segunda-feira

Aditividade em Política

  • Este é o chamado efeito Soares na política à portuguesa. Image Hosted by ImageShack.us Image Hosted by ImageShack.us Image Hosted by ImageShack.us Image Hosted by ImageShack.us Image Hosted by ImageShack.us
    • Esperemos que o comboio não venha com muita velocidade...
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O homem é um animal complexo, dual, ambivalente, por vezes mesmo esquizofrénico. Não é novidade para ninguém que muitos de nós já tivemos ensejo em dar um "pontapé na nuca" ao Maria Carrilho - para retomar a expressão tão do gosto de doutor Marcelo Rebelo de Sousa - para passar uma tarde com a Bá-bá num retiro em Fátima numa noite meia crente meia agnóstica - ou mesmo sem meias; ou, na versão gay, dar uns açoites e arrancar os cabelos à Bá-bá para passar umas noitadas pseudo-filosofantes com o Carrilho filósofo e os seus "jogos de racionalidade", que são umas teorias importadas verdadeiramente herméticas, labirínticas e sem sentido. Isto para dizer que a maior parte de nós tem uma faceta do espírito que ama a paz, a harmonia, a justiça, a solidariedade, o altruísmo e a decência; mas também temos uma face oculta. A tal face do "pontapé na nuca" - recitada semanalmente pelo génio de Marcelo - quando se refere ao anverso de todos aqueles valores e que fazem parte, de igual modo, da própria condição humana.
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Ou seja, o homem tem uma outra dimensão que encontra registo noutro tipo de soluções: terror, violência, brutalidade, lançar boatos sobre as pessoas de bem, por exemplo. Enfim, em lugar do amor ao próximo que os católicos de sacristia apregoam, dentro e fora do televisor, eles ainda conseguem ser mais perfídos do que a imagem pura da própria violência.
Mas o exemplo do Carrilho é apenas um resíduo indicativo, não tem mais expressão do que isso. E apenas o evoquei para trazer à superfície aquela dualidade de afectos, de sentimentos, de lógicas e de escolhas que povoam o nosso imaginário e ocupam também o lugar da política à portuguesa.
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O meu objectivo nesta reflexão também não é dissertar sobre as peneiras ocas e vãs de bá-bá que um dia sonhou casar com um intelectual para ver se a imagem que teve nesse seu sonho se aproximaria da realidade. Como diria alguém, tudo começa sempre por ser um sonho de alguém. Certas pessoas levam isso muito a sério. No caso dela teve sorte, pois ainda recebia uns milhares de contos mês para fazer um programa de rádio financiado a tara perdida pelo seu actual marido, então ministro da Cultura ao tempo do garboso engº Guterres.
Image Hosted by ImageShack.us O propósito desta prosa é equacionar uma outra dimensão da condição humana, uma espécie de condição termodinâmica que ajuda, porventura, a explorar muito do que se passa na nossa esfera política - dentro e fora de portas. E é aí que bate o ponto. O meu ponto. Significa isto que no homem existem duas espécies de qualidades:
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1) as que se podem adicionar, são as qualidades aditivas; 2) as que se não podem adicionar - são as qualidades não aditivas ou geradoras de um efeito estupidificante/paralisante. Em termos políticos - julgo que Soares estará nesta última categoria reflexiva, pois está alienado - não se vê, ou quando o espelho lhe devolve a imagem fá-lo de forma distorcida que o leva a crer noutra imagem que já não corresponde à sua própria realidade; Cavaco, por seu turno, inscrever-se-á naquela outra categoria de qualidade aditiva. Veremos como lhe correm os debates, pois a aditividade poderá perverter-se e degenerar para uma situação de subtractividade política, momento em que a adicionalidade deixa de gerar valor político e se entra na entropia, com os eleitorados a reagir diferentemente, mostrando maior indiferença e descrença no candidato. Esta deriva, a ocorrer, significa que Cavaco poderá escorregar nos debates, e regredir duma situação de vantagem socio-eleitoral inicial para uma situação de entropia superveniente, no decurso dos próprios debates. A não ser que se esconda por detrás das palavras que não diz, que hesite em mostrar-se, que seja demasiado prudente. E demasiada prudência, como dizem os psicólogos da política, tem um nome: é medo. Admito que Cavaco tenha algum. Enfim, julgo que apostar nele é um mal menor nas actuais circunstâncias políticas. Até José Sócrates votará Cavaco no dias das eleições, apesar de vender a ideia à turba que apoia Soares.
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Por outro lado, o ciber-leitor e eu poderíamos, se quiséssemos, erguer um ou dois Mário Soares e brincar com ele no ar, num espécie de número de circo, gerando a tal situação de Aditividade. Todavia, já não conseguiríamos essa pequena proeza se o tentássemos fazer separadamente, pois teríamos menos força. Logo, a força dos nossos braços é aditiva. Imaginemos agora que tentaríamos aplicar o mesmo raciocínio com a temperatura dos nossos corpos. Aí, ao invés, os 36,5º C do nosso corpo - somados aos dos nossos leitores já não poderia ser aditiva. Mesmo com muita fé - jamais a temperatura do nosso corpo totalizaria 73º C. De facto, conservamos a nossa própria temperatura de 36,5º C, por mais que nos aproximemos dos outros. Eis um exemplo contrário, de situação não aditiva. E é precisamente esta relação de entropia e de degenerescência que abunda na política à portuguesa. Regra geral sem que os visados tenham consciência dela, ou então ocultam-na deliberadamente, como hoje faz Soares - querendo "vender" a imagem de que o "traidor" perante o PS é o Alegre e não ele próprio. É óbvio que aqui há, ab initio, uma questão ética e política (ou de ética política) que impede que as coisas se possam endireitar. Mesmo no plano das relações pessoais. A relação de Soares com Salgado Zenha - com o Gen. Eanes atravessado pelo meio - também gerou cortes fracturantes no seio do PS. Aliás, sempre que este se mete nestas coisas gera estes tipos de clivagens na esquerda, tamanha é a sua obsessão pela glória, desregrado é o seu impulso narcísico. Soares, a dada altura, é ele mais o seu umbigo e a sua circunstância. Resume-se a isso. Guterres conhecia todas estas "qualidades" de Soares - contra quem conspirou activamente num sótão lisboeta; Cosntâncio - hoje no Banco de Portugal - nem o pode ver de lado; Sampaio abomina-o e nem sequer lhe dá confiança pessoal, cedendo sempre a primazia da cortesia institucional a Cavaco. Por todas estas razões, respaldadas na história política recente, é impossível que o eng. Sócrates também não conheça bem o carácter de Soares.. Pois ele também foi vítima de Soares quando tentou pegar na liderança do partido!!! E de Soares recebeu apupos e adjectivos nada agradáveis para queria então assumir os comandos da liderança de um partido atingido e esfrangalhado pelos boatos e estilhaços da pedofilia. Já agora, nunca mais se ouviu falar de Ferro Rodrigues que foi para a OCDE. Quem não deve não teme, nesse caso porque razão terá querido ele afastar-se assim, abruptamente??? Terá sido para encobrir alguém, ou um acto isolado da política que teria por finalidade, mesmo que indirectamente, proteger alguém? Não o sabemos, e à velocidade a que a Justiça lusa marcha só numa outra geração é que tudo se descobrirá. Só espero que a Justiça - por vezes tão absurda - não venha a constituir arguídos nesses processos o actual Procurador-Geral da República, a drª Catalina Pestana e de mais uns quantos que já parecem integrar mais um jogo de xadrez, em que as peças propositadamente estão coladas à mesa, em lugar de deslizar suavemente num jogo de lógica para comer peças ao adversário (que é a injustiça inerente aos crimes cometidos, logo dos criminosos). Tudo isto rouba saúde ao sistema político português, que já andava pelas ruas da amargura e hoje é agravado pela débil economia que temos, incapaz de responder aos desafios de competitividade do mercado internacional e à lógica imparável das múltiplas globalizações que todos os dias nos chegam pela televisão, pelo modem do PC, pelo telemóvel, pela net, pelo emprego, pelas relações sociais, familiares e o mais. É, aliás, neste actual quadro de relações políticas, dado que tudo é político, que até o líder do PS e PM, o engº Sócrates - terá formalmente de apoiar (naturalmente) Soares, embora na prática, num puro exercício de voto útil (visando até o seu próprio futuro), votará indiscutivelmente em Cavaco Silva. Ora este raciocínio da Aditividade vs não aditividade pode (e deve) aplicar-se à gestão dos materiais políticos. Basta imaginar o que seria somar Soares + Alegre; ou Anacleto Louçã com Cavaco (e) Silva - como alguns o apelidam. Fazer estas somas (subtractivas) seria um desastre. Há coisas e pessoas - que não ligam. Ou poderiam ligar, mas num quadro de ruptura de cariz pessoal, moral e ética - as coisas deixam mesmo de ligar, e a "bota deixa de bater com a perdigota", como diria a minha querida avó Raquel.

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Dito isto, já se torna muito mais fácil uma 1ª conclusão: a estupidez é aditiva, ao passo que a inteligência não o é. A estupidez gosta da multidão, enquanto que a inteligência busca o seu próprio caminho, por vezes no escuro dos conceitos, perscrutando as realidades que ora se escondem ora se transmutam. A estupidez é um bem em abundância no mercado, daí o seu valor marginal; enquanto que a inteligência é um bem precioso raro, daí o valor excepcional. Basta pensar naquelas balelas que o dr. Soares conta por esse Portugal profundo. Naquelas piadas que até fazem lembrar o antigamente, mas que não têm piada rigorosamente nenhuma. Mas os comensais, os circunstantes parecem estarem ali com uma única finalidade: rirem-se das baboseiras do dr. Soares. E digo babuseiras...porque é realmente o que aquilo é. Aquelas "estórias" de vão de escada, sem interesse público nenhum, o efeito retórico que o seu autor lhes procura dar - ou vantagens que procura retirar - é uma coisa deprimente. É-o pela TV, admito que o teatro ainda seja mais precário e nocivo ao vivo. E o mais grave é que aquela gente se ri, nervosamente - para agradar ao chefe - e diante do vazio daquilo que no momento ali todos representam. Tudo aquilo não é mais do que um teatro do absurdo... Riem-se de coisas ausentes, de coisas inúteis, vazias, sem sentido. Em suma: riem-se deles próprios.

Mau grado a comparação, sempre que avisto pelo televisor o dr. Soares tentando convencer a turba da sua novidade octogenária, enquadrado pela sua dissimulada modéstia de contador de estórias ao vento - lembro-me sempre daquelas senhoras que na província eram pagas para irem chorar umas meias horas às capelas das igrejas sempre que alguém mais importante na terra morria. Mais outra empreitada de meia hora no cemitério, com umas rezas e umas mesinhas à mistura, por entre gritos e soluços artificiais - e o dia estava ganho.

Uma semana depois, havia outra empreitada-do-choro a fazer dado que morria outro ilustre na terra... E assim são as piadas campanheiras do dr. Soares, coadjuvadas pelo riso nervoso dos seus compagnons de route, que correm para o abismo, empurrados por espirros de que se desconhece a origem e a direcção.

Assim me faz lembrar a campanha fúnebre do dr. Soares mais os seus comparsas: os compagnons de route - que são os mesmos que se riem de tudo e de nada, até deles próprios nesse teatro do absurdo.. Assim, ele sai da história pela porta pequena, certamente!!! Paralelamente à estupidez e à inteligência - que em Cavaco também não abunda - resta dizer que a brutalidade e a violência não são factores aditivos, embora tendam a unir-se e a apresentar-se com uma forte unidade e coerência. Temos uma ilustração deste enquadramento no que se tem passado em França, e é de todos conhecido. Aqueles incêndios, aquela violência desproporcionada ganhou consistência e venceu as forças da ordem que tentavam aplacar os actos de vandalismo suscitados na sequência da miserável condição social e económica em que aqueles imigrantes vivem (ou melhor, vegetam) em França e na Europa em geral. Esses incidentes - que mitigam problemas estruturais da sociedade de acolhimento mais as precárias condições de vida das sucessivas vagas de comunidades de emigrantes do Norte de África que têm afluído a França - revelaram uma força desproporcionada à sua massa real. Até se tornar assustadora. De certo modo, também se tornaram acontecimentos com grande "Aditividade" política.
Mas tudo isto, os casos de França, da Europa social e económica que está a marcar passo na economia mundial, as condições de governabilidade em Portugal - que perde quotas de mercado em todos os terrenos e sectores, assumiu importância vital devido à ciência moderna, a qual facultou ao homem a criação do Paraíso ou do Inferno na Terra. E aí voltamos à "estória" do Carrilho e da Bá-bá - do inferno e do paraíso. Ou seja, tanto podemos criar um mundo de artificialidades, de terror, de miséria - votado à perdição - como gerar um mundo de felicidade, de saúde e de prazer.
A questão é que todos nós temos a nossa dose de loucura e de estupidez. Seria bom que a nossa loucura fosse erasmiana (de Roterdão), mas não é. Ou seja, nem sempre a nossa loucura é sinónima de razão ou de racionalidade. E é aqui que o nó górdio engrossa o seu caudal: esses 10 ou 20% de estupidez natural que transportamos é Aditiva, multiplica-se como formigas e insectos em África. E isso é que é perigoso. Porque é isso que Soares faz, apelando muitas vezes para os nossos mais baixos instintos. Um exemplo comezinho: como todos nós sabemos Cavaco tem uma tremenda cara de pau. É ríspido e pouco simpático, apesar do seu porte atlético e de fazer em tempos 100 m nuns breves segundos. Vou mesmo mais longe: sempre que vejo aquela cara geométrica, mais parece uma cara de gesso formatada num molde bem definido, vejo sempre um daqueles manequins da rua dos fanqueiros já com os dedos partidos e a mostrar a cor do gesso. Só que Cavaco é tudo isso e mais outro tanto. Fala como se tivesse permanentemente na casa de banho fazendo a sua habitual contracção intestinal para ver se consegue ...... para os portugueses. Fala como se tivesse a fazer culturismo com os maxilares, e toda aquela sua contratura muscular na face faz com que o homem quando queira denunciar um traço de felicidade só consiga partilhar um traço de vénia intestinal. Aquilo é doloroso: enquanto Soares, bonacheirão, fala e disserta sobre tudo nada dizendo, mas fá-lo com prazer - como se tivesse a manjar uma cassata de morangos com chantily; Cavaco parece que está sempre com uma vara de 10 metros enfiada pelas plantas dos pés que o varam até à nuca, e aquilo sai-lhe sempre em esforço.
Ora isto penaliza Cavaco. E não é certamente o Fernando Lima, o pobre Lima que o Dn trucidou - tal como os camiões pesados faziam à Pantera Cor-de-Rosa que colavam ao alcatrão - que irá inverter essa incerteza facial que só subtrai pontos à imagem política de Cavaco e créditos à sua confiança.
Sei que até o meu tio (que é distraído, excepto quando joga ténis) - no Memórias Futuras - partilhará deste ponto de vista. Até ele um crente no socialismo votará agora, muito a contragosto, Cavaco. E num ambiente destes, temos de convir, os cheiros da política não são muito prazenteiros e o sol não brilha, ofusca. Assim, nem os hóspedes de um hotel de 2 estrelas, ficarão na sala de estar depois da hora do repasto. Cavaco é tudo isto. Isola-se, enquanto que Soares atira-se ao mundo. Veremos se alguém o apanha - procurando aqui gerar o efeito Robert Williams.
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É por tudo isto que o velho Soares é um adepto da estupidez em política. Ele conhece bem as manhas do povo português, e está confiante que esses 10% de estupidez não sejam geradores de um efeito multiplicativo, como julgo que a realidade confirmará. Na prática, Soares com essas suas atitudes de contador primitivo de estórias de campanha política apela para os mais baixos instintos na certeza de que através deles obtenha a maioria dos votos - fixando-se nesse denominador comum. É a sua presunção, é a sua fesada. Ele acha que é assim que se ganham eleições. No fundo, faz o que sempre fez: contras umas estorietas que ninguém percebe, não têm piada nenhuma mas de que todos se riem... Todos os seus compagnons de route, bem entendido...
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Qualquer dia, num debate perto de si, ainda veremos Soares acreditando nas mentiras que conta simpáticamente ao povo, dizendo à populaça que Cavaco até foi ministro das Finanças e das Obras Públicas de Salazar, e com ele andou nos andaimes da Ponte sobre o Tejo fundeando os alicerces da mesma - tal como Freitas tinha andado enfeudado ao prof. Marcello Caetano. Ora como Freitas agora não está na liça - é Cavaco que faz o seu papel de equivalente funcional, como diria Robert Merton. Soares julga que estas atoardas servem, ainda hoje, para arrebatar eleições - colando às pessoas (certos estereótipos) e apenas se permite representar esses papéis apenas porque teve um passado antifascista. Mas creio que o que Portugal lhe deu a ele foi descomunalmente maior do que ele deu à pátria...
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Soares está diagnosticado. Tudo nele é previsível, e, doravante, Cavaco será o seu ponto de fixação/obsessão. Em rigor, quando penso no papel do dr. Soares na história política destes útimos 40 anos em Portugal - vem-me à memória uma deriva que nos diz que a civilização ocidental tem dado imenso à comunidade, mas é esse mesmo Ocidente - de que o dr. Soares se deveria envergonhar - e que fez da civilização ocidental/Euromundo - um contributo inestimável para a humanidade. Hoje, é visível esse tremendo cadastro mui pouco limpo, devido ao problema de ausência de projecto político para a Europa, de lideranças credíveis e de uma competição regulada que transforme a existência humana em algo aceitável. É tudo isso que está em jogo na regulação política a partir do epicentro do Palácio de Belém.

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Ante este turbilhão de desgraças, parece que a nossa salvação está no exterior. Na OCDE, na ONU, na UE e em mais uns quantos fora internacionais que venham cá dizer aos imberbes como se governa e faz política. É terrível viver num país em que os ex-ministros de Salazar ainda intervém na formulação das linhas que cozem e descozem o ensino superior em Portugal, os mesmos que agora tecem loas à governabilidade do sector a partir da OCDE. Se amanhã, porventura, a Europa regredir e instaurar sistemas de partido único e o Velho Continente se converter naquilo que foi no passado recente - um amontoado de ditaduras, só temos de esperar o chamado efeito moreia - com todos os ex-ministros de Salazar que ainda estão vivos e a esperniar - hoje enfeudados ao PS (e amanhã a quem estiver no poder, como qualquer meretriz que está onde estiver o dinheiro) - clamando pelo regresso do velho botas. E muitas desses restolhos da política à portuguesa não hesitarão em dizer: regressa paizinho, ou melhor, Salazar - porque estás perdoado e "nós" temos muitas saudades tuas. Ora aqui está outro de efeito de aditividade, ou seja, de estupidez multiplicada na esfera política que se somaria, com êxito, ao chamado efeito restolho que aqui inventámos faz algum tempo.