segunda-feira

António Costa representa a nova "agência de rating" da República Portuguesa




Imagem picada no Expresso

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Após a vitória expressiva de António Costa sobre o seu competidor interno, aquele granjeou uma legitimidade política própria e quase unipessoal sobre o PS, a qual se estende à condução deste à vitória nas próximas eleições legislativas. Mas até lá ainda há muito caminho por percorrer, um trajecto repleto de espinhos e incertezas, em qualidade e quantidade, pelo que nada será fácil. 

No PS algo terá de mudar internamente, quer na forma de estruturar a comunicação com a sociedade, quer na forma de produzir informação técnica com valor político relevante para informar a dialéctica política; no plano externo, i.é, da relação de oposição política ao actual governo do centro-direita, dentro e fora do Parlamento, o tipo de liderança terá, forçosamente, de ser também mais combativo, persuasivo e alternativo ao que foi no passado recente. Não basta pressionar o governo para não aumentar os impostos, porque a classe média já está esmagada, os empresários falidos e a mancha de pobreza alastra no país.

É nesta conformidade que fará toda a diferença começar já a estruturar, sector a sector, políticas públicas mais orientadas para o crescimento económico e a sustentabilidade social sem que, com isso, a racionalidade do Estado perca eficiência e qualidade na prestação dos seus serviços sociais, de educação, de segurança social, etc... 

Até porque o calendário eleitoral pode, a qualquer momento, ser antecipado por motivos supervenientes. A esta luz, o próprio PR tem demonstrado que pode ter problemas súbitos de saúde, o que revela que até estes imponderáveis podem, a qualquer momento, reprogramar o calendário político nacional. 

Desse modo, fará igualmente sentido olhar e pensar a acção estratégica de António Costa na liderança do PS como alguém que se constitui numa espécie de "agência de rating" - que tenderá a classificar o risco decorrente da manutenção no poder do actual governo de centro-direita, altamente nocivo para a economia, a sociedade e o próprio aparelho de Estado que tem vindo a desmantelar da forma mais criminosa possível, e cuja marcha tem de ser parada e/ou invertida. 

E é aqui que concorre o tipo de liderança a empreender pelo líder do PS daqui para o futuro. Um futuro que para ser de esperança terá de ter ideias, projectos e uma eficiente comunicação capaz de os transmitir à sociedade e de polarizar aí energias positivas. 

Neste momento, ainda temos um risco elevado de governança, dado que o XIX Governo (in)Constitucional ainda se encontra em funções (com o respaldo de Belém), mas quando se captar mais e melhor Investimento Directo Estrangeiro, quando se devolver confiança à sociedade e aos agentes económicos, quando forem repostos os valores esbulhados aos pensionistas e funcionários públicos e quando houver verdadeiros programas de incentivo económico para as PMEs - dentro de medidas mais abrangentes a todos os sectores da economia, então estaremos em condições de (re)pensar Portugal noutros moldes e com outra expectativa e esperança.

Todas essas variáveis dependem dum factor determinante na gestão e condução da coisa pública: a liderança. E a este título também é colocado sobre António Costa, e ao país, o maior desafio da sua vida, que consiste em transpor para a chefia do Governo tudo aquilo que integra a sua experiência ministerial e de edil na maior autarquia do país. 

Mas nem tudo são rosas, Senhor!!!
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