O Mercedes, o cigano e o casaco..
- Com o inverno vem o frio. E o frio obriga-nos a comprar roupa porque já não aguentamos viver como os nossos antepassados. Vai daí, o mercado de rua é, ainda, o local de oferta e procura mais eficiente para adquirir essa segunda pele que já não dispensamos...
- Geralmente, quem melhor e mais vende, é essa categoria socio-antropológica que responde pelo nome de raça cigana. Esses nómadas do tecido que fazem com que já não haja Norte nem Sul. Apenas comércio. A dada altura, quando comprava o casaquito, barato e de melhor qualidade do que em muitas casas da especialidade que vendem pelo quíntuplo do preço, perguntei ao dito Senhor - se não me fazia um desconto.
- Asseverei, na brincadeira - e também na expectativa do tal desconto, que muitos deles - da sua categoria sociológica - até já compram Mercedes, tal é a prosperidade e estilo de vida que muitos ciganos já conseguem ter em Portugal.
- Mal acabava de pedinchar o desconto, está o amigo cigano a ripar da carteira para mostrar, com orgulho metalizado, o livrete da sua máquina. Um mercedes, ouviu bem!! Um Mercedes de 2002, comprado na Alemanha com um valor na casa dos 50.000 euros (10 mil cts.)
- Comprei o casaco, mesmo sem o desconto. Despedimo-nos cordialmente, e pensei para comigo: isto é mais real do que a própria realidade.
- E por ser tão verdade quanto o oxigénio que respiro, resolvi testemunhar esta pequena grande "estória". Uma estória de sucesso que não integra, certamente, as estatísticas dos 20.000 desempregados (extra) inscritos em Janeiro de 2005 nos centros de emprego de Portugal. Esta "malta" não anda, de certeza, de Mercedes, mas gostaria...
- Se contasse esta estória em família ou entre amigos, provavelmente, poucos seriam os crentes.. Assim, escolho o espaço virtual - mais real do que a própria realidade.
- Não é isto admirável!?
- Visto por trás...
- (Óh chefe compre aqui um casaquinho ó cigano...")
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