Pedro Adão e Silva procura minar o terreno sociopolítico a Marcelo. Quando a análise se converte em acção política
Nota prévia: O comentador e analista Pedro Adão e Silva não deixa de ter graça nesta sua carnavalesca tirada, pois só assim deverá ser encarada, já que no Carnaval ninguém leva a mal e tudo é permitido.
A sua posição assenta em dois pressupostos, ambos errados.
O primeiro, como ilustra o texto, defende um contra-peso em Belém, pois estima-se que o PS irá governar o país. Até aqui não haverá muitas dúvidas, mas elas irrompem quando se trata de colocar em Belém uma pessoa que não é senão um clone de Cavaco, ou melhor, um cavaco de saias. Além de que ninguém acredita que a srª Leite tem perfil para Belém e competência para o desempenho dessa alta função. Como Adão e Silva é uma pessoa inteligente -estima-se que ele também tenha conhecimento deste facto, logo também não acredite naquilo que propõe.
O segundo argumento, ainda mais falacioso, assenta nas alegadas preocupações sociais de Ferreira leite, além das suas posições sobre a dívida e o Estado social. Também aqui Pedro Adão e Silva - deveria ter explicitado quais eram as posições da srª Ferreira leite sobre essas matérias antes de ter perdido o PSd para o seu arqui-rival interno, Passos Coelho.
Numa palavra: Adão e Silva lançou esta bombinha de carnaval para ver se alguém o levava a sério, mas temo que nem a visada, Ferreira leite, tomará em linha de conta proposta tão carnavalesca, que terá o valor duma efeméride. No caso, não mais de 12h.
Para a próxima proposta do comentador, sugira-se que o analista seja um pouco mais consistente nas suas posições.
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Fotografia © Thomas Meyer/Globalimagens
Antigo dirigente do PS propõe ex-ministra das Finanças do PSD para candidata à Presidência da República. Marcelo Rebelo de Sousa já respondeu e diz que objetivo é "lançar a confusão".
No Bloco Central transmitido este sábado na TSF, Pedro Adão e Silva, militante e antigo dirigente do PS que faz parte do painel de comentadores do programa, propôs o nome de Manuela Ferreira Leite para a corrida a Belém do próximo ano.
Para Adão e Silva, os próximos anos "vão exigir uma enorme cultura de compromisso": estando o PS eventualmente no Governo, não há vantagem de ter em Belém uma personalidade que partilhe do espaço político representado em S. Bento.
Pedro Adão e Silva argumenta ainda que as posições de Manuela Ferreira Leite a propósito da dívida, da austeridade e da defesa do estado social são claras e diz mesmo que vê muitos dos proto-candidatos do centro esquerda como "pessoas que nada disseram, nem sobre a austeridade, nem sobre a solução europeia para a dívida, e nunca se afirmaram em defesa do estado social, da responsabilidade das políticas públicas na educação, na saúde, e na proteção social".
Marcelo Rebelo de Sousa, que tem sido apontado como um dos candidatos do PSD às próximas eleições presidenciais e é um dos favoritos nas sondagens, já respondeu a esta sugestão do militante socialista. Para o professor, a "multiplicação de nomes faz parte do jogo político", referindo que o objetivo, à esquerda e à direita, é "lançar a confusão" e desgastar figuras.
Marcelo Rebelo de Sousa falava à margem de uma conferência dos Trabalhadores Sociais Democratas, em Macedo de Cavaleiros.
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