sexta-feira

Cada dia será um bico d’obra - por Francisco Louçã -

Nota prévia: Louçã igual a ele próprio: inteligente, sagaz e oportuno. Eficiente súmula. 


Francisco LouçãCada dia será um bico d’obra


Os derrotados das eleições desconfiam evidentemente que a desforra pode estar mais longe por cada dia que nos aproximamos do Verão. Diz-lhes a insídia que Marcelo pode faltar a essa chamada e, entretanto, vigiam-se dentro das grades que armaram: Portas nunca mais se apresenta a eleições e Passos Coelho nunca mais falará de empobrecimento. Não sabem portanto o que dizer ao país.
Mais, emaranhados nas contas da sobretaxa, do Novo Banco, do trespasse dos transportes urbanos, PSD e CDS vão ser perseguidos pelo seu governo. Venderam empresas ao desbarato ao PC Chinês, empandeiraram a TAP e prometeram a Bruxelas cortar mais as pensões. Só pedem agora que esqueçamos tudo o que fizeram. E assim terminou o debate.
O governo mostrou também a sua força e fragilidade. Protege os salários e pensões e esse alívio vai sentir-se, tem impulso para o primeiro ano. Depois, confia na sorte e que a Europa nos esqueça. Mas não sabe o que fazer com a banca se o céu lhe cair em cima e, aí, não lhe sobra tempo.
Cada dia vai ser um bico d’obra. Pois ainda bem, afinal Portugal voltou a poder decidir. Como a direita resignada veio aceitar, deixemo-los trabalhar.
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