O Conselho de Estado, o tédio de Manuel Alegre e as pontes interrompidas
Conselho de Estado “exorta a que se preservem pontes de diálogo” entre partidos
As quase seis horas de Conselho de Estado foram já no início da madrugada desta sexta-feira (meia-noite) reduzidas a um comunicado de quatro pontos que termina com mais um apelo ao entendimento entre as forças políticas.
“O Conselho de Estado exorta todas as forças políticas e sociais a que preservem entre si as pontes de diálogo construtivo”, leu-se em Belém antes de defender o empenho “na obtenção de entendimentos quanto aos objectivos nacionais permanentes”. [...]
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Obs: O PR não desiste de tentar converter o CE num órgão de consulta presidencial destinado a ajudá-lo a concluir o seu mandato pouco presidencial com alguma dignidade.
Cavaco deveria saber que há limites para tudo, até para a produção do consenso, e a violação sistemática dos valores, princípios e normas constitucionais não deve ser objecto de consenso artificial, que é o que ele pede aos partidos políticos que têm, seguramente, visões contrapostas da organização social e económica do país.
Já se percebeu que cavaco pretende obsessivamente terminar o seu mandato presidencial sem sobressaltos constitucionais, designadamente sem ter de ser confrontado com a urgência da convocação de eleições legislativas antecipadas, e serve-se do PS para atingir esse seu desiderato pessoal.
Este expediente é ilegítimo e não deverá ser para isto que serve o Conselho de Estado.
Isto não é uma ponte de diálogo, é uma brecha numa passagem já toda esburacada.
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