terça-feira

A ideologia do palhaço - por Paulo Baldaia -

Nota prévia: Paulo Baldaia a renovar aqui a sua pontaria na cabeça do pior PR desde 1974. Demonstrando as suas contradições, a sua dualidade e ambivalência, o seu provincianismo e sectarismo pessoal e político. De facto, Cavaco atrasou o desenvolvimento de Portugal em décadas, e fê-lo por ser pequeno no carácter, na inteligência, na sensibilidade e na postura. Os portugueses procuravam nele um estadista e viram nele, na realidade, um ser mesquinho, pequeno e vingativo. Miguel Sousa Tavares tinha razão. Pior teria sido impossível. Reclamando-se dessa condição, a de "palhaço" - Baldaia - foi habilidoso - ao fazer esse "transfer" para quem, de facto, o é na sua plenitude - e para prejuízo de Portugal e dos portugueses, mesmo daqueles eleitores que lamentavelmente confiaram o seu voto no Aníbal. 
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A ideologia do palhaço


Algures em 2013, Mário Soares acusou Cavaco Silva de pertencer "ao bando" do governo que mexia nos dinheiros públicos, Cavaco não mexeu uma palha para repor a sua honra. Por essa altura, Miguel Sousa Tavares, contextualizando, chamou-lhe palhaço, e o chefe de Estado moveu-lhe um processo. Deu em arquivo na PGR. De lá até cá, Cavaco Silva desceu a níveis de popularidade impensáveis para um Presidente da República. Mas isso não o impediu de continuar a ver o mundo com uma venda que o faz acreditar que nunca se engana.
Hoje, falando para os mais ilustres representantes da diáspora portuguesa, Cavaco Silva abdicou de ser o representante de todos os portugueses para assumir a defesa do "pragmatismo", o que nos impõem que todos os desastres financeiros sejam pagos pelos contribuintes. É verdade, não é possível ser mais pragmático. É o que acontece, sejam os governos de centro-direita ou das esquerdas. E a generalidade dos portugueses, além de pragmática, é assim tão conformada? Não parece, pelo contrário. Aqui, como em muitos países da Europa, o povo quer alterar o sistema e procura alternativas, recuperando ideologias.
A Zona Euro, bem vistas as coisas, não é ideológica, é pragmática. Mas ela não existe para dominar as democracias e torná-las numa zona franca financeira em que a ideologia fica proibida. Mal se percebe, por isso, que o máximo representante de todos os cidadãos nos diga que a ideologia "só resiste como um modo de vida de comentadores, de analistas políticos, de articulistas que fazem o deleite de alguns ouvintes e alguns leitores em tempos livres".
Fazer o deleite em tempos livres é o que procura fazer qualquer palhaço que se preze. Como comentador, analista e articulista assumo essa minha faceta de palhaço. Ideologicamente falando, o que me custa aceitar é que existam palhaços pragmáticos. Não dá nenhuma vontade de rir.
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