segunda-feira

A exaltação do fracasso ou a crónica duma morte anuncia..

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  • Eis a Águia sombria que habita em todos nós. Com maior ou menos intensidade. Estas imagens e textos não são senão uma sua emanação, emanação de todos nós. Felizes, alegres, contentes mas também falsamente eufóricos, dramáticamente esquizofrénicos, empurrados pelo amor e o desamor, a vida e a morte, a paixão e a decadência, eros e thanatos. Tudo isto num sonho breve, com 45 minutos para cada parte, que nunca mais deixará de se sonhar. Mas aquilo que incialmente era um jogo espontâneo passará a ser depois, quando a consciência acordar de novo para a realidade, um destino: o de um sonhador entalado entre uma ideia de felicidade e a realidade da frustração, entre o voar e o rastejar, entre o ceú e o sub-solo dos nossos pecados.
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  • Matamos os nossos pecados e quistos mais íntimos. Exaltamos uma qualquer unidade colectiva, para evitar ter de pensar que morremos sózinhos. Sem projecto e sem glória. Trincamos a orelha à alma, levitamos, batemos com a cornadura no chão e dizemos: afinal isto dói. A economia é má, trata-nos como gado encaixotado em contentador de cereais a caminho d'África. E aí de pouco nos vale lembrarmo-nos da Águia, do Glorioso e do conjunto de estímulos que fazem e desfazem as nossas sensações de amor e ódio, de cooperação e conflito, de civilidade e de selvajaria que - como na águia, no leão, no dragão e em qualquer ratinho ou gatinho de vão de escada - habitam e pululam numa agitação permanente, só interrompida pela linha da morte - que nunca se sabe quando chega e a que ritmo vem.
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  • Ontem procurámos algo e fizémos Obra. Sem glória, porque a Águia voou baixinho. Tão baixinho que a envergadura das asas encalhou nas calhas dos edifícios. Mas não deixou de ser uma obra que brilhou, ao cabo de 11 anos de jejum e de muitos vómitos. A águia, mais 6 milhões de seguidores dos céus, fizeram tudo isso.., com a intensidade de mil fogos, sempre a arder. Mas hoje ...
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  • .. hoje trocam-nos as voltas de novo.. Nunca sabemos quem somos nem pra onde vamos. Nem com que podemos contar, a não ser com o sete. Os tais 7% do défice público que é privado de todos nós.. Estaremos cegos?! Tontos!? Ou será que ao procurarmos melhor descobrimos que, afinal, o sol é negro... A culpa paralisa. E de nada adiante dizer que a crise foi gerada pelo Gueterres, como diria Durão Barroso. De nada adiante a S. Lopes dizer o mesmo do seu predecessor, doutro modo terá de se criticar a si mesmo.. E para exercícios de auto-flagelação - já basta... Nem, por último, adiantará que Sócrates, o único engenheiro no mundo com nome de filósofo, mande sistemáticamente Jorge Coelho fazer números de circo em contexto pré-eleitoral, prometendo tomates na lua quando os portugueses nem sequer conseguem já comer batatas na terra. Alguns dirão: números de ilusionismo só com o Luís de Matos, é mais soft e mais profissional. Pelo que o contributo dos culpados é apenas repetitivo, já não tem capacidade para inovar. A não ser que os políticos nacionais no activo procurem denegar a sua própria existência, colhendo aí um refúgio dos que escolheram serem populares esquecendo a responsabilidade de serem claros. Assim, o país agradece.
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  • Será que temos alguma capacidade de guiar o nosso próprio destino ante uma economia moribunda, que todos os meses desmente a mentira do semestre anterior? Uma mentira que responde pelo número sete (7). Será alguma cabala... - daquelas inventadas pelo Sr. Gomes da Silva.. Cabalas subjectivas ou subjectivadas.
  • Será que depois do ópio anestesiante lá teremos de cair daquela doce levitação e dizer: porra, batemos outra vez com a cornadura no chão!! Isto dói.. Dói muito. Afinal, que parte da estória pertence à realidade e que parte integra a ficção?
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  • Seja como for, e descontados os brutos e alarves ordenados mensais que aqueles eleitos do pé firme têm relativamente à restante população, será que teremos de revisitar Pessoa e dizer com ele:
Image Hosted by ImageShack.us Desejo tornar-me um criador de mitos. O maior dos milagres que é possível fazer pela humanidade. E depois meter o Álvaro de Campos na jogada e marcar um livre, pra dizer: Image Hosted by ImageShack.us Não sou nada... Sou uma ficção.
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E tudo estaria bem, Portugal estaria bem, com sol e praia, e alguns martinis.. Tudo estaria bem se não tivéssemos à volta aquele drama todo - agora matematizado nos 7%. Eles, os donos da bola, os agentes do pé firme, os donos deles e mais dos passes milionários, regressam às suas casas. Casas grandes, Vivendas, Moradias. Com garagens enormes guardando Mercedes, BMW, Porshes, Audis, Aston Martin (para os que têm melhor gosto). E todos sempre muito bem acompanhados, por toneladas de beleza, cosmética e alta costura, um espelho de mulheres que mais parecem bonecas de porcelana - que só o são até abrirem a boca.. Como eles, nas conferências de imprensa!! E nós, os telespectadores, os treinadores de sofá que lhes pagamos os salários milionários, atiradores de palpites que pagam as quotas - também regressamos a nossas casas. Às nossas casinhas. Sem garagem e com as nossas mulheres. E mais não digo para não estragar a crónica que hoje está muito metafísica, como o tempo. Além de que a minha mulher tem o mau hábito de ler aquilo que escrevo... Vai à socapa, mas lê. Como alguns ciber-leitores... Vão, lêm e como sabem que não estão sendo vistos, piram-se sem pagar. É o orgulho que os tolhe. O orgulho mais a frustração.. Mas depois ficam com o sentimento de culpa. Paralisam como a ave a olhar para a gibóia, pensando que a vai comer. E quando os vemos na rua denunciam-se. A 100 metros começam a corar. E quando lhes apertamos a mão julgamos estar diante uma melancia madura... Madura e rachada que se abateu sobre nós, como se tivesse caído dum 8º andar - ali do Banco E. Santos da Av. da Liberdade. Afinal, ninguém controla a Internet, mas julgo que ela - a minha Mulher - quer-me controlar através da net, o que não deixa de ser um paradoxo..
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Bom, antes que nos suicidemos todos com medo da morte - deixem-me perguntar:
Será isto Portucale, perdão Portugal (meio homem, meio animal)?!?!
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