Poesia - por Alberto Serra -
hoje. escrevo-te à hora do pão quente. ainda com o sabor nocturno. do teu corpo. ontem à noite. a língua rodava. fina agulha de flor sobre os teus seios de massa tenra. escrevo-te. a boca besuntada de farinha. a trincar framboesas nas tuas coxas. anda tudo trocado. meu amor. dás-me a provar frutos. no teu corpo . à hora do jantar. e já não tenho compotas. chã de ervas. com que possa. matar a fome. de ti. se a esta hora. do pão quente. alcançasse a temperatura da noite.a minha primeira refeição. eram.maçâs.rosadas.pelos teus lábios.
(quadro de picasso)
__________________________
Etiquetas: Poesia - por Alberto Serra -
<< Home