O tráfico de influências.. É (só) fartar vilanagem
Luís Nobre Guedes, Paulo Portas e Telmo Correia e Costa Neves. Da esquerda para a direita, salvo um, aqui temos os arguídos no caso do abate indevido dos sobreiros do Ribatejo. Sobreiros que demoram meio século a crescer. Eis os arguídos e, até trânsito em julgado, serão só arguídos, depois é que poderão ser acusados e apanhar uns anitos de cadeia por ter lezado o Estado, ou seja, todos nós. A moldura penal prevê que a coisa vá de 3 a 5 anos de pildra, mas qualquer advogado com palheta e use fato G. Armani - com casa na linha do Estoril e na Arrábida - limpa o caso e as palavras do povo são de novo levadas pelo vento que sopra. Tudo como dantes, quartel-general em Abran...
Aqui vemos uma manifestação artística em que os cavalos do Ribatejo se insurgem contra aquela perversa e ilegal decisão de abate de sobreiros por parte dos supra-arguídos. É também a fúria dos cavalos. O autor da obra ainda é desconhecido, mas já concorre - sob pseudónimo - com a sua obra numa galeria d'arte no mudeu Gulbenkian que, sem ter tradição no sector, resolveu apoiar e fomentar a política do sobreiro e do cavalo, com dinheiros do petróleo do Médio Oriente. Pensa-se que Rui Vilar é um dos artesãos desta decisão e que Marçal Grelo a apoiou activamente. Mas tudo ainda está por confirmar, enquanto o quadro já está avaliado 175 mil euros. Parece já existir dois grupos financeiros, através das respectivas fundações - Millérias e Espírito do Santos - em adquirir obra tão peculiar e com uma cotação em bolsa que vai em crescendo.
- Se aqueles são os arguídos, estes aqui, que não têm voz - salvo a dos ambientalistas da Quercus e outros - não se podem defender. Estes aqui são os "assassinados" pela natureza e vilanagem dos homens. Os homens do golfe (só alguns), os homens dos grandes hoteis (só alguns) dos cavalos e etc e tal. Tudo em nome do emprego, é claro. Do deles e da família..
- Maldito dinheiro..
- A corrupção é tão antiga quanto a prostituição. O tráfico de influências é, apenas, uma modalidade daquela que visa - através de dois ou mais agentes - obter vantagens ilícitas para enriquecimento pessoal, financiamento partidário e tudo o mais que se pode imaginar através dos bens e dos recursos sacados ao Estado, ou seja, aos cidadãos por aquela via ilícita penalizando e empobrecendo o Estado. Agora parece que estão indiciados os srs. Luís Nobre Guedes e Abel Pinheiro - ambos dirigentes do PP de Paulo Portas - por causa do abate dos tais sobreiros nas Lezírias do Ribatejo (sobreiros que demoram meio século a crescer - e em cujo sector de actividade Portugal é líder mundial). Parece que a coisa também relaciona o Banco Espírito Santo, o Turismo de Telmo Correia (que tutelou o sector) e o ministério da Agricultura - então ministrado pelo sr. Costa Neves, que facilitou a decisão. Mas tudo isto ainda está por validar.
- Portanto, e aparentemente, segundo os indícios apresentados, houve aqui uma conjugação premeditada de estratégias para consumar a tal negociata e, assim, concretizar dois objectivos: obtenção de recursos e de património ilícito/fraudulento à sombra das decisões ocultas de políticos, funcionários e de agentes cirúrgicamente colocados no sector privado (na Banca neste caso); e conseguir o tão desejado financiamento partidário (especialmente aos pequenos partidos que precisam crescer) corrompendo, desse modo, as regras do jogo democrático - fazendo e desfazendo os resultados das eleições mesmo antes de elas ocorrerrem. Como? Pagando e manipulando os serviços de algumas empresas de sondagens com quem têm avenças fixas - que acabam por perverter dados e inflacionar as maiorias sociológicas dos pequenos partidos, como o CDS do dr. Paulo Portas, o Paulinho das Feiras - que entretanto abandonou o barco quando viu que estava a meter água. Foi para Washington - ler umas coisas de Ciência Política e Relações Internacionais e Estudos Estratégicos - que é para onde vão todos os políticos frustrados em fim de carreira. Talvez do outro lado Atlântico - mais afastado dos problemas - se aperceba menos da dimensão da catástrofe política que deixou e semeou atrás de si. Apesar de Ribeiro e Castro estar, agora, a normalizar a vida do partido.
- O problema nestes casos de corrupção e de tráfico de influências, que são crimes económicos em movimento (porque sem fronteira fixa e em que está sempre tudo em aberto), é extremamente difícil recolher meios de prova, documentos, estudos, perícias que incriminem os arguídos. Não é por acaso que Portugal ainda não criminamilizou o tráfico de influências, só a corrupção está tipificada no Cod. Penal desde 1998 e depois aperfeiçoado em 2001. Trata-se duma área obscura, muito blindada à investigação. Que não dispõe de meios, estudos, técnicos e do conjunto dos factores de risco que permitem estudar a fundo estes novos problemas emergentes que se generalizaram na sociedade portuguesa. Talvez por isso a Procuradora-Geral-Adjunta, Maria José Morgado - lamente não haver mais investimentos do Estado neste sector - que acaba por deixar impunes os verdadeiros prevaricadores que vêm aumentados os seus rendimentos e património - aferido pelo que tinham antes e depois de entrarem para a política.. Neste momento, estão sob indício dessas práticas Abel Pinheito e Luís Nobre Guedes, do Partido Popular de Paulo Portas. Serão só indícios..? Até trânsito em julgado folgam as costas..
- É, pois, necessário mais equipamentos, peritos, especialização de majistrados dispostos a correr riscos pela natureza e sofisticação destes crimes invisíveis, que exigem permanente actualização no rastreio das pistas e das triangulações entre os agentes políticos e os altos funcionários de certas instituições bancárias interessadas naqueles negócios. Tudo num conluiu em vista a penalizar o Estado, obtendo dele dele vantagens ilícitas que devem ser fortemente criminalizadas, dado tratar-se de alta criminalidade económico-financeira. Não há mestrados nem doutoramentos na Academia portuguesa sobre a matéria.. E o CEJ, como referiu há dias o sociólogo Boaventura Sousa Santos, admite nos seus quadros os alunos mais fracos e menos preparados vetando, desse modo, as pessoas melhor qualificadas. Além da dissociação do CEJ com os actuais problemas da sociedade mundial. Problemas que não são muito diferentes dos que ocorrem em Portugal, dada a mundialização dos problemas e a sua transversalidade às sociedades contemporâneas. A liberdade plena de circulação de pessoas, capitais, bens e o mais acaba por potenciar esse tráfico de influências e de corrupção generalidade que se sente nos países com baixa tradição em manter padrões éticos nos corpos superiores e intermédios da administração do Estado. Polícias, bombeiros, saúde, ambiente, educação são sectores onde essa traficância ocorre de forma mais ou menos invisível.
Há valores que duram sempre... Já não sei qual é a instituição bancária que adoptou esta fórmula... Sempre
- Importa talvez meditar nisto: como combater a emergência e multiplicação das chamadas estruturas de oportunidades que favorecem o tráfico de influências e a corrupção? - Fortemente lesivas para o Estado, para o empobrecimento das regras da nossa democracia política, pervertendo também as boas regras da economia livre (dita de mercado) que assim se vê a braços com um polvo à portuguesa. Através da tal economia paralela (à africana), como aqui parece estar configurado nesta negociata: três agentes políticos - das áreas do ambiente, do turismo e da agricultura (o ex-Ministro Costa Neves do PSD) - concertaram posições para facilitar um determinado negócio - a 4 dias antes das eleições legislativas e, ainda por cima, num governo de gestão extremamente incapacitado liderado pelo então primeiro ministro - Santana Lopes. Pelo menos são estes os indícios que impedem sobre aqueles agentes políticos, alguns dos quais tiveram de pagar fiança para saírem em liberdade.
- Perguntamos: porque razão os media não pegam mais neste assunto? Com artigos, reportagens, estudos comparados e o mais que se poderia fazer visando estudar as razões e as motivações do fenómeno e encontrar meios e fórmulas de o combater preventivamente. Tornando, assim, a sociedade portuguesa mais justa, mais transparente e mais fiscalizada. Ora também esta é uma responsabilidade social dos media, de todos eles.
- Como dizia um ouvinte: o que está em causa é o "fundo do tacho", e este prende-se com o financiamento partidário. Mas não só do PP - de Paulo Portas - mas também com as autarquias, com os clubes de futebol, com o sector crónico da construção civil (e bancário que acaba por "alinhar nas jogadas de fora de área e nos esquemas que todos sabemos existir") - que é um polvo - e com um conjunto de sectores e de actividades conexas que alimentam e retroalimentam estes fenómenos de pequena, média e de alta intensidade corruptiva que tem danificado profundamente a democracia política, económica e social em Portugal nas últimas duas décadas. Especialmente, desde que o país aderiu à União Europeia e passou a receber avultados subsídios infra-estruturais para qualificar o País. Ora é a este formigueiro que se impõe barrar o caminho, o que implica meter algumas pessoas na cadeia, até para inibir outras de incorrerem em tais práticas lesivas para toda uma comunidade.
- Recordemos que o sr. Abel Pinheiro era o homem forte das finanças do PP de Paulo Portas, hoje indiciado por tráfico de influências por causa da tal propriedade em Benavente ligada à Companhia das Lezírias - que tem "só" uma área cerca de 3/4 superior à área do concelho de Lisboa e hoje é uma empresa do Estado rentável. Então como se explica, e sendo Portugal o principal país produtor e exportador de cortiça, que se abatam - num governo de gestão tolhido pela sistemática incompetência política e a 4 dias das eleições - tomar uma daquelas decisões que implicou o "assassínio" de quase três mil sobreiros??? Loucura? Insanidade?
- Creio que este é dos tais casos em que mesmo antes da decisão judicial transitar em julgado, a opinião pública (em função dos dados disponíveis) - já se pronunciou. E essa pronuncia, em bom português, tem um nome, como dizia um ouvinte: é só fartar vilanagem... Veremos, pois, se neste caso a lei - é a tal dura lex sed lex - e o tal dito popular é confirmado pelos fortes indícios e pelas preversas (mas já previsíveis) suspeitas que todo este aparente conluiu (do partido do Paulinho das feiras) prefigura. Haver vamos..
- Uma coisa é certa. Com ou sem acusação judicial, o sistema político democrático já foi fortemente atacado por um conjunto de meia dúzia de pessoas, que agora importa urgentemente investigador a fundo. Sabemos que a carne é fraca, e qualquer um de nós tem tentações, por isso se exige uma fiscalização mais apertada a quem teve responsabilidades partidárias, sobretudo tratando-se de advogados experimentados habituados a furar a lei e a passar por entre as malhas que ela vai tecendo. Pois é por aí, por meio dessas fissuras - que depois se tornam grandes buracos negros - que a vitrina da opinião pública depois amplia - que se jogam os factores decisivos da prova e da contraprova no sentido de provar que os indícios são, efectivamente, validados com documentos, comportamentos, atitudes, decisões que configuram tráfico de influências e corrupção entre um conjunto de players políticos que se põem em campo para lesar os interesses do Estado em favor do enriquecimento pessoal e do financiamento partidário.
- Houve mesmo um ouvinte, com alguma ironia, que referiu que os incêndios assim já não teriam lugar, pois aquele abate de sobreiros terá sido uma medida nessa direcção que os srs. Nobre Guedes, Abel Pinheiro e Costa Neves (e outros agentes menores que concorrem eventualmente neste tipo de criminalidade económico-financeira) tomaram, a fim de prever a época de incêndios que se avizinha no próximo Verão. Só faltou referir que o dr. Paulo Portas, directamente de Washington, venha dar uma conferência de imprensa - com a medalha ao peito que recebeu por ter comprado o armamento à América do Oncle Sam, dizendo: "isto é mais uma cabala, desta vez uma cabala de Ribeiro e Castro por ter ganho o congresso ao meu Telmo". Tudo sob intensas palmas do sr. Gomes da Selva, um tal ministro de Lppes e famoso conceptualizador da cabala que Marcelo Rebelo de Sousa há meses desmontou peça a peça. E ainda bem, doutro modo ainda estaríamos a gramar um filme série Y com S. Lopes como protagonista. Ai que saudades dos filmes de João César Monteiro e da Branca de Neve... Portas diria - para rematar essa tal conferêncioa de imprensa directamente de Washingto dc.: Trata-se duma cabala (do Ribatejo) agora aplicada às Lezírias - que alguns querem transformar num hotel-hípico e bolas de golfe para meia dúzia de tansos darem umas tacadas a armar aos cucos, porque é fino praticar esse desporto da treta, com respeito por quem o pratica com autenticidade. Como Deus Pinheiro, Balsemão, Ricardo Salgado, Álvaro Barreto e mais mais dúzia de personalidades que sabe, de facto, dar umas boas tacadas e nunca ser apanhado - pelos tacos.
- O Natal do Sinaleiro e outras crónicas - publicadas no Expresso, por Saldanha Sanches é obra que aqui vivamente recomendamos. Já agora ver, com vantagem, e de modo integrado, uma obra de Maria José Morgado. Trata-se de um similar referente à Universidade Moderna - que também chamuscou o dr. Paulo Portas. Marido e mulher, uma dupla indispensável a este Portugal velho, doente e sempre preverso a que todos os homens bons e de boa vontade terão de por termo. Desconfio que as reformas que o prof. Mariano Gago tem de levar a cabo na Academia lusa - também passam por aqui, para ver se temos uma Universidade mais nova, mais transparente, de melhor qualidade e ajustada ao mercado de trabalho e aos novos tempos de mudança que sopram Mundo fora. Um sopro a que os nossos ouvidos e vozes não podem ficar alheios, sob pena de hipotecarmos Portugal por mais 30 ou 40 anos. E isso, julgo, niguém de bem deseja para este nosso belo país à beira-mar-mal-plantado, entalado entre a Espanha e o mar. Um pode-nos esmagar, o outro pode-nos afogar.
- Sugerimos ao Sr. PR, Dr. Jorge Sampaio que por ocasião do dia 10 de Junho de Camões e das Comunidades Portuguesas homenageie estas duas personalidades que melhor têm pensado as questões da corrupção em Portugal. Pelo seu majistério - já merecem bem essa medalha.
- Last remarque: Esta coisa da corrupção e do tráfico de influências e congéneres é, na realidade, um fenómeno preocupante mas fácil de equacionar. O ciber-aleitor, também ciber-amigo, só tem de imaginar que aqui este (infra), que pertence aos quadros da Escola de Teatro da Té-Té - do Chapitô, faz uma belo número em quatro actos - que ilustra bem o caso do abate de milhares de sobreiros lá prós lado de Benavente, no Ribatejo: terra de Campinos e de homens sérios, honrado e tesos. Sempre de Vara na mão, prontos a dominar o cavalo ou a fugir à frente dos cornos do touro.. Basta supôr que aquela bola representa os milhares de sobreiros agora abatadidos por ordens ilegais de Guedes, Telmo Correia (não sabemos se de Portas - também) e Costa Neves. Basta percorrer este pequeno case-study para se perceber que o objectivo é fazer desaparecer a bola, ou seja, os sobreiros. Mas convém fazê-lo sem deixar qualquer rasto, como um crime perfeito, que deixa o detective perdido num labirinto enervante e autodestruidor que acaba por ser arquivado por falta de prova e, não raro, falta de talento, meios e coragem por parte da acusação: que é o Ministério Público, a PJ e a totalidade da sociedade portuguesa, salva uma minoria que não integra o PP - de Paulo Portas - que já deve estar em Washington DC a tirar um qualquer mestrado da tanga com 3oo citações já mundialmente conhecidas. É a vida, mas esperamos que todos sejam absolvidos. Especialmente, os sobreiros que nos dão a rolhas com que - agora - os homens de bem terão de tapar/estancar que a corrupção alastre, como um cancro, na sociedade portuguesa. Viva Portugal! Vivam os sobreiros abatidos.. Vivam as rolhas que estancam a corrupção no nosso País.
Será que foi sujeito (supra) o mandante do abate dos tais sobreiros?! É que quem consegue fazer desaparecer bolas (e armas nucleares no Iraque) também consegue semear um deserto onde dantes existia um sobreiral. Será que o hotel era para ele e para o Rumsfeld, o tal da medalha?? Agora fiquei confuso, e com algum jeito isto ainda dá uma manchete no (De)pendente...
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