domingo

Mais de 5 mil assinaram petição do Manifesto 74


Jorge Miranda é um dos subscritores do manifesto

A petição foi disponibilizada pelo movimento Manifesto 74, que reúne personalidades de todos os quadrantes da sociedade portuguesa, e necessitava de um mínimo de 4 mil assinaturas para ir a discussão no parlamento.

Às 23:45 deste sábado tinha 5.085 signatários.

A petição visa que os deputados aprovem "uma resolução recomendando ao Governo o desenvolvimento de um processo preparatório tendente à reestruturação honrada e responsável da dívida", como se salienta na página oficial do Manifesto 74.

"O abaixamento significativo da taxa média de juro do 'stock' da dívida, a extensão de maturidades da dívida para 40 ou mais anos e a reestruturação, pelo menos, de dívida acima dos 60% do Produto Interno Bruto (PIB), tendo na base a dívida oficial", são as condições preconizadas pelos signatários.

A iniciativa do Manifesto 74 visa ainda que a Assembleia da República desencadeie "um processo parlamentar de audição pública de personalidades relevantes" sobre a reestruturação da dívida de Portugal, contraída no âmbito do programa de reajustamento.

O constitucionalista Jorge Miranda, um dos subscritores da petição à Assembleia da República, realçou este sábado a necessidade de aprofundar o debate na sociedade, porque, salientou, "o problema vai-se agravando".

Jorge Miranda disse que "o sentido essencial da petição" é o de "tornar patente perante a Assembleia da República, perante o órgão representativo dos cidadãos, o órgão por excelência do mundo democrático, toda a problemática que está à volta da dívida e a necessidade de reponderar o problema, o que não tem sido feito até agora".

"À medida que o tempo vai passando e que os juros da dívida vão sendo pagos, não nos conseguimos libertar da dívida e o problema vai-se agravando", considerou o constitucionalista.

Além de Jorge Miranda, assinaram a petição Alfredo José de Sousa (ex-provedor da Justiça), Lídia Jorge (escritora), Pinto Ramalho (ex-chefe do Estado Maior do Exército), Melo Gomes (ex-chefe do Estado Maior da Armada), Januário Torgal (ex-bispo das Forças Armadas), Seixas da Costa (ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus), Eugénio da Fonseca (presidente da Cáritas Portuguesa), Pacheco Pereira (professor universitário) e Ana Gomes (eurodeputada), entre outros.

O Manifesto 74, intitulado "Reestruturar a dívida insustentável e promover o crescimento, recusando a austeridade", foi igualmente subscrito por 74 economistas estrangeiros.
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Obs: Portugal tem um Governo que julga que governar um povo passa por atitudes discriccionárias, arbitrárias de tipo ditatorial - como decorre das inúmeras vezes em que o XIX Governo tem violado grosseiramente a CRP. 

É também um governo de gente desmesuradamente impreparada que actua com grande insensibilidade social, a começar pelo ainda primeiro ministro.

Presume-se que gente deste quilate já não é convencida com manifestos e petições. Tem mesmo que sair à força, e como Cavaco não viabiliza essa via, que seria a mais realista, atento o interesse nacional, a resposta para essa urgente demissão do governo passará pela reacção da sociedade. Ainda que essa reacção seja infra-estruturada com este tipo de petições e de manifestos. 

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