sábado

O homem da banana em Portugal


É impressionante como hoje todas as respostas ao funcionamento do sistema político desaguam na porta do candidato-presidente, Marcelo Rebelo de Sousa. O candidato que antes de o ser, já é. 

Vejamos: 

(1) se Cavaco optar por um governo técnico, de iniciativa presidencial, a fim de amparar na queda - mais uma vez - o amiguinho Passos Coelho, Marcelo, de Janeiro em diante, poderá desfazer essa trapalhada decorrente de mero nepotismo e amiguismo político, que é o que Cavaco tem feito desde que se alçou ao Palácio de Belém;
(2) se, ao invés, Cavaco empossar A.Costa para a próxima legislatura - é natural que Marcelo constate, a meio do mandato, ou antes, que as condições políticas do exercício do poder careçam de ratificação e de esclarecimento popular, pelo que recorrerá à convocação de eleições legislativas antecipadas, mas não no timing que o PSD e o CDS as quiserem, como hoje decorre da vontade da dupla de meliantes, Pedro e Paulo, os arrebentas de Portugal. 

Ou seja, com esgotamento da esfera pública e de autoridade do PR, este - por efeito de erosão da sua autoridade e legitimidade -  torna-se cada vez mais parecido com esse manequim de poder, que só lá está a ocupar o lugar do poder no plano formal e simbólico, mas já não é ele quem, de facto, decidirá o rumo dos acontecimentos em Portugal. 

Cavaco Silva, e de modo irónico, converteu-se no homem da banana. Ele já só existe para ser comido pelos que lhe sucederão, e não terá um lugar bonito na história de Portugal. 

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