sexta-feira

A hipocrisia institucionalizada pelos corredores de Belém e S. Bento


Foi ontem a sepultar a extraordinária poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen. A oficialidade do costume consagrou-a com honras no Panteão Nacional. Na cerimónia Cavaco leu um papel que alguém lhe escreveu; o estarola de Massamá, o alegado PM, já sem qualquer legitimidade política, também ocupou o espaço público, mas o essencial é negado às crianças que começam a aprender a língua materna, porquanto a obra imensa de Sophia não consta dos programas de português que o destruidor Crato ditou para o próximo ano lectivo. É mais um crime contra a cultura nacional de vocação universal

É uma contradição gritante que não se compreende, nem por lapso. E a ser assim, só poderá haver má fé em mais este dolo cultural que denuncia bem o ADN de Cavaco e Coelho, supostamente homens de acção e de cultura. 

Com tanta contradição, amanhã ou depois ainda veremos Passos Coelho, completamente calvo, participando num spot publicitário promovendo um tónico capilar para carecas (oferecendo pentes-de-bolso) - com resultados anunciadamente garantidos; ou Cavaco, fazendo atletismo, promovendo a imagem de que, afinal, já não desmaia em público. 

Será que alguém ainda acredita neles?

Esta esquizofrenia política está a destruir uma nação inteira e a minar a coesão do Estado, porque tem consequências inimagináveis em todos os domínios da sociedade portuguesa.

Permitir a manutenção deste estado de coisas, é um incentivo a que cada um de nós, portugueses, se torne num miserável mentiroso e hipócrita. 

Será que é isso que queremos?!

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