domingo

A espessura das sociedades...

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  • A perda de relevância dos espaços territoriais nacionais anda de mãos dadas com a crise do Estado soberano. Mas também é acompanhada por uma relevante valorização do tempo social e político - acelerado ou retardado - consoante essa sociedade dispõe da mobilidade dos factores de poder, de saber e de criação de riqueza. Gostaria que este livro - fosse analisado e entendido como um pequeno contributo para a compreensão da singularidade histórica de Portugal na dobra do milénio.
  • Uma singularidade politicamente errática, improdutiva, turbulenta e com a Europa e o Mundo a registarem fracos níveis nos seus ritmos de crescimento. Além do factor do terrorismo em rede que surpreendeu - pela dimensão, método e novidade - tudo e todos. Isso também fustigou sobremaneira a economia mundial, dificultando ou adiando o take-of do crescimento mundo fora. É que a economia depende essencialmente do sistema de expectativas gerado no ambiente internacional.
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  • Ora é esta perda de relevância de Portugal e da Europa no Mundo - que procurámos situar a evolução histórica através do jonalismo de ideias (por contraponto ao "jornalismo gastronómico" que ainda se faz). Sublinhando as várias dimensões das sociedades: comprimento, largura, altura e tempo cronológico.
  • Ora Portugal, segundo o retrato político que fazemos e decorre daquela centena e meia de reflexões, é uma sociedade com uma fraca espessura em cada uma daquelas dimensões: não tem comprimento, é estreita nas suas margens de produção e de confiança, e movimenta-se a um tempo lento, incompatível com as grandes correntes de modernizaçãao que sopram do exterior. Ante isto o fosso é inevitável. O O2 torna-se insaturável. E ninguém consegue respirar por muito tempo dentro duma estação de serviço de autocarros da Carris..
  • Depois a qualidade das elites políticas e empresariais e a globalidade das políticas públicas - tecem o resto do ramalhete queiroziano. São estes vectores revelam o campo de possibilidades para o futuro e recentram a questão da orientação estratégica do País. Ora é aqui também que o leitor (com tanta realidade e tão poucas chaves epistemológicas para a descodificar) empanca: vê-se confrontado com uma dicotomia entre um espelho do passado e um espelho do futuro.
  • Mas só têm potencial aquelas sociedades com elevados níveis de modernização, ié, aquelas em que o tempo social, político e económico corre à mesma velocidade - orientando os interesses, os projectos e as aspirações colectivas para um futuro (convergente) que está quase a ser presente. Estas são as sociedades do futuro e com futuro.
  • Ao invés, as sociedades tradicionais - por contraste - estão orientadas para o passado, pois é aí que encontram todas as suas referências (peso do Estado na sociedade e na economia - consumindo cerca de 20% da riqueza produzida) e reproduzindo códigos e comportamentos geradores de défices ainda maiores que hipotecam o futuro.
  • Daqui decorre o problema de saber como Portugal se consegue posicionar no futuro: ou perde o comboio do desenvolvimento ou tenta apropriar-se de potencial de modernização, com vontade de mudança promotora de risco, empreendedorismo e capacidade de atracção de capitais, tecnologias e saber-fazer.

Mas enquanto o sonho não se converte em realidade - temos de perguntar: afinal, quem somos? Quem é hoje Portugal?

  • Uma sociedade em maturação com crises sistemáticas de atractividade?
  • Uma sociedade tradicional em franca decadência e incapaz de ovulação?
  • Uma sociedade frustrada no seu desejo de modernização?
  • Ou uma sociedade dinâmica e com capacidade estratégica de gerar acumulação de factores de modernidade e de regulação da Globalização Competitiva?

Eis algumas das propostas que deixamos no livro (supra) esperando que o leitor (com mais massa crítica) possa aceitar o desafio e fazer também algo pelo seu País. Basta ensaiar o repto de J. F. Kennedy - quando quis promover a força da América no mundo. Afinal, o que podemos fazer pelo nosso País - (apesar de não termos a força da América)??? Olhem, eu tento escrever umas coisas.. Também sei que para o homem, isto é difícil, senão mesmo impossível; mas, para Deus, todas as coisas são possíveis. Telefonem-lhe... Mas passem primeiro pelo crivo de São Mateus (10) Este sujeito (aqui em baixo) posso ser eu, você e mais 10 milhões de portugueses. Sentados à beira da porta, num dia à tarde, após ter bebido umas cervejas pretas (Cintra e uns Martinis - com a devida companhia) e ter saboreado a vitória do Benfica. E a festa feita e vivida. Mas ele é mais do que isso, porque o homem não se alimenta só de ópio... Esse boneco é um sacana. Um grande e verdadeiro sacana!!!. Pode representar uma de duas posições (ou ambas):

  • a) estamos em fase de modernização e desenvolvimento;
  • b) só que aquele rotor em aspiral em lugar de nos modernizar e desenvolver estrangula-nos...

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c) o ciber-leitor - pode deixar uma visão alternativa que não consegui vislumbrar... Mas para mim aquele rotor em aspiral (dentro da caixa de velocidades da globalização predatória) significa o aumento geral dos impostos lançados por um senhor que é engenheiro mas tem nome de filósofo. E ainda é primeiro-ministro de um país chamado Portugal. Não é isto admirável?! (gosto muito desta frase) - faz-me lembrar o Aldous Huxley - e depois a coisa terminou a doer..
  • Se pensavam que era uma peça de Lego enganaram-se.. O engenheiro também não é o filósofo. E o Lego não aleija, diverte!! Salvo se for jogado com força..., com muita força