Vitor Bento: O fã nº 1 da expressão "viver acima das possibilidades"
O fã nº 1 da expressão "viver acima das possibilidades"
Foi um crítico da governação de José Sócrates, sempre no seu estilo argumentativo mais do que
exclamativo. É, também por isso, tipicamente criticado pela esquerda política. Mas apreciado
não só pelo Presidente da República, Cavaco Silva, que o convidou para o Conselho de Estado,
como por Pedro Passos Coelho. Vítor Bento foi a primeira escolha, em 2011, para ministro das
Finanças. Recusou. Seguiu-se Vítor Gaspar.
O alinhamento no pensamento económico com o PSD (Vítor Bento foi dos poucos defensores da
célebre medida da TSU, que em setembro de 2012 criou uma onda de polémica que a derrubou)
não é no entanto total. Hoje, Vítor Bento considera que a intervenção da troika e a governação
de Pedro Passos Coelho falhou na criação de condições de concorrência, uma vez que se mantêm
rendas excessivas na economia e privilégios de grandes grupos económicos.
Vítor Bento tem 60 anos e além de membro do Conselho de Estado, é presidente da SIBS, empresa
que gere os pagamentos eletrónicos. Entre maio de 2006 e abril de 2008 presidiu à Associação
para o Desenvolvimento Económico e Social. Foi presidente do Instituto de Gestão de Crédito
Público, diretor-geral do Tesouro, diretor do departamento de Estrangeiros do Banco de Portugal
e vogal do Instituto Emissor de Macau. É licenciado em Economia pelo Instituto Superior de
Economia e Gestão.
Obs: A troika fez recomendações no sentido das críticas de Vítor Bento. Críticas e recomendações que o XIX Governo (in)Constitucional - na sua habitual teimosia - não acatou, por isso o problema da concorrência em Portugal se agravou, e o exemplo que V.Bento dá relativamente às várias EDPs que por aí proliferam e, impunemente, reforçam interesses e posições corporativas na economia nacional, fazendo até baixas no governo (veja-se o que sucedeu ao ex-secretário de Estado da Economia quando tentou levar a EDP a baixar as taxas energéticas) acabam por fragilizar a posição do alegado Primeiro Ministro e, indirectamente, corporizar as críticas da oposição acerca de um governo que apenas "sabe governar" pela via simples e destruidora do aumento de impostos.
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