segunda-feira

Um fenómeno emergente em Portugal: alegada corrupção + mentira política

Via Paulo de Morais (FB)




"Rui Moreira, Presidente da Câmara do Porto, vai atribuir a medalha de ouro da Cidade a Sindika Dokolo, acusado de traficar diamantes pela revista Forbes e genro do presidente angolano Eduardo dos Santos. A vereadora socialista Carla Miranda diz que a atribuição é uma violação do regulamento. Apesar disso, votou a favor (!?). O vereador comunista, Pedro Carvalho, diz que Dokolo nunca fez nada pelo Porto. No entanto, também votou... favoravelmente (!?).  Um triste episódio na vida da Cidade (Invicta?)."


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Obs: (alegada) Corrupção e mentira política em Portugal 


Este episódio descrito por Paulo de Morais, que é um autorizado estudioso do fenómeno da corrupção em Portugal, revela bem o modo de fazer política (local e nacional) hoje  entre nós. Os actores políticos pensam duma maneira (quando pensam algo!!), mas depois votam noutro sentido. 

Isto entronca com um fenómeno mais banal entre nós, a mentira política - que se institucionalizou em Portugal nos últimos anos, designadamente com Passos Coelho - que foi eleito com base num Programa Eleitoral comunicado à sociedade, mas uma vez alçado a S. Bento rasgou integralmente esse programa e tem governado como sabemos: impostos, cortes e desmantelamento do Estado social. A ordem é aleatória. Mas nada disso, da forma como ocorreu, constava do seu Programa eleitoral demonstrando total desprezo pelo eleitorado e até pelas instituições que zelam pela salvaguarda das normas da Constituição, como é o Tribunal Constitucional. 

No plano local, direi que os governos de proximidade hoje fazem tudo para estar de bem com o capital, mesmo que a sua origem, os seus players estejam comprometidos em processos obscuros de contornos preocupantes. Mas esta parece ter sido a forma mais eficiente de fazer política local de grande proximidade a Norte de Coimbra. 

O que importa, seja a que título for, é angariar uns milhões, ou identificar o mensageiro que identifique esse processo de capitalização cultural legitimado pelo revestimento do verniz autárquico. Um mau presságio, portanto. 

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