terça-feira

Nuno Peres, da UMinho, é o cientista português mais citado entre 2002 e 2012

Nuno Peres foi citado  13 839 vezes entre 2002 e 2012
Nuno Peres foi citado 13 839 vezes entre 2002 e 2012
Nuno Peres, físico e professor catedrático da Escola de Ciências da Universidade do Minho, é o português cujas publicações científicas tiveram mais impacto a nível mundial entre 2002 e 2012. Para este facto terá contribuído a co-autoria de artigo com os premados Nobel fa Física de 2010, André Geim e Kostantin Novoselov. A confirmação é dada pela lista "ISI Thomson Reuters Highly Cited Researchers 2014", que inclui  3215 cientistas de todo o mundo, sendo três deles portugueses. Os artigos de Nuno Peres têm 13.839 citações, seguindo-se os do engenheiro Mário Figueiredo (Universidade de Lisboa) com 4622 e os do biólogo Miguel Araújo (Conselho Superior de Investigações Científicas, Espanha). São os portugueses com morada principal ou secundária em Portugal. Há pelo menos mais três investigadores nacionais referidos: Caetano Sousa, imunologia, Inglaterra, Gonçalo Abecasis, investigador biomédico em Michigan, Estados Unidos, e Inês Barroso, genética hiumana, Reino Unido.

A lista é elaborada pelo Institute for Scientific Information (ISI) e a presença de investigadores nacionais tem muita relevância, pois é um critério usado para realizar rankings de instituições de ensino superior.

Mário Figueiredo, do Instituto Superior Técnico, é o segundo português mas citado
Mário Figueiredo, do Instituto Superior Técnico, é o segundo português mas citado
Tem também um impacto excepcional na carreira e no reconhecimento entre cientistas. O trabalho de Nuno Peres é assim valorizado mundialmente e confirma que a estratégia da UMinho, em particular do Departamento/Centro de Física, os quais intensificaram esforços em investigação e visibilidade internacional, tem sido bem sucedida.

Nuno Peres é um dos principais físicos teóricos mundiais do grafeno, a forma bidimensional do carbono com amplo campo de aplicação futura na electrónica. O cientista de 47 anos, natural de Arganil, Coimbra, é coautor do mais citado artigo de revisão sobre grafeno, editado na “Reviews of Modern Physics”, e tem colaborado com os “Nobel do grafeno” Andre Geim e Konstantin Novoselov (Universidade de Manchester).

É coordenador do único projecto nacional do Graphene Flagship, um dos dois maiores programas científicos europeus em curso, com 500 milhões de euros de investimento. Já venceu os prémios Gulbenkian Ciência, Seeds of Science (do jornal Ciência Hoje) e Mérito à Investigação da Universidade do Minho. É membro da Academia das Ciências de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Física. Foi professor visitante em Turku (Finlândia), Boston (EUA), Dresden (Alemanha) e Singapura, sendo ainda convidado para conferências internacionais, como as reuniões anuais da American Physical Society.

Miguel Bastos Araújo tem prestado particular atenção às alterações climáticas
Miguel Bastos Araújo tem prestado particular atenção às alterações climáticas
O grafeno é normalmente obtido pela esfoliação da grafite, existindo também nos bicos dos lápis. É ultraleve, 100 vezes mais rápido face ao silício, 200 vezes mais forte do que o aço e tem óptimas características ópticas e térmicas. Este material deve revolucionar tecnologias à nanoescala em múltiplos sectores e melhorar o dia-a-dia dos cidadãos, em aplicações como interfaces ópticos, dispositivos digitais flexíveis, resistentes e rápidos (do papel electrónico até aviões mais leves e eficientes), além de baterias avançadas, painéis tácteis para comunicações móveis, células solares, sequenciação das bases ADN, detectores de radiação eletcromagnética, sensores de moléculas, sensores de tensão em estruturas, metrologia, e, mais tarde, novos paradigmas computacionais e aplicações médicas, como retinas artificiais.
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Obs: A quantofrenia da ciência está aqui bem evidenciada. Requiem pelos rankings e, claro, também pela ciência. 

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