quinta-feira

Algum demo-populismo de António José Seguro




  • Quando vemos o actual Secretário-Geral do PS e candidato a PM criticar os nomes escolhidos para o BES, em especial o economista-financeiro Vítor Bento e Moreira Rato, além do deputado do PSD, o jurista Paulo Mota Pinto, todos a caminho da gestão de topo do banco verde, somos forçados a concordar com ele, porquanto todos, directa ou indirectamente, têm ligações fortes à actual maioria governamental que está hoje a escavacar Portugal.
  • Mas a política é esse velha rameira cujas declarações públicas podem assumir sempre o reverso da medalha, o que implica também reconhecer algo omisso nas declarações de Seguro: o que disse ele quando camaradas seus assumiram funções na Mota-Engil, em concreto Jorge Coelho, que foi o CEO daquela poderosa empresa durante anos; ou que experiência tem em banca o ex-MNE de Sócrates, Luís Amado, hoje no Banif, ou ainda Jaime Gama, recentemente nomeado para o BES-Açores...(?!)
  • Será que os nomeados pela Direita para aqueles cargos de gestão de topo são maus, e os designados pela Esquerda ostentam virtudes... O facto de Seguro só criticar uns e omitir os outros exemplos, por lhe serem próximos, revela a insustentabilidade das suas críticas.
A ideia com que se fica é a de que estas declarações são falhas de sentido, porque são de valor parcial e fragmentárias, e essa parcialidade só poderá ser explicada pela dupla e problemática circunstância de o PS se encontrar numa disputa interna e simultaneamente estratégica, ou seja, o objectivo não radica apenas em apear a maioria de centro-direita do poder, mas também apear os adversários internos cuja luta intestina vieram intensificar o valor parcial de tudo quanto se pensa, diz e escreve acerca da política em Portugal no nosso tempo.

Um tempo naturalmente fragmentado. 



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