Guterres já é Alto-Comissário para a Educação e a Reforma das Finanças Públicas, perdão - dos Refugiados...
- Depois do nevoeiro e da incerteza vem a bonança e a previsibilidade para o desempenho de mais um grande cargo na arena internacional. Guterres, como Durão, sempre gostaram da diplomacia e do exercício das relações internacionais. Foi uma pena - a dada altura das suas vidas - terem pensado que poderiam ir além disso. Mas pensaram - e, por isso, também ajudaram a dar cabo do País, mesmo que as suas intenções fossem as melhores. Confesso que em ambos os casos - Guterres e Durão - frustrados domésticamente - a esfera internacional acabou por ser o escape dessas angústias. Mas o povo português pergunta-se: então, qual a vantagem de terem sido PM de Portugal? E eu respondo: para terem suficiente fama e prestígio para agora representarem uma certa imagem de Portugal no exterior. Os melhores filhos de Portugal parece que não querem nada com o país que os viu nascer, ou será que as suas ambições são de tal modo amplas que o país já se tornou pequeno para os acolher?! Seja como for, desejamos a A. Guterres as maiores felicidades - em prol da humanidade.
- António Guterres foi escolhido para o cargo de alto comissário para os refugiados das Nações Unidas. O antigo primeiro-ministro português terá agora de abandonar o posto de presidente da Internacional Socialista, que ainda ocupa neste momento. Guterres sucede ao holandês Ruud Lubbers.
- O mérito é de Guterres. Parabéns. Acho que o cargo lhe assenta que nem uma luva. Acho também que irá fazer um bom lugar e com visível reconhecimento pela comunidade internacional. Guterres é capaz de falar sete línguas em setes minutos. Tem uma paixão tremenda pela educação. Domina as questões da Guerra e da Pax. Tem uma profunda formação católica e humanista. Emociona-se e condoi-se fácilmente pelas desgraças do mundo, mesmo quando passa a vida a andar de avião e está afastado dos problemas terrenos. Tem tanto amor para dar, como S. Francisco de Assis, que até se abraça às árvores para partilhar esse afecto. Domina bem a geografia e a geopolítica. Sabe onde fica África e não confunde as fronteiras. As suas confusões são só com o PIB. Pois seria desastroso dizer que a Costa do Marfim é uma tremenda democracia e fica no Corno d'África, ao lado da Somália. Também seria grave dizer que a Namíbia ficaria a Norte de Angola e fronteira com Moçambique. Mais grave ainda seria defender em plena Assembleia Geral da ONU - ante um qualquer massacre humano - sobre os habitantes do Uganda, do Ruanda e do Burundi - dizer que aqueles desgraçados povos da "África Ocidental" sofrem sistemáticamente chacinas que devem ser prevenidas pelos capacetes azuis da ONU. Agora os capacetes são encarnados, porque o Glorioso ganhou - façam favor de alterar a coisa.. E depois, para evitar o pior, com Guterres jamais alguém dirá que Timor-Leste - é essa antiga colónia australiana cujo PIB é semelhante ao PIB português, segundo os relatórios a cinco feitos pela Dona Constança - do BP...
- Guterres é, portanto, o fiel da balança do humanismo global, cosmopolítico, no tratamento das delicadas questões relacionadas com os refugiados no mundo, e com os problemas sociais e políticos que esses movimentos forçados de massas humanas implicam nas economias e nas sociedades afectadas. Guterres será uma espécie de Pai-Kant que passará a andar pelo mundo a apaziguar a guerra, a gerir programas de urgência e de prevenção aqueles milhões de homens, mulheres e crianças vítimas do desatino do coração de certos homens. Os loucos que ainda governam - e recorrem aos sistemas da morte para se perpetuarem no poder, numa lógica infindável e numa espiral de violência que urge erradicar.
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