos a fio, gozando sempre da cumplicidade do silêncio (que por vezes tem de ser comprado a peso de ouro). Naturalmente, há muitos padres castos, mas muitos não o são e utilizam a sua posição e função espiritual para catar crianças e desencaminhá-las pelos caminhos do pecado.
Mas ao passo que a fome tem conduzido a guerras e revoluções, o mesmo não decorre das relações com o sexo. Este tem pouca relevância política. Ou melhor, apesar de ser crescente essa sua afirmação - a sua verdadeira importância é mais de natureza ecológica. Ainda assim, trata-se da mais poderosa força impulsionadora da vida; sem o sexo, pura e simplesmente, deixaríamos de existir. Eis a 1ª verdade de lana caprina que aqui enunciamos. Mas é assim.
Depois, o sexo tanto pode ser sublime como o mais grosseiro e até criminoso, como por vezes se descobre que certos padres são pederastas. E quando isso se descobre já os crimes têm anos, as crianças - além de fístulas no rabo - ganham cicatrizes na alma que ficam para toda sua vida. Além duma vergonha para a igreja séria, honesta e dos seus elementos mais castos, estes crimes são verdadeiramente lancinantes e deixam brechas que nunca mais chegam a sarar. De certo modo, também atingem a imagem do seu fundador de há 2000 anos...
Ora as religiões cristãs nunca souberam lidar com estes equilíbrios precários. Nunca souberam encontrar a atitude mais sensata e coerente perante estes desafios, que são de sempre, apesar das novas roupagens com que são vestidos. Na prática, essas religiões cristãs consideravam pecado as relações sexuais antes do casamento, e sancionavam-nos após o laço matrimonial.
E tudo o que se referisse à fornicação seria sempre um pecado diabólico. A religião foi responsável por estes tábus. Mais graves do que os de Cavaco, naturalmente... Enclausurava os conceitos e ocultava certas práticas, hoje isso vem tudo à superfície numa manifestação de revolta e de busca da verdade. Os jovens hoje querem é libertar-se dessa canga, dessa rede de tábus que nunca chegaram nem a observar nem a entender. Por isso, nem sequer consideram ser a Igreja quem tem a legitimiade moral para falar disso. Isso, pura e simplesmente, diz-lhes respeito só a eles e às suas famílias. São coisas do foro mais íntimo onde nenhuma instituição (laica ou religiosa) tem o direito de entrar e ditar regras, normas ou condutas.
É assim que os jovens hoje pensam. E é assim que entendem e vivem a sua liberdade sexual. O que não significa que as suas ideias sobre o sexo não sejam tremendamente confusas. Mas já nãocom aquela carga de tensão por se considerar, como nas gerações anteriores, que o sexo antes do casamento era pecado. A castidade também deixou de ser uma virtude, antes pelo contrário. Pergunte-se a um jovem de 15/16 anos se já teve algum tipo de relação sexual. Se a resposta for negaativa - ele verá como é gozado e dimuído perante os seus colegas e a sua comunidade de amigos, interesses e de relações. Alguns, certamente, mentem porque sabem que isso lhes faculta a inflação do ego junto dos amigos, e sinaliza a sua masculinidade junto da comunidade.
Ao tempo dos nossos pais, ou seja, aquelas pessoas que nasceram na década de 40 do séc. XX - a prática era recorrerem ao bordel, que era uma instituição aceite. E aí se pagava para ter relações sexuais com as costureiras de serviço que, nas horas vagas, e nos intervalos das rendas, bordados e outros crochés - lá se deitavam com o dinheiro que lhes dava um suplemento de alma que as ajudava a pagar as despesas da casa e a comprar mais tecidos, agulhas e até uma máquina de costura industrial, para depois se libertarem dessa exploração sexual e serem elas a abrir um novo bordel.
A coberto, já se vê, desse negócio emergente das modistas de escala que vendiam os rabos para fora... Na altura, comiam todos: a pide, a alta administração pública, os empresários, os profissionais liberais, os deputados do regime, os ministros de Salazar e o mais. Parece que Salazar era o único casto, e, por isso, não frequentava esses salões de chá servidos com quartos nos fundos.
Falando com pessoas dessa geração ainda me lembro da tabela de preços que uma meretriz de rua levava para esse tipo de serviço: 7,5 esc. Isto, claro, era no tempo das gerações passadas. Hoje, presumo, que os preços do sector andem pela hora da morte. Segundo relatos e leituras que fiz, uma boa noitada com traços cosmopolitas, pode custar o preço de um PC de última geração. E duas noitadas nessa marosca a coisa pode ficar pelo preço de um Computador Portátil alí na Fnac. Ora isto é um roubo... Não há "rabiosque" que valha um PC de última geração. Talvez por isso tanta gente morra por causa dessas incursões prazenteiras que terminam nos bancos dos hospitais - antes de darem entrada nas capelas das igrejas com o visto: morreu de sida.
De facto, os tempos mudaram, e com ele as práticas e também a tabela de preços. Dizem, nas altas rodas do sexo, que uma noite com profissionais desse calibre, pode custar 1000 euros noite... Ora isto é um escândalo. Com esse dinheiro zarpava até Paris ou Lyon, ou onde não houvesse queimadas nem carros a arder, e vinha de lá com uma catrafada de livros, com a garantia adicional de não apanhar nenhuma doença mortal. Salvo se as páginas de alguns desses livros, menos católicos, tivessem manchadas de veneno nas suas extremidades e ao folheá-las ia desta para melhor, como Umberto Eco retrata no Nome da Rosa. Agora parece que já há pra aí umas versões alternativas mas com outro nome: O Nome da Catalina.. mas que ainda aguarda entrada nos cinemas. Talvez quando se descobrir os verdadeiros autores da corja de pedófilos que originou a Casa Pia - que nos ensombram e que a Justiça também não consegue deslindar.. Até lá, o Jorge gabriel substitui o Carlos Cruz naquelas publicidades de marcas de seguros e outros xaropes pagos a peso d'ouro.
Portanto, o sexo resolvia-se com uma ida aos bordeis de então que parece, aliás, eram muito gabados pelo sr. dr. António Oliveira Salazar. Era a saúde pública que estava em questão.. Mas desconhecemos se ele os frequentava - ou se só recorria à sua governante Maria - que morreu sózinha e abandonada, coitada!!.
Mas sabemos que alguns dos seus ministros, que são os restolhos do costume que aparecem naa televisões a espernear e a repetirem sempre a mesma cassete sobre a Nato, o Papa, o ensino superior, a segurança, a defesa e o raio que os parta... Esses tinham gold card nas casas da especialidade, e até trocavam com os amigos a mesma mulher num espaço de minutos. Tudo isso se fazia então sem qualquer preocupação de utilização do preservativo, tamanha era a descontração que esses actos inspiravam nesses altos titulares do regime de Salazar. Ia-se a um bordel como quem dava uma aula na faculdade ou fazia uma conferência no CCB. Tudo era decente. E quanto menos as ditas raparigas/meretrizes soubessem de sexo melhor, mais atraentes eram consideradas pelos então ministros mais políticos do regime.
Os vícios dessa gente com gostos e hábitos promíscuos - que hoje vegetam pela - casa dos "oitentas" - ainda são os mesmos, a idade é que já é outra e as molas da vida já não permitem grande vôos, mesmo a toque de caixotes de Viagra... Com certos restolhos, já nada há a fazer. E o Viagra que tomam é mais para as conferências que fazem, do que para qualquer outra finalidade mais própria.
Mas todos esses costume se arrogavam de uma certa pretensa moralidade e provocavam imenso sofrimento. Pois não é por acaso que muitos desses ministros de Salazar - sofrem hoje de um duplo problema: o sofrimento de nunca terem sido Presidentes do Conselho, ou seja, Primeiro-Ministro; e também pelo agravamento da idade e da senilidade que os faz sentir uns impotentes mentais, tramados pela biologia que lhes roubou as virtudes promíscuas de outrora - quando frequentavam os tais bordéis muito consentidos pelo velho Botas e por alguns dos seus ministros mais políticos, como referi.
Hoje, esses restolhos da política à portuguesa não passam de uns psicopatas, cruzando as linhas da política com as do ensino e do casino, procurando influenciar decisões, controlar pessoas, arrebatar avenças fundacionais, enfim, mexer os cordelinhos para garantir financiamentos que os alimentem sentados que estão à manjedoura do Estado. São o que poderemos designar os parasitas e os psicopatas da política luso-tropical que ainda vegetam em Portugal. E com uma particularidade: essa gente consegue manter-se à tona quer com o PSD quer com o PS - aliando-se ora com um ora com outro, consoante as conjunturas e a ocupação do poder por cada um daqueles dois partidos que integram o chamado centrão político em Portugal.
Quando vejo esses cromos da política lusa, dissertando sobre defesa, negócios estrangeiros, ensino superior, cultura, academia, moral, religião, Estado - só me lembro duma coisa: a penicilina. Foi isso mais a pílula - e todo o código de moral sexual que se começou a desarticular com a queda do regime.
Ao temor da gravidez sucedeu-se o temor das doenças (não venéreas) mas infecto-contagiosas, como o HIV e hepatites várias que assumem contornos, velocidades e dimensões verdadeiramente alucinantes do corpo humano, conquistando-o, colonizando-o até à morte. Por vezes essa colonização do corpo pelo vírus é tão veloz quanto medonha; por vezes, quando Deus quer, a coisa é mais retardada, apesar dos custos pessoais, de sofrimento e até de estigma social que isso implica.
Isto serve para demonstrar uma outra coisa: é que a história já não se faz tendo por referência a memória que temos dos ministros de Salazar frequentarem os bordéis, e de aí contraírem doenças venéreas, respaldados por uma moral sexual que os ajudava a manterem essas práticas, daí resultando muitos filhos ilegítimos.
Tudo isso serve também para mostrar quão frouxas são as nossas convicções morais neste capítulo. A história, dizia, já não se faz nas capitais do mundo, as mesmas que tinham colónias, mas sim nos grandes laboratórios que hoje pagam multas por cartelização, mas é aí que se descobre coisas como a penicilina e a pílula. É isso que me faz lembrar a cara de certos restolhos antigos ministros de Salazar, e alguns creio que ainda não morreram, ou julgam que não - apesar de ainda estarem vivos e a esperniar.
Toda a libertação sexual que veio depois, já com as pessoas que nasceram nas gerações de 60,70 e 80 - conduziu o homem a grandes restrições sexuais, factor-chave da história da vida humana nos nossos dias.
Portanto, quando a igreja vem colocar a questão da proibição dos padres aos seminários no exacto termo em que a coloca, apenas está a dar um tiro no pé. Não consegue ter um método fiável que crive o trigo do joio, dado que muitos padres ocultam essas suas verdadeiras tendências homosexuais. E como o rótulo não está chapado na testa, como aqueles letreiros das leitarias antigas da baixa lisboeta que o jumento costuma fotografar e eu conheço de côr e salteado, inúmeros são os padres que entram para esses seminários - que depois são recebidos por outros que tais - que já lá estão dentro a aguardá-los segurando com o chicote numa das mãos e a vaselina na outra. É evidente que isto será uma caricatura, mas como todas as coisas forçadas comportam inúmeras verdades. Não se trata de invenções queirosianas ao estilo dos melhores romances do séc. XIX..
O que me melindra mais, até porque sou crente e entro imensas vezes nas igrejas, embora não precise de vigário, ié, de intermdiário para falar ou mediar as minhas orações com o Senhor - se é que ele me escuta - são os inúmeros fingimentos explorados pela Igreja, as suas terríveis hipocrisias e mentiras - que este nosso Cardeal D. José Policarpo está a procurar aplacar - com cultura, inteligência, talento e até algum laicismo tático. É tudo isso que me choca, as hipocrisias sexuais que se ocultam, embora falando delas como se isso fosse algo exterior à igreja. Esse pecado da ocultação faz com que muitas pessoas - como eu - e milhares de pessoas vejam a instituição igreja como uma entidade geradora de uma moralidade falsa, dual, perversa e, por vezes, pouco personalista e muito intolerante com a diferença.
Analisada a questão do sexo e, de certo modo, da religião e da igreja dos homens, não de Deus, é agora útil integrarmos a outra perna deste trio: a ciência. Começo por dizer, que religião e ciência não são contraditórias, são apenas duas poderosas lentes de compreensão da realidade e do mundo e têm apenas diferentes modos de agir sobre ele a fim de tornar mais facilitada e feliz a vida ao homem. Nem sempre com o sucesso desejado, bem entendido!!
Mas existe uma pergunta de partida, tal como o sexo interpelou a religião: a de saber como é que as novas gerações podem reconstruir o mundo, atolado que está num lodo imundo? Ou seja, sobre que valores, pressupostos e normas se pode construir esse novo mundo?
Como sabemos, as respostas da religião são sempre parciais. Ou seja, ela não contempola toda a humanidade, ou pelo menos as suas opções só agradam a uma parte dessa mesma humanidade. Logo, é uma solução parcial.
Contudo, um mundo criado pela Ciência - só poderá ser dirigido com fiabilidade e segurança através do espírito e do método da ciência que cria a sua própria ciência. Na prática, isto significa uma outra verdade comezinha: é impossível criar um mundo novo através da ciência e depois dirigi-lo com base em princípios obsoletos e de tipo sentimental, cujas soluções invocam o medo, o poder, a ambição, o domínio, etc. Um pouco como faz certa igreja.
A ciência, (e aqui superioriza-se nitidamente à religião) apresenta dois grande valores que podem contribuir para a construção desse novo mundo: o seu espírito e o seu método. Aquele comanda a vontade, impõem o respeito mútuo e a normas básicas da solidariedade humana. Este, o seu método, oferece os dispositivos científicos e tecnológicos para a descoberta da verdade que a cada momento marca o ritmo da história da evolução humana.
Por isso, é que os cientistas (lato senso), e não só os de física nuclear ou os imunolgistas e conexos, tendem a formar uma comunidade única de saber que não conhece fronteiras de espaço e de tempo. Apesar de cada um de nós viver num dado lugar, e trabalhar a um determinado ritmo. Mesmo vivendo todos marcados por uma dada época, estranho seria se hoje tivéssemos a viver pela 1ª vez os problemas colocados por Issac Newton, Pasteur ou Albert Einstein.
Em todo o caso, qualquer um desses cientistas, ou outro mais no domínio das ciências sociais, como foi o matemático e filósofo Sir Bertrand Russel, pode estar mais perto de mim do que a padeira que me vende o pão, ou o senhor do talho que me corta os bifes de perú, que ainda são os melhores para quem tem elevados níveis de "castrol" no sangue. Julgo mesmo que os cientistas conseguem discutir qualquer problema de modo pacífico, entre si e com os governos que por vezes lhes dificultam a vida, privando esses sectores de meios financeiros para prosseguirem as respectivas investigações. Os cientistas têm, pois, aqui uma vantagem relativamente aos homens de culto, e decorre do facto de não terem de discutir as suas virtudes ou vícios privados na esfera pública. Isto porque, presumo, também haverá muita "mariquice" entre a comunidade científica.
Mas o principal valor da ciência é, de facto, o seu método. Um método que gera a própria ciência. Quer pelo modo como encara os problemas e procura solução para eles, aparte preconceitos e outros estereótipos que só distorcem a realidade que a ciência quer perscrutar e explicar. No fundo, a busca da verdade é um contrato que fazemos connosco próprios, a fim de descobrir uma dada verdade. A qual, por vezes, já se conhece à partida, mas que importa desenvolver, aprofundar - com o mínimo de sentimentalismos, de temor e de ódios. Tudo coisas que reverenciamos no culto, ou que a igreja - ao longo dos tempos - foi usando e abusando explorando as vulnerabilidades do homem e os seus mistérios da fé..
E aqui a igreja também não se portou nada bem, pois em vez de assumir um papel personalista - colocando o homem sempre como um fim a atingir (o homem é um fim em si); explorou as suas fragilidades e medos e impôs-lhe códigos que nada têm de humano, tolerante, digno ou de honesto.
E é aqui que a ciência se distancia da religião. Pelo método com que constrói o mundo. O mundo novo e inseguro, a fim de resolver as diferenças entre as nações, as sociedades e os homens. Diferenças que remetem para o medo, a fome, os níveis de desenvolvimento e de riqueza no interior das sociedades e dentro das várias classes sociais; de dignidade e de felicidade, enfim, dos padrões de Justiça a atingir.
A ciência não dispõe de "planos de pormenor", como as autarquias (que depois também não respeitam e fazem-no a troco de luvas e de corrupção de baixa, média e alta intendidade) para construir esse novo mundo. O mundo que a igreja, o Papa Bento XVI e o Estado do Vaticano querem confundir atribuindo à homosexualidade de alguma padralhada com menos escrúpulos um tema com foros de cidade e que ocupa as manchetes dos media do mundo. Ora isto é infâme e insane para os milhões de africanos que morrem por cada minuto, dos milhões de deserdados da vida, que não têm casa, comida, roupas ou uma expectativa de um emprego.
A isto a igreja responde com os conhecidos e históricos hábitos homosexuais de alguma padralhada sem escrúpulos. Alguns, pederastas, o que é mais grave e configura crime. Imagino o que Cristo dirá - do Altar das igrejas conhecendo todas essas "virtudes" dos homens que o Servem cá em baixo - que era suposto servir a igreja e o seu rebanho.
O que esses padres devem fazer, se cometeram crimes de pedofilia é serem julgados, sentenciados e postos na cadeia com a pena correspondente, como qualquer cidadão comum; e aqueles que não cometeram crimes mas apenas têm só umas tendências homo devem, na medida do possível, mudar de vida e poupar as casas de culto e a memória de Jesus Cristo a essas "paneleirices" de lana caprina. Espero que me perdoem a expressão, mas é que o mundo enfrenta problemas tão graves, sérios e urgentes e o Papa quer inscrever no agenda setting do mundo esses vícios - que são do foro íntimo de cada qual. Excepto, como referi, quando a lei prevê prática criminosa por ser cometido com menores protegidos por lei.
Perante tudo isto, pergunta-se - que saída? Ou como diria o nosso "amigo" Lenine - Que fazer? Sem incorrer pelos caminhos da utopia haverá que perguntar à ciência se ela não possui um embrião de uma nova religião, dado que a que existe, tal como é interpretada pelos homens da igreja, é demasiado falível, pecadora e até em certos casos, criminosa, como se tem provado com a descoberta de actos de práticas pedófilas por parte de uma parte do clero que terá de se tratar nos bancos do psicanalista depois de sair da cadeia, onde é suposto cumprir a devida pena.
Todavia, as religiões têm uma força oculta que remete para o próprio mistério do homem. E que se baseia nessas tais forças superiores às nossas, forças de que não somos senhores, mas decorrem dos próprios resultados da criação.
Julgo, em suma, que um dos maiores elogios que podemos fazer a um criador, a maior homenagem que lhe podemos prestar, é estudar e compreender a sua própria obra, a sua criação, o seu trabalho. Julgo que é isso que a ciência faz. Seria como se cada um de nós, que trabalha directa ou indirectamente, nessa techné e arte, se sentisse verdadeiramente estimulado a celebrar uma espécie de ofício divino e partilhasse com a comunidade os sentimentos desse labor e os resultados e vantagens dessa actividade.
Talvez não seja por acaso que muitos de nós que andam nessas artes - a fim de sentirem melhor e mais produtivos, vistam umas roupas especiais quando se sentam a compor peças que um dia bastarão para fazer um puzzle.
Outros mais beatos, dirão: acometemo-nos a tais tarefas como se estivéssemos na igreja a orar. Para conscluir, diria: este Papa está a começar mal: em lugar de se preocupar com o estado do Mundo, com a economia moral, com a política moral, com a sociedade está preocupado com o destino que os padres pederastas e afins, dão ao seu órgão genital. Desde que isso não configure crime, não exalte as beatas que frequentam as igrejas, nem faça cair os santos alados pendurados nas suas paredes - tudo bem.
Mas a questão não é colocar a igreja ao serviço dos caprichos dos padres transloucados que gostam de se relacionar sexualmente com pessoas do mesmo sexo. O desafio da igreja é servir as almas do mundo, é convertê-las ao bem, é descobrir um novo código moral que sirva de guia espiritual e auxilie o homem a criar uma economia mais robusta, uma sociedade mais coesa e solidária e uma política mais justa, mais humana - a caminho da Felicidade.
Talvez seja por isso que um amigo meu, que sabe destas coisas com alguma profundidade, me diga o seguinte - quando a igreja, ou parte dela, nos vem falar destas "mariquices" - "só me apetece declará-la inconstitucional".
E eu digo - no cruzamento destas linhas de fronteira entre o sexo, a religião e a ciência - ou o sexo, mentiras e video - : se Deus, ou Alguém que O represente soubesse dos vícios e práticas de alguns membros do clero acabaria por extinguir a Igreja, porque como organização - e em inúmeros do seus actos e atitudes - ela envergonha as comunidades que era suposto servir.
Ámen.
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