Feios, porcos e maus (brutti, sporchi e cattivi) - à portuguesa -
Neste trailer de Feios, porcos e maus (brutti, sporchi e cattivi), de Ettore Scola, lançado em 1976, há algo de tragicamente verosímil com a situação social e económica vivida em Portugal nos últimos anos. No âmbito do consumo, da relação do contribuinte com o fisco, enfim, do nível de confiança do cidadão nas instituições públicas que deveriam gerir com eficiência e eficácia os recursos públicos, decorrentes dos nossos impostos, em prol do bem comum de que falava Aristóteles.
Contudo, o que me evoca mais esta passagem, entre outras que não são hiper-ficcionadas no verdadeiro filme de Scola, é o modo como a a dupla de meliantes, Pedro e paulo, deixaram os níveis de rendimento das famílias e das empresas e a carga fiscal em Portugal nas ruas da amargura, cavando um fosso de pobreza e de injustiça social que se agravou em Portugal nos últimos 4 anos, com cerca de 3 milhões de pobres entre nós.
A dado passo, diz-se nesta recriação fílmica, que Passos diz que temos de pagar, custe o que custar...
Não é só Passos, é Cavaco e Paulinho Portas..., que agora anda a nomear boys a eito - na Segurança Social (e não só!!) - de modo a que a administração pública se torne numa espécie de cabaré em que os nomeadores têm depois acesso "à carne" que por alí se vende (para uns) e oferece (para outros).
Deixou de haver escrúpulos em Portugal, muito menos na actividade política, com a agravante de tudo agora se fazer às claras, despudoradamente.
Pergunto-me se não há um tribunal que possa declarar nulas estas decisões verdadeiramente mafiosas e que, por terem lesado o interesse público de modo ostensivo, ponha os seus fautores na cadeia, inibindo-os de mais alguma vez na vida poderem desempenhar funções ou terem cargos públicos.
Enquanto isso não acontece, direi, como Almada, que Portugal não é um país, é sítio mal frequentado.
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