É útil recordar a génese do problema GES e BES
CRISTINA
FERREIRA / Público
As batalhas entre accionistas são o terror de qualquer grupo empresarial e
as mais mortíferas são
as que ocorrem entre irmãos de sangue. E esta foi uma guerra
típica familiar. Uma guerra entre
“tios”, irmãos e primos Queiroz Pereira. Uma
guerra sem diabos nem santos. Uma guerra
de interesses e onde o combustível,
como quase sempre, foi o dinheiro. Mas os conflitos à volta do
Grupo Queiroz
Pereira têm vários anos e reflectem um outro dado: a ascensão e a perda de
influência do Grupo Espírito Santo. Um núcleo importante do poder económico
privado
com posições em grandes empresas e que a dada altura acreditou (diz-se)
que poderia controlar
a Semapa, hoje o maior grupo industrial português.
Quando os problemas financeiros, as polémicas — algumas associadas a
investigações policiais
— e as lutas pelo poder dentro do Grupo Espírito Santo
se tornaram evidentes, Ricardo Salgado
deixou de ter condições para se manter
no Grupo Queiroz Pereira (dono da Semapa, que
agrupa a Secil, Portucel,
Soporcel e Inapa). E assinou um pacto de separação de águas com Pedro
Queiroz
Pereira (PQP), pondo fim a uma parceria empresarial de oito décadas. Ricardo
Salgado,
em processo de sucessão, já não se podia dar ao luxo de ter um corpo
estranho (o próprio
PQP) na cúpula do Grupo Espírito Santo, com 7% do capital
(e ainda muita informação, poder
arbitral e capacidade de influenciar). A
Revista 2 revela agora os detalhes dos bastidores desta
disputa que se travou
entre os dois grupos — uma história cheia de incidentes e omissões.
Há 12 anos, Pedro Queiroz Pereira, presidente do Grupo Queiroz Pereira
(GQP), interrogou
Ricardo Salgado sobre quem eram os verdadeiros donos da
Mediterranean (uma sociedade
luxemburguesa que agregou três offshores, com
presença forte na Semapa) e que o BES
representava. O industrial conta que
sempre ouviu a explicação: “Pertencem a
investidores que não querem ser
conhecidos, são discretos.” Não ficou elucidado. [...]
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Obs: Medite-se neste problema na história do "maior conflito na cúpula do capitalismo português"...
Etiquetas: Capitalismo português, Conflito
posted by Macro at 23:20
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