Do ponto de vista analítico, diz MMendes...
Ouvir este comentadeiro é um desafio à inteligência, uma fuga à imparcialidade, uma tremenda falta de rigor e de seriedade:
- Cavaco deve nomear Passos porque "é essa a tradição constitucional", mesmo que M. Mendes desconheça a natureza do sistema semi-presidencialista em Portugal, que confere à composição do Parlamento saído de eleições uma maioria de esquerda (que poderá entender-se no momento pós-eleitoral, à semelhança, aliás, da coligação do centro-direita entre PSD e CDS nestes últimos 4 anos). Uma maioria de esquerda que é de grande relevância e da qual dependerá (ou deverá depender) a formação do Governo, e não dos gostos ou preferências do PR, que por acaso é do PSD;
- O PS está profundamente dividido, diz o pequeno Mendes; na verdade um ou dois casos públicos revelaram discordância de alinhar à esquerda: um arrufo de sérgio Sousa Pinto (que se demitiu da direcção do PS, mas não de deputado) e uma discordância de Francisco Assis, entre outras discordâncias num partido plural;
- Mendes comete ainda o sacrilégio de citar o pior e mais ilegítimo Governo da República, o de Santana Lopes, que substituiu Durão Barroso na sequência da fuga deste para Bruxelas. Mendes nem sequer frisou o facto de não ter havido um congresso no PSD - como muitos reclamavam - que legitimasse internamente o impreparado Santana para chefiar um governo para o qual não foi eleito e não estava preparado, como se Portugal vivesse ainda sob o regime monárquico.
- Ouvir este pequeno, pequenino comentadeiro é, antes demais, um insulto à inteligência, porque ele não consegue alinhar duas frases sem afirmar a sua preferência em prol dum partido, duma facção, duma orientação em relação à qual, sob o disfarce da isenção, da imparcialidade e do suposto rigor analítico que proclama, ele está ao serviço.
- Em rigor, é para isto que importa ouvir este comentadeiro, autor da lógica da batata mais sectária de que há memória na televisão privada, por acaso também pertença do fundador n.º 1 do PSD, Francisco Pinto Balsemão.
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Etiquetas: Défice analítico, Marques Mendes, parcialidade
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