Presidenciais: Marcelo é o favorito e metade não conhece Sampaio da Nóvoa
Nota prévia: Marcelo anda há pelo menos duas décadas a ensaiar a sua caminhada para Belém, frustrada que foi a sua passagem pela política activa e que nenhum fruto deixou a Portugal e aos portugueses.
- A circunstância de ter visibilidade mediática e de ser o comentador - entre os comentadores - confere-lhe, naturalmente, um palco e um estatuto especiais que o promove particularmente junto dos portugueses e no Portugal profundo, onde a generalidade dos demais candidatos-concorrentes a Belém não consegue chegar.
- Contudo, a perguntar que me parece oportuno formular neste momento de carrefour em que nos encontramos, consiste no seguinte: será MRS, por aquelas características (pessoais e mediáticas), o candidato preferencial que Portugal precisa nesta delicada fase da sua história?!
- Creio que não. Um "Não" que assenta na sua escassa experiência governativa, numa visão conservadora que tem e faz do país e, acima de tudo, pela sua tendência natural para a produção intensiva de intriga política que faria de Portugal um país politicamente instável, e cujo governo estaria recorrentemente a ser interferido com as suas opiniões, declarações, vetos e demais manipulações - por acção e omissão - em que o douto Marcelo já se especializou enquanto foi director do Expresso.
- No fundo, Marcelo seria o exacto contrário de Cavaco, que peca por laxismo e omissão, levando este governo ao colo para poder concluir o seu mandato com alguma dignidade institucional.
- Estas características pessoais fazem de Marcelo, paradoxalmente, o pior dos candidatos a Belém em 2016. A confirmar-se a sua candidatura, como tudo prenuncia, e não obstante toda a sua máxima visibilidade pública, faria com que Portugal perdesse... Perdesse um eficiente analista, um grande comunicador, e, acima de tudo, alguém que passa a vida a promover livros (e os seus autores, naturalmente!!!) que ele nunca leu nem sequer vai ler.
- E até neste pequeno exercício de tipo (auto)promocional, o douto Marcelo consegue revelar fragmentos gritantes da sua personalidade: o de falar de coisas e de pessoas que verdadeiramente desconhece, mas fala...
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Potenciais candidatos da direita, Marcelo e Rio, bateriam com facilidade os dois homens de esquerda: Nóvoa e Henrique Neto.
Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Rio ainda não anunciaram a intenção de se candidatar à Presidência da República - e podem nem o vir a fazer -, mas o barómetro de junho do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica é-lhes claramente favorável.
Os seus níveis de popularidade superam em larga escala os de Sampaio da Nóvoa e de Henrique Neto, e os inquiridos também são contundentes quanto às probabilidades de voto. A amostra revela que 24% consideram "bastante provável" votar no professor universitário e comentador da TVI, enquanto 23% veem essa hipótese como "muito provável".
Na prática, 47% dos portugueses admitem votar no ex-presidente do PSD, o que a confirmar-se o deixaria à beira da vitória logo na primeira volta da corrida a Chefe do Estado (as eleição realizam-se no início do próximo ano e no centro-direita ainda existe um vazio de candidatos).
Rui Rio aparece com menor dose de preferências do que Marcelo Rebelo de Sousa - 20% dizem ser "bastante provável" votar no ex-presidente da Câmara do Porto e 13% veem esse cenário como "muito provável". O ex-autarca portuense perde também noutro indicador: na probabilidade de vencer o sufrágio. São 42% os que admitem ser provável que Rui Rio venha a suceder a Cavaco Silva, enquanto 57% veem Marcelo Rebelo de Sousa como o próximo homem a sentar-se em Belém.
Por outro lado, a sondagem é pouco animadora para os candidatos já anunciados com ligações à esquerda. Henrique Neto, o antigo deputados dos socialistas e empresário da Marinha Grande, continua a ser um desconhecido: 68% dos portugueses não sabem quem é Neto (apresentou a sua candidatura no passado mês de março). Já 46% não conhecem o ex-reitor da Universidade de Lisboa, António Sampaio da Nóvoa, que oficializou corrida a Belém no final de abril e que, ao que tudo indica, será o candidato do Partido Socialista (António Costa ainda não assumiu esse apoio, ao contrário de alguns históricos socialistas.
Os dados tornam-se ainda mais desfavoráveis aos candidatos de esquerda quando a pergunta é sobre a probabilidade de voto em Henrique Neto ou em António Sampaio da Nóvoa : entre "bastante" e "muito provável", o empresário não recolhe mais de 4% de respostas favoráveis e o ex-reitor não vai além dos 16%.
Dos inquiridos, 51% disseram ser "nada provável" atribuírem o voto ao empresário de 71 anos, enquanto 40% afirmaram o mesmo relativamente à intenção de voto no ex-reitor de 61 anos.
Ficha técnica
Esta sondagem foi realizada pelo CESOP-Universidade Católica Portuguesa para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias nos dias 13, 14, 15 e 16 de junho de 2015. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram selecionadas aleatoriamente dezanove freguesias do país, tendo em conta a distribuição da população recenseada eleitoralmente por regiões NUT II e por freguesias com mais e menos de 3200 recenseados. A seleção aleatória das freguesias foi sistematicamente repetida até que os resultados eleitorais das últimas eleições legislativas nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados nacionais dos cinco maiores partidos. Os domicílios em cada freguesia foram selecionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o próximo aniversariante recenseado eleitoralmente na freguesia. Foram obtidos 1048 inquéritos válidos, sendo 55% dos inquiridos do sexo feminino, 31% da região Norte, 24% do Centro, 32% de Lisboa, 6% do Alentejo e 7% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no Continente por sexo, escalões etários, região e habitat na base dos dados do recenseamento eleitoral e do Censos 2011. A taxa de resposta foi de 77%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1048 inquiridos é de 3%, com um nível de confiança de 95%.
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