O RANCOR na política portuguesa: Pedro & Paulo e a moção de rejeição ao Programa do XXI Governo Constitucional
Na mente de Passos Coelho o novel Governo de A.Costa é ilegítimo porque não se apresentou a votos previamente coligado com as esquerdas. Mas não foi o próprio PSD que fez uma coligação PÓS-ELEITORAL - com o CDS/PP para (des)governar o país desde 2011 (!?), agravando os níveis da dívida pública e o défice referentes a 2011, e demais indicadores socioeconómicos de desenvolvimento(!?). É claro que foram, como o Instituto Nacional de Estatística comprovou.
Daí a fragilidade do argumentário de Passos, que hoje se move apenas com mágoa e ressentimento. Ambos maus conselheiros em política e na vida em geral...
Esta semana, e porque Passos é o líder mais fraco da direita, mas o chefinho do partido maioritário dessa coligação Pàf, foi totalmente rebocado por Paulo Portas, que, com maior mágoa ainda, fixou a moção de rejeição ao Programa do XXI Governo Constitucional. A qual foi chumbada pelas esquerdas.
Quer dizer, toda a estratégia pensada por Paulo Portas, de regresso ao soundbite jornalístico dos tempos do Indy, é automaticamente seguida pelo seu parceiro de coligação, Passos, e assim marcha a direita ressentida por ter sido apeada do poder, apesar de todas as ajudas, repito TODAS - do ainda PR, Cavaco silva na famosa birra dos 55 dias.
Se a ideia da dupla de "Pafiosos" ao votar a moção de rejeição ao Programa do novo Governo - era demonstrar o carácter ilegítimo da forma como o PS conquistou o poder, o que acabou por ficar patente (perversamente) foram duas coisas: (1) o cimento-armado das esquerdas, que ora se reforçou com mais esta moção de rejeição (gratuita); (2) e a ideia de que a Pàf e os "pafiosos" - só entendem a democracia e o exercício do poder se forem eles os únicos agentes e responsáveis do poder a ocupar os lugares públicos no aparelho de Estado, julgando-se assim os únicos - quiça ungidos por Deus ou uma qualquer vaca sagrada - a terem esse direito divino, com exclusão dos demais.
Eis a visão elitista e profundamente errada da extrema-direita portuguesa, em que o PSD, que há muito deixou de ser inter-classista e social-democrata (um legado de Sá carneiro), passou a andar a reboque desse partido radical e ultra-direita (CDS) que nunca ganhou uma eleição legislativa em Portugal, não obstante ocupar os lugares do poder recorrentemente. O que configura, isso sim, uma aberração democrática e ao nível da teoria da democracia representativa.
No fundo, a dupla Pedro & Paulo, que tanto mal fizeram à economia portuguesa e aos portugueses, actuam dessa maneira porque carregam consigo um excesso de mágoa, ódio, rancor e até raiva senão mesmo ira, por terem sido literalmente apeados do poder e por se encontrarem agora privados dos seus privilégios e regalias. Nesse quadro, é natural que ambos percam o contacto com a realidade e comecem a alucinar ou a ter delírios - dinamizados por essa privação do poder e do mando - que pode gerar pensamentos (psiquicamente) desorganizados e experimentem situações de paranoide, acentuada inquietude psicomotora, sensações de angústia intensa e até depressão.
Neste novo quadro político (e clínico), não será de estranhar que Pedro e Paulo não consigam dormir, pelas recorrentes insónias, o que levará à incapacidade de fazer a auto-crítica e o não reconhecimento do carácter bizarro do seu comportamento público (porque o privado não nos interessa, e cada um prova do que gosta...).
No limite, Pedro e Paulo, que podem assumir um quadro comportamental de psicose - revelado pela tal perda de contacto com a realidade, podem ainda revelar dificuldades de interacção social e em cumprir normalmente as actividades de vida diária.
Pois não devemos esquecer que o XIX Governo (in)Constitucional outra coisa não fez no decurso destes longos e penosos 4 anos, senão agravar a taxa de desemprego, embora digam o contrário; agravaram o investimento público, mas falem dele como um mar de rosas; expulsaram meio de milhão de portugueses, mas referem o assunto como uma valorização de experiências no exterior e saída da "zona de conforto"; desmantelaram o Estado social, vendem Portugal a pataco com as miseráveis privatizações, de que a TAP é um péssimo exemplo, etc...
Passos, no fundo, não conseguiu governar senão por recurso à mentira sistemática, a tal ponto de a ter institucionalizado, e a mentira, como sabemos, é sempre uma reinterpretação interessada (ou interesseira) da verdade.
Mas a "verdade" de Passos, Portas, e até de Cavaco, que formam a troika doméstica, não interessa verdadeiramente a Portugal e aos portugueses. E foi por causa da distorção dessa realidade, de que os portugueses sofreram na pele as suas piores consequências, que o povo teve a sabedoria popular de votar maiaoritáriamente nas esquerdas, de molde a permitir-lhes que estas, no momento pós-eleitoral, fizessem os entendimentos e os acordos possíveis e necessários para exterminar definitivamente com a austeridade que aquela troika de ultras representou desde 2011 entre nós.
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