Raciocínios por analogia: somos a Santa casa da banca corrupta e falhada
Quando os bancos intervencionados pelo Estado abrem falência, à força ou porque a UE faz saber que se esgotou o prazo para a reestruturação de tantas imparidades, lembrei-me que talvez um dia até a Santa Casa da Misericórdia solicite ao Estado "misericórdia" - que é o que o Estado tem feito com o BPN, o BES, o Banif e, quiça um dia, o Montepio Geral...
- Mas depois lembrei-me que no caso da Santa Casa.., sempre se pode recorrer a uma brutal percentagem dos prémios de jogo (20%) que ela cobra para gerir todo o seu imenso património no país. Pelo que não terá fundamento este receio, já que o património da Santa Casa, as receitas de jogo e a solidariedade estatal e infra-estatal fazem dessa "casa" uma casa eternamente rica.
- Todavia, os bancos, os citados e que já foram intervencionados e estão a peso de ouro suportados pelos impostos dos contribuintes, e aqueles que ainda não o foram, mas podem vir a ser, podem ver no Estado - a sua Santa Casa da Misericórdia.
- Daí ser lícito concluir que nós, os contribuintes, somos assim uma espécie de Santa Casa da Misericórdia para os bancos falhados, que em caso de passivos exagerados - esses mesmos bancos tornam-se incapazes de honrar os compromissos e devolver ao Estado o que este lhes emprestou (por via da capitalização); esses bancos têm sempre no Estado a caixa forte que os ampara na queda. Prática diversa tem o Estado para com as pessoas, as famílias e as PMEs.
- Ora, nós, contribuintes, relativamente à banca corrupta, falhada, fraudulenta e tutti quanti, somos, nem mais nem menos, a sua "santa casa da misericórdia". Basta os bancos pedirem socorro, que logo acudimos com o que temos e não temos, por via de mais carga fiscal, naturalmente.
- A esta luz o nosso futuro é "brilhante" e irradia impostos por todos os poros: ainda não começou o Novo Ano/2016, mas já fica a promessa que seremos tributados extraordinariamente por conta de mais uma gestão fraudulenta de um pequeno banco que, ainda por cima, tinha no seu Conselho de Administração um representante estatal que, afinal, tratava mais da sua vidinha do que da do banco.
- Triste sina a nossa!!!
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